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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Algumas anotações sobre a saúde de Estância Velha

Há sempre em discussao no debate em torno da saúde de Estância Velha, o sempre conturbado e excessivo movimento na Emergência do Hospital Municipal  Getulio Vargas.  Sao recorrentes as queixas da demora e mesmo mal atendimento para quem procura o local alegando problemas de saúde. Via de regra, raramente, conforme se observa na recepção, a demanda é por efetiva emergência de saúde.  No entanto, isso é uma observação técnica. Para quem esta a procura de atendimento, mesmo uma febrícola persistente é emergência.

No levantamento do volume de atendimentos na Emergência de janeiro a setembro, se constata que, em média, são realizados 128 atendimentos por dia (24h), ou, em média, 5 por hora.  Diante do que preconizam as instituições médicas não chega a ser um volume que exceda em demasia a 4 consultas médica por hora.
Há que se considerar, porém, que existem mais 8 unidades de saúde distribuidas pelo municipio, que fazem, em média, 45 consultas médicas por dia (8h), ou seja, na "rede" são realizadas outras 360 atendimentos médicos por dia (na verdade considerando a totalidade dos serviços e profissionais disponiveis numa Unidade de Saude da Familia, são efetuados, em média também, cerca de 100 a 110 atendimentos/dia). Mas considerando-se apenas consultas médicas, no total, então, são realizadas, por dia, 488 atendimentos na Rede Pública, SUS, de Estância Velha.   Estes números resultam em 178.120 consultas - apenas médicas - por ano, ou uma média de 4 consultas por habitante/ano.  É de lembrar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza 2,5 consultas por habitante/ano.
 Outro dado interessante - há muitos outros e mais detalhados também - obtido numa pesquisa sobre informações da saúde de Estância Velha,  diz respeito ao número de nascimentos e óbitos com registro como de pessoas residentes no município (ou seja, tanto que tenham ocorrido dentro do município mesmo, como fora, mas cujo registro de residência seja Estância Velha).  Num levantamento a partir do ano 2001 até 2010, chegasse a duas conclusões: o número de nascimentos no município decresceu; o número de óbitos ascendeu.  Deste dado um tanto paradoxal, haja visto que se observa o crescimento da população no município, infere-se que tal evolução se deve antes a migração que ocorre em direção a Estância Velha, oriunda de outras regiões do estado.   Para além disso, o crescimento do número de óbitos não se justifica haja visto que no período o sistema de saude do município passou de uma rede de três unidades de saúde em 2001, para 8 e ainda um centro de especialidades, atualmente. Porém, o dado relativo aos óbitos cabe a verificação - que nesta pesquisa nao foi feito - tanto das morbidades prevalentes quanto da idade em que mais incidiram. Tudo isso poderia dar um perfil epidemiológico mais completo deste quadro. O que para efeito deste artigo, ainda, não é o caso.  O fato é que se observa que, em 2001, para cada 4 nascimentos havia um óbito.  Em 2010, para cada 2 nascimento se nota um óbito. Os numeros podem ser observados no gráfico que ilustra o texto. 


 Mas de que servem mais estas informações além de nutrir a curiosidade apenas (de certa forma até mórbida)?  O fato é que se houvesse uma preocupação com uma politica de governo de saúde no município e não apenas, meramente, prover a cidade de estrutura  para atender a demanda por atendimento da população, talvez estes e outros dados mais significativos e detalhados sobre o perfil principalmetne epidemiológico da população, serviriam para dimensionar os investimentos e gastos com saúde de forma mais efetiva e eficiente no município, principalmente, no tocante a promoção e prevenção, cujo custo é infinitamente menor do que o dispendido para tentar recuperar a saúde depois que a doença se instala.  Como isso não existe de fato, gastasse muito e oferece-se pouca qualidade nos serviços e também pouca resolutividade. Tudo, ao final, uma questão de gestão.  Em Estância Velha, atualmente, no quarto gestor em menos de quatro anos e também no quarto Diretor Administrativo do hospital em igual período, é o que menos tivemos até agora: gestão. Resulta disso o crescimento permanente das despesas com saúde e o sentimento de que, muito pouco se esta fazendo e quase nenhum resultado se observando.  Infelizmente
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