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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sobre água, esgoto e futuro.


Em Ivoti se estabeleceu um debate em torno do propósito do Município conceder a Corsan a autorização para fazer a distribuição de água e também a coleta e tratamento do esgoto urbano. A população, que desde os primórdios da fundação daquela comuna, consumiu água não tratada gerada por uma rede de poços artesianos, desconfia do fato da Corsan querer distribuir água tratada oriunda da Estação de Tratamento de Água (ETA) de Campo Bom e captada no Rio do Sinos ou em algum de seus adjacentes.

Por mim, tenho plena certeza de que melhor é consumir uma água que embora incolor, possa até eventualmente, não ser tão insípida nem tão inodora, mas que sei ser tratada seguindo as normas e padrões internacionais que a Corsan segue, do que consumir uma água oriunda de um poço artesiano urbano que embora possa ser incolor, insípida e inodora, não tenha sofrido nenhum tratamento. Não tenho nenhuma duvida que a água mais segura para consumo humano é a da Corsan e, mesmo, a da Comusa venha de que fonte for. Ou devo crer que uma autarquia governamental vá despejar água contaminada, imprópria para consumo humano, nas torneiras da minha casa?

Acho que a discussão esta muito provinciana, pouco educativa. Ivoti está priviligiadamente situada numa topografia diferenciada, mais alto do que o vale de Estância Velha, por esta conta diria mais iluminada de sol. O debate deveria ser menos emocional, mas racional e mais pragmático. Não conheço a prefeita, mas ela parece que está à luz do sol neste debate, todos os demais, estão enfiados na caverna de Platão (Mito da Caverna) achando que as sobras que vêem na parede no fundo, projetadas pela luz da fogueira da discussão apaixonada, são a verdade. É um perigo, um tema tão relevante assim ter um enfoque pequeno.

Este é um debate que exige grandeza de argumentos e verdade de ambos os lados, pois não diz respeito apenas ao hoje, mas ao amanhã, quando todos sabemos água boa para consumo não brotará mais (já não brota) de minas e “olhos d’água”. Precisamos pensar água e saneamento, para não beber amanhã os nossos próprios dejetos como os peixes do Sinos que, infelizmente, não conseguem tratar a água que também precisam para viver.

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