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quinta-feira, 14 de março de 2013

Cada um com sua história e histórico.

A sessão da Câmara de Vereadores de terça-feira, dia 12, quando ocorreu a segunda votação do Projeto de Lei que extingue os cargos de “assessor parlamentar”, criados em 2010, teve a participação do primeiro suplente de vereador do PT, Luis Carlos Soares, o Carlinhos Vira-Mato.  Eleito em 2000, pelo PTB, fez na verdade campanha para o, então candidato a prefeito, Toco, do PT.  Assim, tão logo eleito migrou para o PT. Em 2004, elegeu-se 402 votos, entrando na ultima das 11 vagas do que, então, era o quadro de vereadores do Legislativo.  Em 2004, foi o quarto mais votado entre os eleitos, com 867 votos.  Em 2008,  entrou com a sexta maior votação entre os nove eleitos, mas com 578 votos.  Já no ano passado,  com 429 votos acabou na segunda suplência do PT.  Deve-se dizer que foi o vereador mais produtivo em termos de apresentação de projetos, muitos dos quais aprovados, transformados em lei, das ultimas legislaturas.

Embora com méritos de atuação legislativa e sendo um vereador com boa articulação oral e bom conhecimento para qualquer cargo no Executivo, nos dois mandatos do PT, nunca foi aproveitado para tanto.  Mas isso, são outros 500. De fato, o PT de Estância Velha, à sombra da liderança do ex-prefeito Toco, nunca conseguiu constituir-se em tendências que disputassem espaço político-ideológico no interior do partido.  Desta forma, qualquer grupo ou individuo militante que se manifestasse de alguma forma critica no debate interno, era escanteado ou deixado à sombra.  O ex-vereador Carlinhos, fez alguma tentativa de sair dessa situação, chegou a presidente do partido, o máximo de poder interno que lhe concederam – mas nem isso abriu caminho para que se posicionasse como um agente político dentro do espaço do Poder Executivo, nos oito anos que o PT esteve a frente da prefeitura de Estância Velha.

O ex-vereador Carlinhos é um legalista.  Tudo que esta na lei é permitido.  Nesta concepção, a lei estabelece que ao Poder Legislativo Municipal é possível dispor ao seu interesse de 7% do valor estimado das receitas correntes do município para cada exercício orçamentário (este ano, por exemplo, o orçamento do Legislativo poderia prever despesas de até R$ 7 milhões).  De posse desse montante, o Legislativo pode fazer o que quiser havendo permissão legal como, por exemplo, criar cargos de assessor parlamentar ou outros que a criatividade dos legisladores parir, com a remuneração que também estes assim acharem que tais cargos merecem.   Podem, inclusive, usar estes recursos para construir ou ampliar a Câmara de Vereadores.  Enfim, dentro do espaço legal, com o dinheiro público os vereadores podem fazer o que quiserem desde que não ultrapassem os 7%  que a lei permite que disponham para isso.  Na lei pode-se tudo que a lei permite. Não importa, no que ser refere a “Coisa Pública”, que isso acabe parecendo anti-ético, imoral, até desonesto. Este é o argumento do legalista.

Pois, o ex-vereador Carlinhos, é dos mais incomodados com a ação do auto-denominado “Movimento pela Transparência Política de Estância Velha”, que na verdade não passa de um grupo informal de não mais do que meia dúzia de pessoas ativas.  O grupo se movimenta buscando divulgar informações, conhecimento para gerar debate a cerca de temas que, via de regra, não chegam ao alcance da população.  A população informada passa a manifestar sua opinião que, paradoxalmente, entra em conflito com o interesse dos vereadores.  É esse o caso que, inclusive, foi a semente do surgimento do “Movimento”, em 2010. A criação dos cargos de “assessor parlamentar”. Agora, nesse mandato, criou-se a oportunidade de revogar aquela lei com a entrada no Legislativo de vereadores  que, em campanha, haviam se manifestado contrários a existência de tais cargos.  O dito “Movimento pela Transparência”,em si fajuto, na consideração do ex-vereador Carlinhos, encetou uma campanha que apenas fez aos vereadores ouvir a opinião da população que queria a extinção dos cargos. Grandeza demonstraram, desta vez,  os novos eleitos e os reeleitos ao votarem na direção do interesse da população.

Carlinhos, assumindo a vaga da vereadora eleita Neila Mana Becker (PT), na segunda votação do referido projeto, votou a favor do mesmo, porém, fez questão de dizer que o fazia em respeito a titular que, na primeira votação votara a favor.  Assegurou que a sua opinião era de votar contrário ao projeto.  E teceu mais algumas considerações e indiretas as pessoas que capinearam o debate defendendo o interesse da população  pela extinção dos cargos de assessor.  Colocou, como é seu direito, em dúvida até mesmo o caráter dos integrantes do Movimento. Disse que no "Movimento" haviam, pessoas que passaram “a vida toda trabalhando como assessor de cargos politicos”.  Evidentemente, se alguém ainda não conhece o meu histórico de vida,  esclareço que se referia a minha pessoa, posto que participo do tal “Movimento” e, isso é público.  

No inicio do ano questionei publicamente o processo eleitoral de Estância
Assim, para ajudar  ao ex-vereador Carlinhos que, diga-se, elegeu-se duas vezes com o meu voto e da minha familia e, nesta ultima eleição, embora não reeleito, contou ainda com pelo menos dois desses votos e teve, na minha casa, afixada placa publicizando a sua candidatura, fiz um resumo do meu histórico profissional e político.  A tentativa do ex-vereador de espalhar cinzânia e dúvida sobre meu caráter e minhas atitude politicas nestes ultimos embates, me entristece.   Devo dizer ainda que, diante das circunstâncias e acusações de que o vereador foi alvo ao longo dos últimos anos, em nenhum momento, duvidei da sua inocência e, continuo acreditando nela.  Agora, no âmbito de sua ação política, infelizmente, cheguei ao limite e devo dizer que, na ultima eleição, errei ao votar nele, embora discordasse frontalmente de todas as suas atitudes no transcorrer do mandato passado.  Votei, e torno público isso, pela condição de militante e filiado do PT que sou.  Mas aqui também infelizmente, o meu partido não se distancia muito, das concepções em relação ao trato destas questões públicas, como esta dos “assessores”,  do pensamento do próprio ex-vereador Carlinhos Vira-Mato.

Esta trajetória profissional e politica  me permitiu firmar as convicções politicas e ideológicas que hoje defendo.

Um comentário:

  1. Caro Daniel:
    O campo político é semeado e regado por debates, uns com bons argumentos, outros nem tanto. Esse debate sobre os assessores, ambos conhecemos nossas posições, no entanto, o que me entristece é a forma que tu usaste, sabe que sempre fui teu amigo, não preciso provar isso, tu bem sabes. Foste um aproveitador de oportunidade, em 2010 tu serias o meu assessor, não te falei antes porque queria te fazer uma surpresa, tenho certeza que faríamos um grande trabalho juntos, mas tuas posições me obrigaram a mudar o rumo da carroça. Tenho a certeza que tu sabes muito bem que a minha hora de chegar ao Executivo vai chegar, pois sou um gladiador, não desisto dos meus objetivos, sei fazer política com ou sem mandato. Podemos nos tornar adversários políticos, mas em mim tens um amigo, mas se quiseres misturar as coisas, tudo bem. Estou precisando mesmo de um adversário que tenha “café no bule” para debater, será um prazer te encontrar na “arena” política. Tenho muito carinho e respeito pela esposa Márcia, pelos filhos João e Saulo, e sempre te respeitei. Leia um pouco das coisas que escreveste sobre mim e perceberás o quanto foste injusto com um amigo.
    Carlinhos
    Ex vereador do PT
    Militante do PT
    E um homem não covarde!

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