Em se tratando da saúde, a realidade do município piora a cada dia. A coisa esta
de tal maneira que a questão não é dificuldade de se contratar médicos para
atuar no serviço de saúde do municipio, mas sim que mesmo aqueles que,
concursados ou contratados, já fazem uma carga horária e atendimento do antigo INAMPS, estão abandonando o barco.
O plantel de “especialidades
médicas”, embora disponível apenas para consultas e acompanhamento, está se
desfazendo. A rede de
postos de saúde é uma invenção feita de médicos de semana, ou no máximo mês. O que encarece o sistema como um todo pois compromete a resolutividade, geram mais exames, retarda diagnósticos e aumenta a demanda por medicação da Farmácia Básica Municipal.
Os programas de saúde só existem pelo esforço
de alguns poucos profissionais que insistem numa proposta de política de saúde
publica que a administração desconsidera, desconhece e quer enterrar por que
sai mais caro fazer, hoje, a saúde que o município tinha antes do inicio deste século.
É uma mentalidade do atraso, um conceito
medieval de saúde publica.
Na inépcia total
de quem esta à frente da gestão da saúde do municipio, recorrem a uma invenção
chamada Equipe Diretiva ou Grupo Gestor. Onde a "equipe" ou "grupo" só decide após a palavra final do gestor, da secretária de saúde. Ou seja, é uma invenção mesmo. No fundo, querem
deixar o cidadão sem saber a quem recorrer quando precisar ou reclamar dos
serviços de saúde deficitários.
A coisa esta “solta”,
largada. A situação é uma gosma que só não
desanda mais pelo profissionalismo de alguns servidores que ainda não
desistiram de tudo. Outro dia, ao ser
instigado a fazer alguma coisa um servidor setenciou: “eu vou tentar fazer
corretamente o que as atribuições do meu cargo exigem, pois, até isso, fazem de
tudo para dificultar que a gente faça". Outro foi mais trágico: "Infelizmente, temos que esperar que esta gestão apodreça de vez". Para ele, "toda a população
que já esta sofrendo, perderá e sofrerá ainda mais, mas desta administração, não
espero mais nada que não que tudo apodreça". Um cidadão disse: "É o que “eles” querem e estão
trabalhando para isso”. Referia-se aos que compõe o governo municipal.
Duro ouvir
isso. Retrato de um desalento total.
Fizemos por merecer? É possível.
O que resta agora, se a maioria, dentro do processo eleitoral, ao não
votar na proposta que se afirma “estar apodrecendo o sistema de saúde”, ajudou a reelegê-la? Será que esta realidade não foi notada antes? Ou será, que as opções eram tão ruins que restou a alternativa de ficar com o que já era ruim mas se conhecia a ruindade?
“A democracia é
o pior dos regimes de governo, exceto todos os outros”, teria afirmado Wiston
Churchil, Primeiro Ministro da Inglaterra, no período da 2ª Guerra Mundial. De fato, tal é a realidade que por pior que seja a democracia que nos
leva a cometer erros colossais na eleição dos nossos representantes, qualquer
outro regime que não seja a democracia é infinitamente pior, por que sequer
temos a liberdade de errar, tentando acertar.
No final, na
recepção da secretaria de saúde, quando não encontram a secretária para reclamar
no seu meio expediente; na recepção dos postos, quando não encontraram médicos e, dentistas, (alguns
destes pendurados em infindáveis atestados de saúde), ou quando notam que não há
sequer gestão de pessoal (no máximo perseguição de pessoal), a população reclama, berra, xinga. Adianta? Há quem recorra até a policia para "lavrar um BO", denunciando "crime de descaso". Tudo continua ali, na mesma. No máximo, se consegue o que a gestão faz muito bem, ou seja, resolver questões pontuais - de preferência de "eleitores simpáticos".
De fato,
dá a impressão de que o sistema esta apodrecendo e assim estará, irremediavelmente, por quatro anos. Foi a escolha feita.
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