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segunda-feira, 20 de abril de 2015

Prefeitura procura colocar comunidade contra professores.

Crédito: ODiário
 Os professores de Estância Velha, realizam dias 22, 23.e 24, uma paralisação de três dias, como forma de protesto e também para pressionar o Poder Executivo a negociar um reajuste maior para o piso da categoria que os 7,13% propostos.   Professores querem 13%.  Com este percentual o piso salarial da categoria ficaria no patamar que lei federal define como mínimo a ser assegurado aos professores.  É uma greve inédita.  Vamos ver como se comporta a comunidade escolar toda.

Como todo o movimento de confronto entre trabalho e capital (aqui, no caso, trabalho e Estado), quem detêm o poder seja dos meios de produção (capital) seja político (Executivo/Estado) tentam impor sua vontade e força, buscando amedrontar ou enfraquecer quem protesta ou cruza os braços, paralisando.  Assim se fez a luta do trabalho contra o capital ao longo da história.

Em Estância Velha, o Alcaide Municipal, diz que vai cortar o ponto dos professores ou seja, não vai pagar os dias parados.  Além disso, distribuiu uma nota publica (conforme publicada no jornal ODiário, edição de 20.04, na coluna de Estância Velha) com seguinte teor: "Caso algum professor repassar informações ofensivas, ou inverdades, aos alunos da rede municipal de ensino, em relação a gestão da Administração Municipal, solicitamos aos pais para entrarem em contato com a prefeitura municipal." (!!!!????) São tentativas de instigar a comunidade contra a ação dos professores.

Sobre estas duas "ações" do Executivo, buscando enfraquecer o movimento paredista dos professores, duas coisas: primeiro; a rede de ensino deve cumprir 200 dias letivos ou 800 horas anuais de aulas, ou seja, se descontar o ponto, os professores não precisarão recuperar os dias parados e, com isso, o município não cumprirá o preceito legal. Não poderá encerrar o ano devendo dias de aula ao calendário oficial.  Segundo: divulgar uma nota para pedir que as crianças denunciem (dedurem) qualquer coisa que ouvirem de comentários dos professores em relação a administração é um péssimo exemplo. Coisa que só se via na ditadura. Aliás, como as crianças e pais saberão - sobre qualquer afirmação dos professores ou qualquer outro cidadão - que o que estão ouvindo são "inverdades" ou "ofensas" a administração. Fosse por isso, o próprio Alcaide Municipal já estaria inventando inverdades ao afirmar que paga o piso salarial para os professores quando, pelo que determina a lei, não paga. 

Os professores, como categoria trabalhadora, estão no seu pleno direito de exercerem pressão sobre o Executivo, utilizando as ferramentas que a lei permite, para forçar a negociação de uma proposta a cerca do que reivindicam.  A greve é um instrumento legal e democrático, de pressão.  Já o Executivo esta no seu direito de cortar o ponto, não pagar pelos dias em que aulas não ocorrerem, mas, por outro lado, tem contra si a imposição legal de proporcionar 200 dias letivos e, eles acontecendo, pagar aos trabalhadores que durante este período realizaram o oficio de ensinar as crianças e adolescentes.   Já difundir "apelos" buscando uma defesa a priori, contra as criticas dos professores ou da comunidade, é uma atitude que, no mínimo, as corrobora, visto que, de antemão, sem saber quais sejam estas criticas as definem como "inverdades" ou "ofensas".  Diga-se, que tal atitude é, na verdade, uma ofensa aos professores, como se o que ensinassem em sala de aula não fosse apenas a verdade dos seus conteúdos e a defesa do direito de todos terem acesso a uma educação de qualidade.  Coisa que, ao que parece, cada vez mais, só se vê em discursos mas não nas ações oficiais.

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