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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

As coisas que são as pessoas.

Vejam como são as coisas. Aliás, dizia um amigo meu que "assim como são as coisas, são as pessoas".  Num município conhecido, a Secretária Meio Expediente de Saúde, por razões desconhecidas que não apenas a sua empáfia política, por que julgou-se afrontada pela atitude profissional de um servidor público do estado, pediu que o mesmo fosse afastado do curso de capacitação que vinha ministrando neste mesmo município.

 De que trata este curso?  Na verdade, o curso faz parte do Projeto Caminhos do Cuidado que se configura na ‘formação de agentes comunitários de saúde, auxiliares e técnicos de enfermagem da saúde da família – saúde mental com ênfase em crack, álcool e outras drogas’ visando melhorar a atenção ao usuário e seus familiares, por meio da formação e qualificação dos profissionais da Rede de Atenção Básica à Saúde.  Enfim, trata-se também de uma "estratégia de redução de danos".  E o que isso significa? A redução de danos caracteriza-se como uma abordagem ao fenômeno das drogas que visa minimizar danos sociais e à saúde associados ao uso de substâncias psicoativas. 

O projeto envolve  as instituições Fiocruz (RJ), através do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica (ICICT), o Grupo Hospitalar Conceição (RS) e a Rede de Escolas Técnicas do SUS. Através dele o Ministério da Saúde esta oferecendo desde 2013, cursos de formação para a totalidade dos agentes comunitários  de saúde e técnicos de enfermagem distribuídos por todos os estados e regiões do país.

O profissional atingido é um psicologo que esteve no município, trabalhando dois módulos do curso do projeto.  Na ultima semana, quando estava aplicando o segundo módulo, notou que uma pessoa estranha ao ambiente profissional para o qual era ministrado o curso, se fazia presente no auditorio.  A pessoa se apresentou e o palestrante solicitou educadamente que a mesma se retirasse visto que os temas que seriam abordados tinham um cunho de sigilo profissional.  Em vista disso, o "intruso" recorreu à Secretaria Meio Expediente de Saúde.  A secretária, que não estava presente no curso, veio até o local e impôs que o "intruso" permanecesse no ambiente assistindo o evento, constrangendo o palestrante diante da platéia.

Porém, a ação da Secretaria Meio Expediente, não se resumiu a isso. Após o episódio, fez com que um(a) servidor (a) que participara do curso, ligasse para a coordenação estadual do Projeto Caminhos do Cuidado, junto a secretaria estadual de saúde, para falar mal e queixar-se do palestrante, alegando que o mesmo teria usado, em algumas ocasiões, um palavreado chulo. Ato contínuo, a Secretaria Meio Expediente, fez ela  mesma contato com a coordenação do projeto, dizendo que se não trocassem o tutor do curso, ela cancelaria o mesmo (ora, cancelar a participação no projeto só traria prejuízo para a população. Mas isso não esta em pauta, agora). 

Os demais servidores que participaram do curso, dos dois módulos de capacitação coordenados pelo tutor, ao saberem do fato, reagiram com espanto. Em todos ficou a mesma impressão: a Secretaria Meio Expediente de Saúde, que há cerca de 15 anos atrás já fora secretaria de saúde, continuava usando dos mesmos artificios que usava naqueles tempos, numa cerca prática de impor-se  como se o seu poder fosse ilimitado, utilizando de artificios, no minimo, sórdidos.

Quem quiser saber mais sobre o projeto: http://www.caminhosdocuidado.org/sobre-o-projeto/