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quinta-feira, 25 de abril de 2013

A escolha pelo apodrecimento.


Em se tratando da saúde, a realidade do município piora a cada dia. A coisa esta de tal maneira que a questão não é dificuldade de se contratar médicos para atuar no serviço de saúde do municipio, mas sim que mesmo aqueles que, concursados ou contratados, já fazem uma carga horária e atendimento do antigo INAMPS, estão abandonando o barco.

O plantel de “especialidades médicas”, embora disponível apenas para consultas e acompanhamento, está se desfazendo.    A rede de postos de saúde é uma invenção feita de médicos de semana, ou no máximo mês. O que encarece o sistema como um todo pois compromete a resolutividade, geram mais exames, retarda diagnósticos e aumenta a demanda por medicação da Farmácia Básica Municipal.

 Os programas de saúde só existem pelo esforço de alguns poucos profissionais que insistem numa proposta de política de saúde publica que a administração desconsidera, desconhece e quer enterrar por que sai mais caro fazer, hoje, a saúde que o município tinha antes do inicio deste século.  É uma mentalidade do atraso, um conceito medieval de saúde publica.

Na inépcia total de quem esta à frente da gestão da saúde do municipio, recorrem a uma invenção chamada Equipe Diretiva ou  Grupo Gestor.  Onde a "equipe" ou "grupo" só decide após a palavra final do gestor, da secretária de saúde. Ou seja, é uma invenção mesmo.  No fundo, querem deixar o cidadão sem saber a quem recorrer quando precisar ou reclamar dos serviços de saúde deficitários.

A coisa esta “solta”, largada.  A situação é uma gosma que só não desanda mais pelo profissionalismo de alguns servidores que ainda não desistiram de tudo.  Outro dia, ao ser instigado a fazer alguma coisa um servidor setenciou: “eu vou tentar fazer corretamente o que as atribuições do meu cargo exigem, pois, até isso, fazem de tudo para dificultar que a gente faça".  Outro foi mais trágico: "Infelizmente, temos que esperar que esta gestão apodreça de vez".  Para ele, "toda a população que já esta sofrendo, perderá e sofrerá ainda mais, mas desta administração, não espero mais nada que não que tudo apodreça".  Um cidadão disse: "É o que “eles” querem e estão trabalhando para isso”. Referia-se aos que compõe o governo municipal. 

Duro ouvir isso. Retrato de um desalento total.  Fizemos por merecer? É possível.  O que resta agora, se a maioria, dentro do processo eleitoral, ao não votar na proposta que se afirma “estar apodrecendo o sistema de saúde”,  ajudou a reelegê-la? Será que esta realidade não foi notada antes?  Ou será, que as opções eram tão ruins que restou a alternativa de ficar com o que já era ruim mas se conhecia a ruindade?

“A democracia é o pior dos regimes de governo, exceto todos os outros”, teria afirmado Wiston Churchil, Primeiro Ministro da Inglaterra, no período da 2ª Guerra Mundial.  De fato, tal é a realidade que por pior que seja a democracia que nos leva a cometer erros colossais na eleição dos nossos representantes, qualquer outro regime que não seja a democracia é infinitamente pior, por que sequer temos a liberdade de errar, tentando acertar.  

No final, na recepção da secretaria de saúde, quando não encontram a secretária para reclamar no seu meio expediente; na recepção dos postos,  quando não encontraram médicos e, dentistas, (alguns destes pendurados em infindáveis atestados de saúde), ou quando notam que não há sequer gestão de pessoal (no máximo perseguição de pessoal), a população reclama, berra, xinga. Adianta?  Há quem recorra até a policia para "lavrar um BO", denunciando "crime de descaso". Tudo continua ali, na mesma. No máximo, se consegue o que a gestão faz muito bem, ou seja,  resolver questões pontuais - de preferência de "eleitores simpáticos".

De fato, dá a impressão de que o sistema esta apodrecendo e assim estará, irremediavelmente,  por quatro anos. Foi a escolha feita.

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