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domingo, 11 de outubro de 2009

Político faz na vida pública o que faz na privada?


Afinal, a casa da cidadã Yeda Cruzius é extensão do ambiente de trabalho da Governadora Yeda Cruzius? Literalmente o que ela faz e adquire no exercício da sua função pública ela pode fazer também na privada? Ou vice-versa.

Em que situação chegamos no Rio Grande do Sul!?. Justifica-se com a tinta e o papel da lei que um ente político, cujo exercício do cargo é transitório, pode usufruir do erário, do dinheiro do contribuinte, para fins privados. Sim, esta é a explicação dada pelos cordatos (ou cordeiros?) defensores do governo de Yeda Cruzius (PSDB, PTB, PMDB, PP). O fato de aparecerem notas cobrando ao cidadão-contribuinte, através do caixa do governo, móveis e outros serviços prestados na casa da senhora Yeda Cruzius, justifica-se pelo fato de ela ser a governadora eleita pelos gaúchos?

Por esta ótica, de que a privada é extensão da atividade pública, o prefeito de qualquer cidade pode adquirir móveis e fazer reformas na sua casa e mandar a conta para a contabilidade da prefeitura. Da mesma forma, o presidente do Legislativo Municipal. A questão é apenas de conceito moral já que a lei permitiria tanto.

É certo que este último fato – o de que a governadora Yeda Cruzius, usou dinheiro do Erário para fins privados da cidadã Yeda Cruzius – não deve também ter sido considerado pela relatora do processo de impeachment, a deputada Zilá Breitembach (PSDB). Até por que é mais recente e outros de igual ou maior nível escandaloso deverão surgir até o final do mais desastrado governo que o estado já teve. Por conta disso, a deputada entendeu, ao assinar o relatório negando andamento ao processo, que todos os fatos, gravações, indícios e provas até agora apresentados a sociedade não passavam de ilações mentirosas, falsas dos que fazem oposição a governadora, dos que rejeitam o seu governo, ou seja, segundo pesquisas, perto de 70% do eleitorado gaúcho. Não se esperava outra coisa da ex-prefeita de Três Passos embora, às vezes, ela pareça constrangida na sua persistente defesa do governo do seu partido, pois deve ter em conta que fez dois governos sérios e isentos sobre os quais não recaiu tantas dúvidas como recaem agora sobre a sua companheira de partido que esta no Piratini.

Tudo isso que acontece no estado, por certo, tem como uma das suas causas o processo eleitoral que se desencadeia tão logo o governante eleito toma posse para cumprir o mandato que lhe delega o eleitor. O que pode servir de refrigério a nossa alma gaúcha é que tudo isso sirva de lição para que estejamos mais atentos ao direito que legamos aos políticos para nos representarem na condução do país, do estado e do município. Não devemos aceitar que eles façam na vida pública o mesmo que fazem na privada.

Um comentário:

  1. O nosso governo virou um show de horrores. Infelizmente, é claro. Estamos no meio de um (des) governo de 2006. O mais engraçado (reflexão levantada por um aluno meu em sala de aula) é que ninguém sabe como ela é governadora...pois já reparou que: "ninguém votou nela" ? Sumiram todos...
    abs

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