A fala do prefeito ultrapassou os preceitos do que se chama de “exercício político”. Entendendo isso como “diplomacia política” também. Dilkin, destampou o baú das mágoas acumuladas no primeiro ano de governo pelos ataques sistemáticos da oposição e de um vereador de um partido aliado. Colocou à audiência de uma platéia lotada, duvidas sobre atos administrativos da administração passada (Toco-Hansen/PT), inclusive com anuência do Legislativo. Mostrando para isso documentos que deixou ao exame dos vereadores.
O prefeito, carregado de mágoas, expôs a público questões que transitam na surdina. “Foi uma lavação de roupa podre”, definiu uma pessoa presente na platéia. Os vereadores, mais citados se pronunciaram com o mesmo ênfase que o prefeito deu a sua fala. O vereador Dudu, ao qual o prefeito disse textualmente: “Vereador Dudu, eu não vou dar emprego para o seu filho. Isso é nepotismo”, chamou o prefeito de “homem sem palavra”. A vereadora Rosani, da qual o prefeito insinou que quando foi secretária da saúde, teria concedido 150 horas extras por mês para servidores que trabalharam na sua campanha, rebateu que “elas continuam sendo pagas” pela atual administração. O vereador Carlinhos, manteve as criticas a administração e disse que o prefeito perdeu a oportunidade para buscar “harmonizar” a coexistência dos poderes.
Ao fim e ao cabo a participação do prefeito na sessão, na tribuna livre, ou foi um marco para o inicio de um processo mais maduro e adulto de embate político, ou foi um “jogar gasolina” numa relação já tumultuada. A segunda hipótese parece mais crível. Infelizmente. O embate esta entrando num terreno vil, pequeno, mesquinho, provinciano.
Há ainda, quase três anos para estes embates saírem do campo da mediocridade e, sentarem na mesa da civilidade-politica. Seria um gesto de grandeza mas isso é difícil, embora hajam vereadores com grandeza no Legislativo, há também quem exerça o mandato com uma miopia clientelista vista nos grotões mais atrasados do país. Da parte do prefeito Dilkin, falta ainda “ginga” política. Para isso obter isso, não é preciso abdicar de preceitos e zelo com o erário público, como se diz preocupado, mas é necessário ampliar o contato com o povo, buscar aliados e preocupar-se menos com o que falam, concentrando-se no seu fazer, na sua gestão, desarmando as “armadilhas” deixadas pelo administrador passado. A critica da oposição seja furiosa, rancorosa, vil ou simplesmente verdadeira, é do oficio de quem esta no poder.
Às vezes, quando estamos sob muita pressão, receber palavras solidárias pode reanimar a vontade de continuar com as metas planejadas, com o trabalho a ser feito. Esse é o objetivo da crônica postada em meu blog: OS EMBATES NA ESTÂNCIA VELHA.
ResponderExcluirÉ difícil manter a postura diante de tantos ataques. Mas colocas muito as palavras: "sentarem na mesa da civilidade-politica"; o que pelo visto não é uma tarefa fácil.
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