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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Não há pedido de vistas que se sobreponha ao critério de economicidade e razoabilidade para a existência de cargos de assessor parlamentar


Vereador Carlito Borges (E) pediu "vistas" ao projeto

A sessão de terça-feira, dia 26, da Câmara de Vereadores de Estância Velha teve um plenário praticamente lotado.  Os 120 lugares destinados ao público ficaram quase que totalmente tomados.  Um dos motivos principais foi o fato de entrar na pauta a primeira votação do Projeto de Lei nº 16/2013 que propõe a revogação da Lei Municipal nº 1.525 de 17.02.2010 que criou nove cargos de “assessor parlamentar” a serem providos conforme o interesse de cada vereador.

Quando o projeto foi apresentado para a votação, o vereador Carlito Borges, do PCdoB, surpreendeu a platéia com o pedido de vistas.  O artifício faz parte da norma regimental do Legislativo e, via de regra, serve para postergar a votação de projetos mais polêmicos.  Qualquer vereador pode fazer o pedido e ficar com o projeto para “estudos”. Tal artifício é, na verdade, mera artimanha protelatória usada, em geral, para ganhar tempo ou esfriar os ânimos de quem se opõe ou apóia o projeto. Com o “pedido de vistas” o projeto pode ficar até 8 dias com o vereador solicitante. Neste cronograma, se o mesmo não o devolver antes, não volta a pauta para a próxima sessão imediata mas apenas para a outra, daqui a 14 dias, ou seja, em 12 de março.

Para os cidadãos que são favoráveis ao projeto – querem a extinção dos cargos, pela sua absoluta inutilidade aos princípios da economicidade e razoabilidade, até por que não há pedido de vistas que consiga juntar elementos que eliminem estes principios – o “pedido de vistas”, na verdade apenas revelou que assim como há a pressão popular, democrática e legítima de fora para dentro, há a pressão de interesse no intestino do Poder Legislativo. Ambas são legitimas. Uma movida pela legalidade outra pela moralidade.  Acredito que, pela sua índole ideológica, o vereador Carlito Borges, comungue do mesmo anseio e posição da população, mas as “pressões internas” ...

Há quem ventile a possibilidade de que vereadores que defendem a necessidade de mais “assessores” - além dos já existente no quadro funcional da Câmara-, apresentem uma emenda ou alternativa tipo: um assessor por bancada o que hoje significaria 5 cargos de assessor, mas num mandato próximo tal número poderia ser já aumentado dada a possibilidade de mais partidos elegerem represenantes.

A questão que, infelizmente, alguns vereadores e mesmo lideres partidários não assumem é que os cargos em comissão num Legislativo Municipal como o nosso são apenas para acomodar senão companheiros desalojados pelos eleitores, companheiros cujo conhecimento e utilidade, não passa de servirem apenas de “cabos eleitorais” quando não, de “manda-letras” na pratica assistencialista e clientelista tão comum na nossa política. Definitivamente, não há argumento válido que justifique a existência destes cargos, senão o de desconhecer que os recursos públicos tem muito maior utilidade usados em ações e obras de interesse coletivo e não privado.

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