Ex-assessora denunciada em farra de viagens quebra silêncio
Inajara Costa se diz abandonada e aguarda intimação para prestar seu depoimento
Estância Velha
- A ex-assessora do presidente da Câmara de Vereadores Inajara Costa reclama que foi abandonada pelo Legislativo depois que seu nome foi citado em reportagem sobre o suposto uso indevido de diárias. Diz que foi orientada a pedir exoneração um dia depois da veiculação, em agosto passado, mas que recebeu a garantia de que em um mês poderia voltar ao trabalho. “A Câmara me orientou, pois assim acalmaríamos a opinião pública. Depois da sindicância, que comprovaria minha inocência, eu voltaria”, relata. “Hoje eu me arrependo de ter solicitado a exoneração. Eu não tenho o que temer, não fiz nada de errado. Deveria ter ficado e enfrentado o caso”, lamenta.
“Eu amava meu trabalho”
A ex-assessora não esconde a decepção por ter deixado Estância Velha. “Tive que vender a minha casa e ir morar com a minha filha em Porto Alegre, pois a cidade inteira me julgava como ladra”, afirma. Quatro meses antes do fato, Inajara conta que recebeu o convite do próprio presidente da Câmara, Tomé Foscarini (PT), para assumir o cargo de assessora. “Eu conhecia o Tomé a muito tempo”, recorda. Porém, quando chegou ao Legislativo, Inajara explica que sentiu necessidade de formação. “Eu queria aprender. Não entendia de política e queria saber como fazer as coisas. Eu amava meu trabalho”, argumenta. A ex-assessora garante que os três cursos que fez foi para aprimorar seu conhecimento e auxiliar nos trâmites do gabinete. “Tenho as minhas anotações dos cursos, meus diplomas e a presença de 100% em todos eles”, garante.
O que diz a Câmara
O presidente do Legislativo de Estância Velha, Tomé Foscarini (PT), explica que uma sindicância apurou as suspeitas em relação às diárias “e não a conduta de Inajara”.
O petista argumenta que, como presidente da Casa, precisou tomar a decisão de afastá-la do cargo depois que o nome dela estava envolvido em um processo. “Mas ela nunca foi abandonada. Decidi pela exoneração até mesmo para protegê-la e deixar com que ela pudesse se defender da melhor maneira”, argumenta.
O petista argumenta que, como presidente da Casa, precisou tomar a decisão de afastá-la do cargo depois que o nome dela estava envolvido em um processo. “Mas ela nunca foi abandonada. Decidi pela exoneração até mesmo para protegê-la e deixar com que ela pudesse se defender da melhor maneira”, argumenta.
Conforme Tomé, a sindicância já foi concluída, mas para recolocá-la no cargo, é necessário o fim da ação. “Quero muito que seja provada a sua inocência”, reitera.
Depois das investigações na Câmara, Tomé apresentou um projeto para baixar o valor das diárias, porém o texto foi rejeitado pela maioria dos vereadores.
Depois das investigações na Câmara, Tomé apresentou um projeto para baixar o valor das diárias, porém o texto foi rejeitado pela maioria dos vereadores.
Ex-servidora diz que não recebia diárias
Em defesa, Inajara garante que, nas três viagens que fez durante seus quatro meses de trabalho como assessora do presidente, recebeu verba indenizatória – valor que não é devolvido para os cofres públicos. “Este dinheiro está garantido pelo Regimento Interno da Casa e seu valor é estabelecido por uma média pré-estabelecida”, explica. A ex-assessora relata que, em nenhum momento foi orientada a devolver o dinheiro ou prestar conta do que foi ou não utilizado. “A Lei estabelecia que eu só tinha que prestar contas do que fui fazer e não do que gastei”, argumenta. O presidente Tomé Foscarini confirma as informações e acrescenta que as diárias são vinculadas com verbas indenizatórias. Ele ainda reitera que essa prática é a mesma de outras Câmaras. Atualmente, a diária para fora do Estado é de R$ 510 e dentro do Estado de R$ 100.
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