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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Corrupções menores


A corrupção é uma pratica que,  “à luz do sol”,  é condenada por todos, desde o cidadão mais humilde ao do extrato social mais alto.  Porém, não se furtam na ocasião de buscar o serviço público seja para usufruir do mesmo, seja para arcar com suas responsabilidade de contribuinte, sugerir de forma subjetiva que este ou aquele servidor, dê “um jeitinho” para ele. O tal “jeitinho”  pode ser o de fazer “vistas grossas” a alguma irregularidade ou mesmo  agendar-lhe uma consulta de saúde desconsiderando os outros que possam estar à sua frente, mesmo que seja para a simples concessão de uma nova prescrição de medicamentos.  O pior é que fazem isso desconsiderando todos os prazos e oportunidade que tiveram para buscar o que precisavam no tempo adequado.
 Por outro lado, havendo oportunidade de participação, de intervenção, para controlar ou melhorar os serviços públicos sejam eles em que área forem (educação, saúde, assistência social, habitação, etc.) pouquíssimos se apresentam nos espaços de discussão como conferencias, seminários, conselhos.  Ou seja, o controle social oferece mecanismos de participação para aperfeiçoamento e acompanhamento dos serviços públicos, do poder publico, mas preferimos utilizarmo-nos de “recursos” que criticamos.
Foi o caso, de um usuário que sugeriu que uma servidora integrante da equipe de saúde de uma unidade desse “um jeitinho”  para ele conseguir a receita relativa a medicação de uso continuo de que necessitava.  Ou seja, a servidora deveria avalizar a disciplicência do usuário em somente procurar o documento que permitiria o uso da medicação (considere ainda que tal medicação é distribuída gratuitamente) após o mesmo já ter acabado.  Não houve, antes, por parte do usuário nenhuma preocupação em procurar o atendimento na unidade, visando uma consulta de reavaliação para uma nova prescrição.  Achou que sua condição (que não era de urgência) era suficiente para que ele fosse passado a frente dos demais.  O que era esse “jeitinho” se não uma forma de corrupção?
Estoicamente e educadamente, a servidora respondeu: “o senhor esta me ofendendo, se falar novamente desta forma, vou denunciá-lo por tentativa de corrupção.”  Isso não chegou a constranger o cidadão o suficiente para impedir que ele tentasse achar uma justificativa para a sua tentativa baseado no fato de que a medicação era imprescindível.  E fez isso, na frente de outros. Só desarmou-se quando um profissional de saúde de nível superior, informou-lhe que a abstenção por um ou dois dias da medicação não seria prejudicial e que, portanto, ele que deixou a medicação terminar para depois lembrar de que ela era necessária, deveria buscar ser atendido como os demais que já aguardavam atendimento e, não buscar passar a frente dos mesmos.
Felizmente, não é de todos os lados que estão pessoas cujo conceito de moral é frágil. Embora elas existam tanto de um lado como de outro.  Quando vemos, ouvimos ou lemos praticas de corrupção, de peculato, enfim, sejam servidores, sejam empresários, dos mais diversos níveis contra o patrimônio público, nos indignamos por que o ato ganha manchetes, mas e aquelas pequenas corrupções que acontecem no dia a dia? No que diferem das grandes senão apenas nas qualidades ou situações em que acontecem?

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