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sexta-feira, 29 de abril de 2016

Em Estância Velha, serão necessários 3 mil votos para eleger um vereador



Estamos há cinco meses das eleições municipais de 2016.  Definição de nomes de candidatos para o Executivo e Legislativo somente após as convenções partidárias que devem ocorrer, este ano, entre  20 de julho e 5 de agosto.  Há nomes circulando pela cidade como pretensos pré-candidatos ao Executivo e outros (além dos já vereadores que devem tentar a reeleição) ao Legislativo.

Considerando a evolução do número de eleitores  nas ultimas eleições (em 2012 foram  31.672 aptos a votar e em 2014, 32.693) é provável que este ano tenhamos um total de 34 mil eleitores aptos a votar.   Como o percentual de abstenções gira em torno de 12% (na eleição de 2014, chegou a 13,6%) é de ser prever que, em torno de 30 mil eleitores comparecerão às urnas para votar.

Muitos se perguntam, no caso da eleição para o Legislativo: Quantos votos são necessários para eleger um vereador?   Em 2008, foram necessários 2.689 votos para garantir a eleição de um vereador (evidentemente, entre os mais votados de uma legenda ou aliança).  Em 2012, foram exigidos já 2.834 votos.  O quociente para se apurar quantos votos elegem um vereador leva em conta a soma dos votos nominais mais os votos na legenda do partido.  Assim: toma-se o numero total de votos dados aos candidatos a vereador mais os votos dados ao partido na legenda e divide-se este número pelo número de vagas no Legislativo, tem-se ai o número de votos que serão necessários para eleger um vereador.  Daí a importância de os partidos terem uma nominata completa (em Estância Velha, cada partido pode lançar até 13 candidatos a vereador).  Se houver uma coligação (dois ou mais partidos) a lista pode conter o nome de até 26 candidatos. Quanto mais candidatos houverem e a maioria tiver um potencial efetivo de votos, mais votos o partido ou coligação conquistará e menos votos os mais votados precisarão para se eleger.  É paradoxal mas é assim que funciona.

 Em 2012, do total de eleitores que compareceram as urnas para votar (27.936)  para vereador,  3.180 anularam ou votaram em branco, ou seja, 11,8%.  Em 2008, este percentual foi menor, 7,11%.   Diante do quadro político atual é possível que este percentual seja maior do que foi na ultima eleição.

Se este ano, o número de votos em branco ou nulos para vereador for expressivo, podem ser necessários menos votos para que um partido ou coligação consiga eleger um vereador (o mais votados entre todos).  Nesta conta,  eleitores que pretendem votar nulo ou em branco, ajudarão a reduzir o número de votos necessários no quociente eleitoral para se eleger um vereador, ou seja, menor representatividade terão os possíveis eleitos. Se isso não ocorrer de forma expressiva, Cada partido ou coligação a cada 3 mil votos para elegerá um vereador.

A atual composição da Câmara de Vereadores de Estância Velha, considerado o total de votos dos vereadores titulares, representa 26,40% dos eleitores que votaram na ultima eleição. O percentual é maior do que o registrado no mandato passado cuja composição da Câmara não representava mais do que 19,55% dos eleitores que votaram em 2008.  Pela conta do sentimento anti-politico que reverbera na população pode ser que tenhamos para o próximo mandato uma Câmara ainda menos representativa.

quinta-feira, 28 de abril de 2016

O tempo foge



O tempo nos foge. Ouvia esta afirmação nos meus tempos de Colegial. Era uma espécie de mantra do meu professor de Língua Portuguesa, Latim e Grego. “Lembrem-se do que disse Virgilio: Sed fugit interea fugit irreparabile tempus” (algo como, numa tradução livre: “ele foge, irreversivelmente, o tempo foge). Descobrimos que tal afirmação Virgilio(poeta romano), teria feito em Georgicas, um conjunto de quatro livros tratando sobre agricultura. São poemas que celebram a vida no campo assinalando que a vida em harmonia com natureza como necessária a paz e a serenidade.

Mas por que faço toda esta introdução? Estou querendo criar ares de eruditismo? Longe de mim, até porque estou longe disso também. A frase do meu professor ainda reside nos escaninhos da minha memória, apenas acrescentei alguns adereços (verdade que, na internet, pode-se até encontrar o poema de Virgilio coisa que, em outro tempo, só em grandes bibliotecas). Feito este adendo a introdução, vamos ao que pretendia quando comecei a escrever este texto.

Temos uma imensa dificuldade em lidar com o nosso tempo. Não com o tempo em que vivemos, mas com o tempo que nos consome a vida. Organizar a nossa agenda diária, semanal, mensal é algo complexo e difícil para muitos. Invariavelmente, somos seres postergadores, deixamos para amanhã o que pode ser feito hoje. Não nos damos conta de que o amanhã não existe, é apenas uma possibilidade.  A nossa realidade é o passado que já foi vivido e o presente que esta acontecendo. Nem o minuto seguinte existe. Mas o futuro, enquanto possibilidade, é que nos instiga a fazer o presente melhor do que o passado, até por que, só saberemos se estamos fazendo, vivendo o presente. Só teremos noção de onde estamos, no presente, se tivermos noção de onde estávamos no passado, no ontem, quando o hoje era futuro. Construir o presente, exige dedicação, determinação, reflexão, consciência critica sobre si mesmo.

Agora, se trazermos isso para o nosso país, a nossa realidade atual, podemos dizer que não estamos abrindo uma porta para o futuro, mas apenas revelando o passado que arrastamos conosco  ao longo de toda a nossa história. Somos uma República Democrática, mas nos espantamos com o ranço que permeia e reside sobre uma parcela significativa da população que estes tempos confusos, em meio a virtualidade, revelaram como real. Hoje, parece estar posto um digladiar-se entre o passado que acreditamos estar superando e a possibilidade de um outro futuro que, diante da conjuntura atual, esta se transformando numa impossibilidade. Precisamos como povo, como nação, sair urgentemente desta encruzilhada. Não se pode fazer futuro com o passado, mas olhando para ele para não repeti-lo e, no que tiver de bom, aperfeiçoá-lo. Não se pode construir futuro sem entender o presente como não suficiente. É preciso agir por que o tempo foge, ele não nos espera. Enquanto isso, no Planalto Central, o passado luta para não dar ao presente, um futuro.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

O não-voto de Pompeo

Deputado Pompeo de Mattos, queria votar a favor do impeachment, como o PDT decidiu o contrário, absteve-se



Estão criticando, até ofendendo o deputado Pompeo de Mattos (PDT) por ter se abstido de votar pela abertura de processo de impeachment contra Dilma Roussef. Para mim ele agiu coerentemente, embora sua intenção fosse seguir a manada e votar a favor do impeachment apenas para agradar, inclusive, os que nunca votaram, nem votarão nele.

O PDT, fez por sua história, era contra o impeachment, claramente, por se tratar de um golpe mascarado. O PDT, não tomou esta atitude por achar que o governo não é ruim, nem por pensar que não tenha culpa pelos malfeitos no qual foram pegos muitos dos seus aliados; ficou ao lado da presidenta em respeito ao processo democrático que a elegeu. Brizola, não faria diferente.  Pompeo, não queria seguir integralmente a decisão do partido, achou no viés da abstenção, uma alternativa, uma espécie de “não-voto”.

 Neste contexto, a atitude de Pompeo, embora não tenha votado contra o impeachment, foi correta. Demonstrou coragem e alguma fidelidade partidária, coisa que a maioria dos deputados não demonstra. Apenas usam a estrutura partidária para se eleger e defender os interesses dos seus financiadores de campanha.  Os partidos, é verdade, viraram cidadelas de interesses de grupelhos (como diria Brizola), preocupados apenas com o poder para dele usufruir benesses a si próprios.

 Já votei em Pompeo, já trabalhei com Pompeo, há muito tempo não voto e nem trabalho com ele. Discordo de muitas de suas atitudes e iniciativas na Câmara.  Uma destas foi a defesa de uma Proposta de Emenda a Constituição (PEC) para aumentar o número de vereadores, aprovada em 2011.  Em Estância Velha, por exemplo, elevaria o número de vereadores de nove parar 13 vereadores.  Não fosse a mobilização da população através do Movimento Transparência que tomou conhecimento da aprovação da emenda, logo informado a população do fato, teria hoje o município uma despesa adicional com mais quatro vereadores. Coisa que não ocorreu em Três Passos, onde os vereadores aproveitando-se do desconhecimento da população do fato, aumentaram o numero de vereadores passando de nove para 11. Aumentar o número de vereadores não melhora em nada a qualidade do Parlamento.

De qualquer forma, não posso deixar de reconhecer que, embora o correto seria votar como o partido propôs, Pompeo procurou ser o menos infiel (se isso torna menos mal a atitude). Fosse para um lado ou outro, se queimaria, optou pelo meio. Queimou-se também considerado o ponto de vista daqueles que olham este momento de forma caolha.  Para mim, não se distanciou do PDT o tanto que possa ser expulso. Diferente, fez o holistico deputado Giovani Cherini, também do PDT, que votou a favor do impeachment, menos por suas convicções e mais por deixar-se empurrar para o lado do senso comum pensando no agrado de outros interesses, do que no fato do que esta proposta de impeachment é mero engodo para defenestrar uma presidente legitimamente eleita para que, os não eleitos, tomem, de assalto, o poder.

terça-feira, 12 de abril de 2016

O ódio ao PT



Por que militantes de outros partidos e mesmo simpatizantes de outros partidos vociferam, destilam tanto rancor, raiva e, mesmo, ódio contra o Partido dos Trabalhadores, o PT? De onde vem isso, quando começou isso que aparece, nestes tempos de conexão global e redes sociais, tão evidente e forte?


Tenho por mim que esta ojeriza anti-petista vem de duas vertentes.  A primeira é a mais antiga.  O PT pela sua origem e pregação ética, sempre causou nos simpatizantes e militantes de partidos tradicionais e ideologias de direita, um ranço tipo: “se acham diferentes, se acham melhores que nós.”  A segunda vem na constatação da realidade: as práticas petistas visando a manutenção no poder em nada diferenciam das que criticava nos outros.  E tanto é assim, que aperfeiçoou-as  e, de tal forma, que os avanços que representaram os dois mandatos de Lula e o primeiro de Dilma, se eclipsam a cada nova operação da Policia Federal e o Ministério Público.


Ora, os “perfeitos”, descobriu-se, não o são.  A soberba com que o PT, acusava os outros de fazerem o que hoje se revela que também fizeram e, ainda, deixaram que aliados seus fizessem, causou um rancor tal que, inflado por uma campanha conspurciva midiático-oposicionista, só cresceu. A lama que apontavam nos outros partidos chegou ao PT também. 


De qualquer forma, o que estamos vendo nestes tempos é que tanto o PT quanto os que o odeiam, estão certos.  A corrupção é um mal, uma mancha que marca de forma indelével tudo. Nada no país se salva desta chaga, principalmente, entre os partidos políticos.  Dirão: há partidos que não se mancharam nisso tudo que ai esta e sempre ai esteve.  Estão certos, há.  Onde estão estes que ainda não se conspurcaram? Até quando se manterão assim? Até quando alcançarem o poder?


O PT conquistou espaço em prefeituras pais a fora e começou a demonstrar que, em parte, os valores que pregava se aplicavam aos governos que exercia. Galgou outros degraus do poder, o governo de alguns estados.  Em 2002, chegou ao governo do pais, na onda de um Lula “estilizado” com alianças que fugiam aos seus princípios programático-partidários, mas que foram aceitas como necessárias.  Iniciou um primeiro governo com dificuldades, depois implementou políticas que melhoraram a distribuição de renda, fazendo crer que estávamos no caminho de um país mais justo social e economicamente.  


Precisávamos um governo que fosse diferente, ética e moralmente. Ou seja, no fundamental. A cada nova revelação, vimos que o PT não conseguiu ser.  Agora, irremediavelmente, farão de tudo para que, em tudo, em nada se diferencie dos outros que o querem fora do poder para continuar fazendo o que sempre fizeram e que achava (eu)  que o PT não faria.  Podemos até dizer que estes que querem derrubar o governo Dilma o querem para frear a onda de revelações que as ações da Policia Federal e do Ministério Público estão fazendo.  Há como deter esta onda?


Só espero que consigamos, todos, sair disso tudo, magoados ou nos sentindo enganados, mas ainda em perspectiva de que “o que não nos mata, nos fortalece.  Só a dor amadurece, só o sofrimento provoca mudanças. Se assim for , o que hoje parece um mal, talvez venha para o bem.  Afinal, só o bem é maior que o ódio.