A sessão da
Câmara de Vereadores de terça-feira, dia 12, quando ocorreu a segunda votação
do Projeto de Lei que extingue os cargos de “assessor parlamentar”, criados em
2010, teve a participação do primeiro suplente de vereador do PT, Luis Carlos
Soares, o Carlinhos Vira-Mato. Eleito em
2000, pelo PTB, fez na verdade campanha para o, então candidato a prefeito,
Toco, do PT. Assim, tão logo eleito
migrou para o PT. Em 2004, elegeu-se 402 votos, entrando na ultima das 11 vagas
do que, então, era o quadro de vereadores do Legislativo. Em 2004, foi o quarto mais votado entre os
eleitos, com 867 votos. Em 2008, entrou com a sexta maior votação entre os
nove eleitos, mas com 578 votos. Já no
ano passado, com 429 votos acabou na
segunda suplência do PT. Deve-se dizer
que foi o vereador mais produtivo em termos de apresentação de projetos, muitos
dos quais aprovados, transformados em lei, das ultimas legislaturas.
Embora com
méritos de atuação legislativa e sendo um vereador com boa articulação oral e
bom conhecimento para qualquer cargo no Executivo, nos dois mandatos do PT,
nunca foi aproveitado para tanto. Mas
isso, são outros 500. De fato, o PT de Estância Velha, à sombra da liderança do
ex-prefeito Toco, nunca conseguiu constituir-se em tendências que disputassem
espaço político-ideológico no interior do partido. Desta forma, qualquer grupo ou individuo
militante que se manifestasse de alguma forma critica no debate interno, era
escanteado ou deixado à sombra. O
ex-vereador Carlinhos, fez alguma tentativa de sair dessa situação, chegou a
presidente do partido, o máximo de poder interno que lhe concederam – mas nem
isso abriu caminho para que se posicionasse como um agente político dentro do
espaço do Poder Executivo, nos oito anos que o PT esteve a frente da prefeitura
de Estância Velha.
O ex-vereador
Carlinhos é um legalista. Tudo que esta
na lei é permitido. Nesta concepção, a
lei estabelece que ao Poder Legislativo Municipal é possível dispor ao seu
interesse de 7% do valor estimado das receitas correntes do município para cada
exercício orçamentário (este ano, por exemplo, o orçamento do Legislativo
poderia prever despesas de até R$ 7 milhões).
De posse desse montante, o Legislativo pode fazer o que quiser havendo
permissão legal como, por exemplo, criar cargos de assessor parlamentar ou
outros que a criatividade dos legisladores parir, com a remuneração que também
estes assim acharem que tais cargos merecem.
Podem, inclusive, usar estes recursos para construir ou ampliar a Câmara
de Vereadores. Enfim, dentro do espaço
legal, com o dinheiro público os vereadores podem fazer o que quiserem desde
que não ultrapassem os 7% que a lei
permite que disponham para isso. Na lei
pode-se tudo que a lei permite. Não importa, no que ser refere a “Coisa Pública”,
que isso acabe parecendo anti-ético, imoral, até desonesto. Este é o argumento
do legalista.
Pois, o
ex-vereador Carlinhos, é dos mais incomodados com a ação do auto-denominado
“Movimento pela Transparência Política de Estância Velha”, que na verdade não
passa de um grupo informal de não mais do que meia dúzia de pessoas
ativas. O grupo se movimenta buscando
divulgar informações, conhecimento para gerar debate a cerca de temas que, via
de regra, não chegam ao alcance da população.
A população informada passa a manifestar sua opinião que,
paradoxalmente, entra em conflito com o interesse dos vereadores. É esse o caso que, inclusive, foi a semente
do surgimento do “Movimento”, em 2010. A criação dos cargos de “assessor
parlamentar”. Agora, nesse mandato, criou-se a oportunidade de revogar aquela
lei com a entrada no Legislativo de vereadores
que, em campanha, haviam se manifestado contrários a existência de tais
cargos. O dito “Movimento pela
Transparência”,em si fajuto, na consideração do ex-vereador Carlinhos, encetou
uma campanha que apenas fez aos vereadores ouvir a opinião da população que
queria a extinção dos cargos. Grandeza demonstraram, desta vez, os novos eleitos e os reeleitos ao votarem na
direção do interesse da população.
Carlinhos,
assumindo a vaga da vereadora eleita Neila Mana Becker (PT), na segunda votação
do referido projeto, votou a favor do mesmo, porém, fez questão de dizer que o
fazia em respeito a titular que, na primeira votação votara a favor. Assegurou que a sua opinião era de votar
contrário ao projeto. E teceu mais
algumas considerações e indiretas as pessoas que capinearam o debate defendendo
o interesse da população pela extinção
dos cargos de assessor. Colocou, como é
seu direito, em dúvida até mesmo o caráter dos integrantes do Movimento. Disse
que no "Movimento" haviam, pessoas que passaram “a vida toda trabalhando como
assessor de cargos politicos”.
Evidentemente, se alguém ainda não conhece o meu histórico de vida, esclareço que se referia a minha pessoa,
posto que participo do tal “Movimento” e, isso é público.
Assim, para ajudar ao ex-vereador Carlinhos que, diga-se,
elegeu-se duas vezes com o meu voto e da minha familia e, nesta ultima eleição, embora não reeleito,
contou ainda com pelo menos dois desses votos e teve, na minha casa,
afixada placa publicizando a sua candidatura, fiz um resumo do meu histórico
profissional e político. A tentativa do ex-vereador de espalhar cinzânia e dúvida sobre meu caráter e minhas atitude politicas nestes ultimos embates, me entristece. Devo dizer ainda que, diante das circunstâncias e acusações de que o vereador foi alvo ao
longo dos últimos anos, em nenhum momento, duvidei da sua inocência e, continuo
acreditando nela. Agora, no âmbito de
sua ação política, infelizmente, cheguei ao limite e devo dizer que, na ultima
eleição, errei ao votar nele, embora discordasse frontalmente de todas as suas
atitudes no transcorrer do mandato passado.
Votei, e torno público isso, pela condição de militante e filiado do PT
que sou. Mas aqui também infelizmente, o
meu partido não se distancia muito, das concepções em
relação ao trato destas questões públicas, como esta dos “assessores”, do pensamento do próprio ex-vereador
Carlinhos Vira-Mato.
No inicio do ano questionei publicamente o processo eleitoral de Estância |
Esta trajetória profissional e politica me permitiu firmar as convicções politicas e ideológicas que hoje defendo. |
Caro Daniel:
ResponderExcluirO campo político é semeado e regado por debates, uns com bons argumentos, outros nem tanto. Esse debate sobre os assessores, ambos conhecemos nossas posições, no entanto, o que me entristece é a forma que tu usaste, sabe que sempre fui teu amigo, não preciso provar isso, tu bem sabes. Foste um aproveitador de oportunidade, em 2010 tu serias o meu assessor, não te falei antes porque queria te fazer uma surpresa, tenho certeza que faríamos um grande trabalho juntos, mas tuas posições me obrigaram a mudar o rumo da carroça. Tenho a certeza que tu sabes muito bem que a minha hora de chegar ao Executivo vai chegar, pois sou um gladiador, não desisto dos meus objetivos, sei fazer política com ou sem mandato. Podemos nos tornar adversários políticos, mas em mim tens um amigo, mas se quiseres misturar as coisas, tudo bem. Estou precisando mesmo de um adversário que tenha “café no bule” para debater, será um prazer te encontrar na “arena” política. Tenho muito carinho e respeito pela esposa Márcia, pelos filhos João e Saulo, e sempre te respeitei. Leia um pouco das coisas que escreveste sobre mim e perceberás o quanto foste injusto com um amigo.
Carlinhos
Ex vereador do PT
Militante do PT
E um homem não covarde!