Pesquisar este blog

terça-feira, 24 de maio de 2011

Sobre aspones, politica e bois de piranhas.

Sobre a matéria vinculada no jornal NH, de hoje, onde a ex-assessora, Inajara Costa, reclama de ter sido, em outras palavras, atirada aos lobos, me fez lembrar que, na arena política, infelizmente, mesmo em escala municipal, é justamente isso.  "Aspones", via de regra, são escolhidos por suposto lastro de liderança comunitária que possa vir depois, a somar na reeleição do vereador.  Este é o principio da coisa.  Em Estância Velha, os "aspones", são decididamente, "aspones".  É certo que por tão "aspones" que eram, fazia-se necessário capacitá-los, para isso, haviam os cursos de "formação legislativa" que,  infelizmente, só aconteciam fora do estado.  Com isso geravam um custo maior ao Legislativo visto que as diárias para viagens inter-estaduais, são cinco vezes maior que as estaduais.  Mas tudo bem.  Não se quer que "aspones" sejam eternos "aspones". Um dia eles devem chegar a condição de "assessor" de fato. 

Por outro lado, também neo-vereadores, necessitam capacitar-se para o exercicio do mandato que o voto lhes legou.  Infelizmente, não existem cursos a altura dos mesmos no estado. Então, também tinham que viajar para fora do estado, gerando custo em diárias e pagamento de quilometros rodados, quando não de passagens.  Tudo bem. Justifica-se, a final queremos vereadores capazes de não apenas ler e intepretar uma lei, como também propor leis novas que ajudem a organizar a sociedade e os serviços públicos e privados.  E não apenas isso, um vereador também tem que capacitar-se para ser de fato, um fiscal da aplicação das leis e do exercicio correto da gestão da Coisa Pública.  E isso tudo, estes cursos certamente proporcionaram aos nossos, hoje, pós-graduados edis.

Bem, tudo isso avalizava, os quase R$ 200 mil gastos no ano passado - até o estouro - em diárias, custeio de quilômetro rodado e taxas de inscrição nos cursos em cidades catarinenses.   Acho que o município, nós eleitores, contribuintes, ganhamos com tudo isso.  Temos hoje, certamente, uma Câmara de Vereadores altamente qualificada em todos os aspectos pertinentes as suas reais atribuições.  Tanto que, estes vereadores aprovaram, com o aval de 70% (segundo pesquisa encomendada pelos próprios) a ampliação do prédio do Legislativo para dotá-lo de um "Centro de atividades Culturais".  Ou seja, investimos, nós cidadãos, tão bem  o nosso dinheiro que podemos nos dar o luxo apoiar que os vereadores construam um "anexo", representativo da nossa própria cultura.  Merecemos.

Mas, voltemos ao caso em epígrafe.  De fato, verificando os gastos oriundos da "síndrome viajante" que se abateu sobre o Legislativo de Estância Velha, no primeiro semestre de 2010, na primeira gestão do vereador Tomé Foscarini, como presidente (foi tão boa que foi reconduzido), Inajara Costa foi, das servidoras assessoras da Câmara, a que menos consumiu recursos em diárias (talvez por que tenha sido nomeada mais tardiamente).   Foram exatos R$ 6.125,40.  Menos que ela, só outra assessora, Rosa Neuhof, com R$ 3.566,75 em diárias e outros R$ 29,50 a titulo de ressarcimento no pagamento de gasolina (pois deve ter usado o próprio veículo para se deslocar em alguma ocasião).     Na outra ponta há servidores que viajaram mais.  A assessora Patricia Bach, tirou R$ 10.204,00 em diárias, concorrendo parelha com, a servidora Amanda Rodrigues, com R$ 10.311,29.   Teve ainda a servidora Bronilda Geiger (serviços gerais) responsável por manter a Câmara asséptica e o cafezinho sempre quente, que também foi capacitar-se em cursos que tinham por tema: "Como fiscalizar a execução orçamentária 2010", que transcorreu em Florianópolis.  Bronilda consumiu R$ R$ 8.167,20.  Valor maior que o de Inajara.   Outros servidores que também participaram nos mesmos cursos ou mais, somando para tantos deslocamentos, valores também superiores aos dispendidos com a "assessora" que foi "sacrificada" a sede do populacho e da mídia, como um "Cristo avesso".

Visto estes números, dou-me em conta da grande injustiça cometida contra a servidora que foi defenestrada do seu cargo.  É certo que, pela entrevista ao NH, havia o aceno do atual presidente Tomé Foscarini, de que a mesma pudesse voltar ao cargo, baixada a fumaça e o incêndio ser apenas cinzas frias.  Ledo engano, dela.  Definitivamente, era e é uma ingênua no que tange a estes meandros comezinos da política municipal.  De qualquer forma, o seu relato e a sua história lembram bem o artifício utilizado por tropeiros ao cruzar com a boiada por um rio de piranhas.  Jogam um boi na frente para entreter os peixes, enquanto a boiada passa incólume.  Em geral, jogam à morte, o boi mais fraco.


PS: não figuram ainda no texto os valores relativos aos vereadores. Na sua totalidade, consumiram mais do que Inajara, a exceção do vereador Claudio Hansen e da vereadora Rosani Morsch.

Nenhum comentário:

Postar um comentário