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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ainda sobre a questão de aterros e incentivos

Ainda sobre a questão do "incentivo" solicitado pela empresa que pretende se instalar em Estância Velha, na entrada da cidade, à avenida Presidente Vargas, na divisa entre os bairros Rincão Gaucho e Rincão dos Ilhéus. A empresa seria a http://www.himaco.com.br/  do ramos de máquinas injetoras termoplásticas.  Do que comentei no post anterior sobre o assunto, acrescento: considerando que fossem necessárioas 3.333 cargas de terra para o aterrar o terreno que a empresa comprou para instalar-se, e que isso demanda-se a cedencia e uso, para tanto, de quatro caminhões e, pelo menos uma carregadeira, calculei que haveria ainda um custo, durante os quatro meses de operação ininterrupta para suprir, realizar o pedido, de cerca de R$ 30 mil com despesa de pessoal.  Outros R$ 6 mil, com combustivel. Ou seja, um custo direto final, em quatro meses de operação de carga, transporte, descarga, ficaria ao redor de  R$ 36 mil.  Não esta ai, evidemente, considerado a depreciação dos veiculos.  Quer dizer: a fora o fato de durante quatro meses, em período eleitoral, a prefeitura disponibilizar apenas para este serviço, parte da sua frota, o que comprometeria outras ações necessárias no município (como a coleta de entulhos, por exemplo), o custo, dadas as dimensões da empresa, não ficaria muito aquém do "incentivo" concedido a outras empresas do município de significância bem menor que esta.  Considerando, de qualquer forma, este valor estimado, acho-o insignificante diante do tamanho do investimento e do custo de aquisição da própria área. Ademais, a empresa certamente já buscou outros recursos, financiamentos e beneficios de outras esferas governamentais bem mais significativos que 3 ou 4 mil cargas de aterro.

Já a critica a atitude dos vereadores em barrar esta benesse pública a uma empresa privada, tem sua razão de ser, mas pode ser feita também a Administração pela extemporaneidade na apresentação do projeto a análise do Legislativo e, mais, pelo fato de - o que tem sido regra - em caráter de urgência.  Ora, tudo que urge tende a não ser feito a luz da razão, para dizer apenas isso, principalmente, em se tratando de questões relacionadas ao Erário Público, ao Serviço Público.  Na urgência se encobre muita coisa ou se dá espaço para outras tantas.  De fato, como não é novidade faltou a atual administração um pouco mais de senso, considerando-se a idoneidade da ação, para lapidadas as duvidas e considerados os pesos e contrapesos, embrulhar o projeto em argumentos consistentes.   A fora isso, os vereadores agiram muito bem, embora, como já disse, se quissessem mesmo prejudicar a administração aprovariam o projeto e veriam o planejamento de manutenção da cidade comprometido, com prejuizo maior para a imagem do Administrador Municipal, do que ele pudesse "lucrar" politicamente pelo fato de estar "atraindo" e ajudando na implantação de uma nova empresa no município. 

Por fim, o fato de gerar novos empregos para estancienses a vida de uma empresa de certa tecnologia de ponta, é relativo.  É sabido que a mão de obra existente no município esta longe de ter a qualificação necessária para este tipo de empresa, ainda mais se considerarmos que o indice de escolaridade da nossa população não é maior que a média nacional, ou seja, menos de 15% da população tem mais do que 12 anos sala de aula - não como repetencia -, referindo-se isso com Ensino Médio completo ou Superior. Assim, empresas de alta tecnologia tendem mais a contratar mão-de-obra de fora do que local, o que incrementa o crescimento populacional, gerando com isso maior demanda por outros serviços que o municipio terá que oferecer, como saude, educação, creches, infraestrutura.  Tudo isso, leva a considerar, dado o volume de beneficios fiscais que recebem,  a implantação de novas empresas nem sempre compensem pelo que geram de novas demandas em serviços públicos.  Mas este é um debate de maior folego que, não tenho qualificações para fazer. A questão é que, Estância Velha, tem pouca área para a implantação de empresa para além das de médio porte.  Mas, enfim, sobre este caso faltou uma conversa mais madura entre as partes. Aliás, isso é artigo escasso no campo politico em Estância Velha. Tudo, sempre é tratado na superficialidade, mais no atropelo. Foi assim com a área de terra adquirida pela prefeitura para ser um parque industrial e um centro de eventos. Esta virando uma "meia área industrial". A ideia de lá ter também um "parque de eventos", foi completamente abandonado, por inviavel as duas coisas juntas. Isso, aliás, já poderei em artigo na época da aquisição da área, proposta pelo Executivo e aprovada pela Câmara de Vereadores.

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