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quarta-feira, 30 de março de 2016

Kerb: uma festa popular ou um evento turístico?



A Câmara de Vereadores, rejeitou o projeto de lei do Executivo que pretendia revogar a lei municipal que instituía que a realização da Festa de Kerb, só poderia ocorrer nas cercanias da Praça 1º de Maio, ou seja, no centro da cidade.  A justificativa do Executivo é de que havia um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), firmada com o Ministério Público, já há algum tempo, que determinava que a festa, por falta de segurança, não poderia ser realizada em ambiente totalmente aberto. A Administração Municipal, aproveitou este mote para fazer valer a sua intenção de transferir o evento para um local cercado onde fosse possível ter maior controle do acesso e, quiçá, cobrar ingresso.   A questão é:  o que se quer do Kerb?  Que seja uma festa dirigida principalmente a população local ou evento turístico que proporcione retorno ao município?
Prefeitura  insiste em realizar a Festa do Kerb na área da antiga Novisol


O local escolhido pela Administração Municipal, para a realização do evento este ano,  foi a área da antiga fábrica de calçados Novisol (empresa extinta a mais de década), na entrada da cidade.  O local é amplo, embora não significativo, e de fácil acesso.  A estrutura física, por certo, precisa de adequação e outros cuidados. Ali já funcionou aquela "esquistice" de duração fugaz chamada Palco Sete, com a qual a Administração atual teve um envolvimento ainda não muito bem explicado até hoje. De qualquer forma, a Festa do Kerb realizada em local aberto no centro, requer pouca estrutura que não apenas a área livre e certa restrição do trânsito de veiculo durante o período que ocorre a festa, ou seja,não é um investimento muito substancial, em principio.


De resto, o Kerb de Estância Velha, não passa de uma aglomeração de pessoas circulando entre bancas de quinquilharias e uma ou outra vendendo petiscos ou coisa que o valha,  enquanto alguns grupos ser organizam festivamente ao redor de um ou mais barris de chopp. Ah! Tem ainda sempre o mesmo parque de diversões com equipamentos espremidos em um espaço limitado.  Como programa há alguns concursos como o de beber  “chopp em metro”, algumas apresentações de grupos de dança germânica e, no mais,  bandas tradicionais que animam bailes pela região.  Vez ou outra se apresenta uma banda com características mais típicas e tradicionais.  


Mas, enfim, é o que de fato é a Festa de Kerb? Uma espécie de trottoir germânico de final de semana?  Se isso só bastar, então, o Kerb perderá esta sua “substância” se mudar, do local onde por mais de duas décadas acontece, para ir para um lugar mais adequado a eventos com restrição de acesso a não ser mediante compra de ingresso.  Se, se quiser, aos poucos ir profissionalizando a festa e ampliando, então, o local já é uma referência de espaço possível para isso.  Mas resta uma questão, o local é uma área do Poder Público? Ou é apenas uma área com cessão de uso temporário?  Qual, enfim, o custo de uso da área e suas dependências? Diante da arenga instalada, a Administração Municipal, vai desconsiderar a lei aprovada pela Câmara e realizar a festa onde defende que seja realizada. Fazendo isso poderá ser questionada na Justiçam (afinal há uma lei vigente que estabelece que delimita o local onde o Kerb deve ocorrer) ou ter apontamentos dos órgãos fiscalizadores (TCE). A Administração atual, vai pagar para ver.

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