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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Votação secreta derruba veto a novos cargos no Legislativo



Os vereadores de Estância Velha, na sessão ordinária de ontem, 09 de fevereiro, registraram na essência o desprezo, o descaso, a desconsideração com que tratam os princípios democráticos. No fundo, desceram o ultimo degrau do fosso do desrespeito ao cidadão-eleitor. É visto que a articulação, manipulação de todos os demais edis tem fulcro na ação do vereador Carlinhos Vira-Mato (PT) e do vereador Dudu (PMDB). Assim como manipularam a todos para que votassem a criação dos 11 novos cargos, manipularam o próprio presidente atual para impor um processo de regência das sessões legislativas onde a tônica fosse, cansar a população assistente.

Na primeira sessão ordinária do ano, dia 02.02.10, o vereador Carlinhos, trouxe a plenário, inclusive, um serviço multimídia, para apresentar fotos que corroborassem seu discursos critico a atual administração. Uma ladainha triste e tosca. Mas o plano era mesmo vencer pelo cansaço. Depois os vereadores se derreteram em discursos tão pífios e falaciosos, que fariam corar o mais ardiloso fariseu dos tempos de Cristo, que o Senhor usava como exemplo de pessoa falsa, mentirosa, enganadora.

Ah! O ultimo ato farisaico urdido pela Mesa Diretora da Câmara, foi usar o artifício da “votação secreta”. Assim, o veto foi derrubado por cinco votos a três. Pelas manifestações anteriores, infere-se que votaram a favor do veto, os vereadores Cláudio Hansen (PSB), Sonia Brites (PSDB) e Geada (PMDB). Todos os demais: Carlinhos Vira-Mato (PT), Dudu (PMDB), Django (PSB) e Toquinho (PT), votaram a favor. Tomé Foscarini (PT), na condição de presidente não votou mas era um dos mais ardoroso defensor dos novos cargos.

O presidente Tomé Foscarini (PT) iniciou a sessão de ontem dando a vereadora e professora Sônia Brites (PSDB), secretária da mesa, o papel ridículo de babá contadora da historinha das atas das ultimas sessões com o intuito de fazer o plenário e mesmo os vereadores cochilarem (que o diga o vereador Geada) ou desistirem e irem para casa. Assim eles poderiam levar a termo sem muitos constrangimentos a manobra de votar a derrubada do veto a criação dos CCs. A votação acabou acontecendo cerca de duas horas depois do inicio da sessão.

Bem, de qualquer forma os vereadores atravessaram o Rubicão. Alae jacta est. Lançaram sua sorte para as próximas eleições acreditando na pouca memória da população. Certamente, todos vão concorrer a reeleição. Vão querer continuar “representando” o povo. Bateram nas portas, transportarão eleitores, farão favorzinhos (agora com um ganho adicionar dos CCs), pagarão cervejas, irão a velórios, auxiliarão na compra do caixão. Ou seja, tudo o que sempre fizeram e que sempre os eleitores acharam que é dever de quem é candidato ou vereador fazer. É com isto que contam.

Eu ainda acredito que todo este movimento urdido na cidade de protesto e indignação contra a criação destes cargos de cabos eleitorais (CCs), não foi uma derrota do povo, mas o primeiro passo, de construção de uma outra consciência cidadã. A consciência do polités (aquele que participa da polis, da cidade) e não mais do idiotés (aquele que não participa). E esta consciência deve ficar atenta para que a população não esqueça desse fato, deste episódio triste na política estanciense, pois na democracia brasileira, a cada quatro anos o eleitor tem o direito de dar resposta a aqueles que trocaram o interesse público pelo particular.


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