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segunda-feira, 2 de julho de 2012

De um lado para outro, em busca da sobrevivência

Depois o  PCdoB  que queria ser vice do PT, aceitou ser nada com PSB/PSD

O ultimo post comentei sobre o fato do Partido Comunista do Brasil, o PCdoB, de Estância Velha, ter “costurado” com o Partido dos Trabalhadores uma coligação que, de certa forma, fazia parte do processo de alianças de partidos do campo da esquerda.  Evidentemente que exagerei.  Alianças políticas feitas a partir de moldes ideológicos programáticos não existem mais no Brasil e menos ainda em eleições municipais. Nos grandes centros aceita-se aliados cujos lideres maiores sejam históricos personagens do noticiário policial, por alguns minutos de espaço no horário eleitoral gratuito.   Hoje todos os partidos menores de esquerda ou de direita tem uma única ideologia, a da sobrevivência.  O PCdoB pratica esta ideologia deste o fim da ditadura e advento da democracia. 
Semana anterior dirigentes do  PCdoB, posaram com Pedrinho e Toco
No caso da aliança anunciada entre PT e PCdoB, com este ficando com a possibilidade de indicar o vice, ficou visto nas manifestações de Pedrinho e Toco que,  de fato, era uma possibilidade, esgotado estivesse o próprio PT de também indicar o vice.  Mas o que levou mesmo o PT a abandonar a possibilidade de um vice comunista foi o fato do PCdoB, diretamente, não ter nenhum nome em evidência, que acrescentasse a candidatura de Pedrinho que, cientes todos são, recém ligou os motores e precisa decolar.  Qualquer nome proposto pelo PCdoB não significava gasolina suficiente e especial, que a decolagem se garantisse na curta pista que são os três meses desta campanha.  Pior, não era combustível, apenas peso.  Então, o PT foi procurar, dentre os seus um nome sem expressão no mundo político mas com conteúdo nos meios sociais do município.  Achou, no seu próprio estoque um nome com estes requisitos.
O PCdoB, embora ciente de suas limitações eleitorais - dificilmente alcançará, se concorrer sozinho para o Legislativo, votos que signifiquem 50% do quociente eleitoral que será necessário para dar direito, nesta eleição, há uma vaga de vereador (em torno de 2.900 votos) – quis garantir-se na chapa majoritária do PT e, ainda, este o carregasse na nominata proporcional garantindo assim, com todos os votos petistas, também eleger um candidato comunista cuja fronteira eleitoral não é superior a 800 votos.  Como em outro cesto tinia o guiso de outro partido, bandeou-se de lado, preferindo com outro o que o próprio PT, ao final lhe ofertou. Aceitou ser nada na aliança que amarrou, no ultimo minuto do segundo tempo do prazo eleitoral com o PSB/PSD. Ambos os constituído por integrantes que condenava antes. Mas enfim, contingência de interesses e pouca luz sobre o jogo político.  Foi de forma semelhante que o PCdoB, em 2008, depois de beber 8 anos na administração PT/Toco, numa das secretarias de maior visibilidade, a de Industria, Comercio e Turismo, desceu do ônibus petista e quis colocar sua própria empresa de transporte numa parceria com o PTB. Resultado: minguados 1,8 mil votos para prefeito e perdeu o único vereador que tinha e que elegeu na garupa da retumbante reeleição de Toco em 2005.   De fato, como se vê, o PCdoB, “virou duas vezes o prato onde comeu”, em relação ao PT.  “A ingratidão é o mal maior da política”, afirmava Ademar de Barros, notório político paulista do século passado.
Enfim, é uma pena que no nosso pais - e isso se aplica a todos os partidos de uma forma geral -, pouco se constrói, nas alianças políticas, sobre questões programáticas. Não há uma discussão a priori sobre plano de governo para daí tirar elemento para uma possível coligação.  Tudo é a posteriori.  O fato é que, no caso de Estância Velha, talvez se possa dizer que, finalmente, o PT aprenda um pouco com os seus erros no que tange as alianças do passado e, talvez, todos os partidos num futuro não tão distante,  passado o pleito eleitoral, definidos os derrotados, passem estes a, desde o primeiro dia no novo governo, se constituírem como oposição – não aquela cheia de fel – mas racional, critica e mesmo propositiva, já cobrando a execução do programa vencedor e, ao mesmo tempo aperfeiçoando o seu próprio para um próximo embate eleitoral.  Mas isso é já pedir demais.  

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