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sexta-feira, 17 de junho de 2016

Um pouco sobre Mujica.



Conclui esta semana a leitura do livro sobre o ex-presidente do Uruguai, José Alberto Mujica Cordano, el “Pepe Mujica”, que no ultimo dia 20 de maio, completou 80 anos: “Pepe Mujica – Simplesmente Humano, de Alan Percy e Professor Leonardo Diaz (Editora Sextante).  Foi uma incursão, rápida por sua biografia e também ao pensamento deste personagem da política do Uruguai e da América Latina.  O livro não tem pretensões de análise sobre a trajetória de Mujica seja anterior a sua ascensão a presidência, seja durante ou posterior, mas, antes, apresenta a leigos – como eu -  essa importante liderança mundial, que mais do que discursar ou pregar algo, o faz dando o próprio exemplo. 




O livro é dividido em duas partes é uma leitura suave. A primeira é uma abordagem um tanto superficial da biografia de Pepe Mujica, mas o suficiente para se conhecer as origens da persona que hoje temos.  A segunda parte do livro lida com o que se pode dizer, que seja o  “pensamento de Mujica”.  Trabalha com frases, aforismo, proferidos pelo ex-presidente e ex-guerrilheiro tupamaro uruguaio. Compreende-se, por este caminho, que ele é mais do um político diferente dos que já vimos ou conhecemos, inclusive, de Lula, também uma “persona” diferente nas suas origens, embora possa haver quem diga que, nas “práticas”, foi igual aos que sempre estiveram no poder. 




Do livro, entre muitas, recolhi algumas frases de Pepe Mujica, que, ao meu modo, são significativas:




Sobre o eu modo de ver a vida e vive-la: “Eu não sou pobre, eu sou sóbrio, de bagagem leve. Vivo com apenas o suficiente para que as coisas não roubem minha liberdade.”



Sobre a legalização do consumo de maconha (controlada pelo Estado): "Não é bonito legalizar a maconha, mas pior é dar pessoas ao narcotráfico. O único vício saudável é o amor." 




Sobre a legalização do casamento homossexual:  "O casamento gay é mais velho do que o mundo. Tivemos de Júlio César a Alexandre, o Grande. Dizem que é moderno e é mais antigo do que todos nós. É uma realidade objetiva. Existe. E não legalizar seria torturar as pessoas desnecessariamente". 




Sobre a descriminalização do aborto: "Legalizando e intervindo, é possível conseguir que muitas mulheres voltem atrás em sua decisão, sobretudo aquelas de setores mais humildes ou que estão sozinhas."



Sobre seu próprio povo, os uruguaios:  "Somos meio vagabundos, não gostamos tanto de trabalhar. (...) Ninguém morre por excesso de trabalho, mas não é um país corrupto, somos um país decente."




Sobre o que aprendeu em seus anos de cativeiro: "Tive que aguentar 14 anos em cana (...) Nas noites que me davam um colchão eu me sentia confortável, aprendi que se você não pode ser feliz com poucas coisas você não vai ser feliz com muitas coisas. A solidão da prisão me fez valorizar muitas coisas."




Sobre a velhice: "Eu não vou ser um velho aposentado que vai para um canto escrever suas memórias. Eu não vou escrever nada, não tenho tempo, tenho coisas para fazer".




Sobre a atenção que suas atitudes despertam no mundo: “O que é que chama a atenção mundial? Que vivo com pouco, em uma casa simples, que ando em um carrinho velho, essas são as notícias? Então este mundo está louco, porque o normal surpreende.”

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