O Partido dos Trabalhadores encerrou sábado o seu IV Congresso Nacional onde, afirmou o nome da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, a candidata imposta pelo presidente Lula, como também sua candidata a presidente da República nas eleições deste ano. Não é a candidata dos petistas pois, como afirmam os mesmos “tem uma história muito recente no partido”. Há nos quadros do PT, certamente, nomes com mais “história” partidária e também qualidades tais ou melhores que a ministra Dilma.
Tarso Genro, o multi-ministro (esteve em várias áreas do governo como uma espécie de curinga de Lula, passando pelo Ministério da Educação e, por ultimo, da Justiça) foi também o bombeiro que assumiu o comando do PT, no momento mais turvo do governo Lula (mensalão, Dirceu, Delúblio, etc., etc.), certamente, tinha intenções e credenciais para alçar-se como candidato ao Planalto. No entanto, desde o inicio, a briga interna pelo poder no âmago do PT, não incluía, Tarso. A disputa tinha como ponta o então, todo poderoso ex-ministro José Dirceu, então ocupando o cargo no qual até agora esta Dilma Roussef. Tarso foi, então, "cirurgicamente" extirpado como potencial candidato a sucessão de Lula. Restou a candidatura a governandor no Rio Grande do Sul.
Disputas intestinas são comuns nos partidos. O PT ao alcançar o poder, de imediato iniciou uma luta pelo espólio de Lula, já no primeiro mandato. O caso do mensalão acabou devolvendo para o Lula o controle total. José Dirceu foi defenestrado do centro do poder pelos fatos (embora permanecesse à sombra),. Infelizmente, independente do compromisso programático de que partido for, o pragmatismo impera, ou seja, conquista o poder é a tarefa menos árdua do que se manter nele. Para isso, não raro, princípios morais e éticos antes defendidos são revistos quando não abandonados.
Dilma, agora é a pré-candidata da grande aliança que o presidente Lula, tendo a tiracolo o PT esta construindo para garantir a permanência no poder da “proposta de governo” que já venceu duas eleições. O bordão é um só: “muito foi feito, há mais por fazer”. Ou, como usam militantes entusiasmados, “Lula é o cara, Dilma é a coroa”. Se Dilma for eleita definitivamente o bordão do presidente – “nunca na história deste país” – consagrar-se-a também no campo político tanto quanto ele sustenta que acontece quando fala das ações do seu governo.
Os candidatos postos na disputa de outubro se resumirão a Dilma (PT-PMDB), José Serra (PSDB-DEM), Marina Silva (PV), Ciro Gomes (PSB), os nomes que hoje circulam para a disputas. É certo que não faltarão os tradicionais candidatos de partidos inexpressivos a direita ou a esquerda. Isso faz parte do processo democrático.
No Rio Grande do Sul, Tarso Genro já foi definido no ano passado como pré-candidato do PT. Ex-vice prefeito e ex-prefeito de Porto Alegre, ministro múltiplo, candidato a governador derrotado em 2000, joga cartada definitiva. Seu mais forte adversário já esta definido, será o ex-senador e atual prefeito reeleito de Porto Alegre, José Fogaça, que já esteve no PMDB, foi para o PPS e voltou para o PMDB. Enquanto Tarso ainda costura alianças com outros partidos, principalmente, PTB, Fogaça já tem praticamente definido que seu vice na chapa que deverá homologar seu nome como candidato a governador será do PDT.
Definitivamente, como bradou Julio César ao cruzar o rio Rubicão e conquistar o poder em Roma: “alae jacta est”, numa tradução clássica: “os dados foram lançados” ou, simplesmente, “a sorte esta lançada”. O que na verdade é um esforço metafórico. Em política não existe sorte, existe estratégia, articulação, alianças. Propostas programático-partidárias, o eleitor nem sabe do que se trata. No final, vota pelo encantamento da vitória.
Conhecendo bem a antiga militância petista, dificilmente aqueles fiéis agitadores e carregadores de bandeiras as desfraldarão. Tudo precisará ser pago. Marketing. Custos. Aí temos um tal de cartão corporativo, com gastos sigilosos.
ResponderExcluirE por aí vai.
Se bobear podem ocorrer acidentes...