Vivemos tempos únicos.
Um ex-presidente da República conduzido “sob vara” (coercitivamente, no
juridiquês) para prestar informações a cerca de supostas benesses alcançadas a
ele por empresa que tiveram e tem relação com o governo. Empresários condenados
por corrupção. Lula queixou-se de que nem ele nem a Policia
Federal eram dignos de responderem ou fazerem uma pergunta sobre um brinquedo
que recebeu por vias não explicadas e que que foi batizado com o nome dos seus
netos. Nem tanto. Já disse que votei em Lula, desde quase
sempre. E votei em Dilma duas
vezes. ultima vez, confesso, não com a mesma convicção que da primeira vez,
mas mais diante das alternativas que se colocavam.
Mas vamos ao que interessa.
Já virou um mantra dizer que o que vemos no país atualmente, não esta ai
de hoje. Não nasceu com o governo do PT,
nem com Lula. Aliás, que nunca em outros
tempos houve legislação (de combate a corrupção, delação premiada,
etceteraetal), como as que hoje temos.
Então, os ratos que dilapidam o patrimônio público ficaram incrustados
no poder desde antanho e lá permaneceram quando entrou o novo governo. Imediatamente se colocaram a serviço do
governante de plantão. De qualquer
forma, ao usar dos mecanismos já disponíveis para levantar recursos que
garantisse o financiamento das campanhas e também a permanência no governo do
país, os dirigentes do PT, ofereceram aos que não aceitavam a eleição de Lula e
Dilma, a “deixa” para tentar tira-lo do poder por outros meios “legais” já que
não conseguiram pelo voto. É isso que
tramam.
Já trabalhei no serviço publico, em prefeituras, exercendo
cargos de primeiro escalão (em 5 prefeituras). Já fui assediado ou sofri a
tentativa por conta de fornecedores, para “facilitar”, para fazer
“arranjos”. Na verdade, nunca nenhuma
destas tentativas, qualquer um dos seus proponentes chegou a concluir. Cortava
antes. De forma que, em nenhum lugar por onde passei deixei na
lembrança das pessoas que ainda estão por lá, senão a de respeito ao cargo que
ocupava. Tudo o que tenho de patrimônio material é resultado do trabalho meu e
da minha esposa, do cumprimento integral das atribuições dos cargos que
ocupamos (hoje sou professor do estado e ela enfermeira concursada do
município). Sempre tive por norte que o legado maior que se pode deixar, na
nossa curta passagem por esta vida, é uma história ilibada nem que seja para o
conhecimento de poucos. Tive, talvez, a
sorte de ter convivido, no serviço publico, nos lugares onde trabalhei, sempre
a convite, com pessoas das quais, enquanto convivemos, nunca tiveram outra
atitude que não a de respeito a Coisa Pública.
Conhecendo o que se descortina sobre o Lula pós-governo e
mesmo de fatos durante o seu governo, tenho a impressão de que faltou ele o
entendimento de que a grandeza de sua história merecia maior atenção e cuidado
para não dar “pano para manga” dos que não admitiam o seu governo. E, aliás, devotam-lhe ódio visceral. Lula não sou distanciar-se de aduladores e deixou-se levar pela ideia de que todos lhe deviam pelo governo que fez, construindo uma realidade nova, na primeira década deste século. Achou-se misturado a tudo. Não há homogeneidade na mistura do público
com o privado. São coisas que não se misturam, quando se tenta misturar
cheira mal. Isso Lula e o PT defendiam antes, publico e privado não se misturam; no governo, acharam que a mistura
poderia funcionar. Não funcionou, esta ai, fedendo de forma insuportável.
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