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quarta-feira, 9 de março de 2016

Público e privado, quando se misturam, fede



Vivemos tempos únicos.   Um ex-presidente da República conduzido “sob vara” (coercitivamente, no juridiquês) para prestar informações a cerca de supostas benesses alcançadas a ele por empresa que tiveram e tem relação com o governo. Empresários condenados por corrupção.   Lula queixou-se de que nem ele nem a Policia Federal eram dignos de responderem ou fazerem uma pergunta sobre um brinquedo que recebeu por vias não explicadas e que que foi batizado com o nome dos seus netos.  Nem tanto.    Já disse que votei em Lula, desde quase sempre.  E votei em Dilma duas vezes.  ultima vez, confesso,  não com a mesma convicção que da primeira vez, mas mais diante das alternativas que se colocavam.


Mas vamos ao que interessa.  Já virou um mantra dizer que o que vemos no país atualmente, não esta ai de hoje.  Não nasceu com o governo do PT, nem com Lula.  Aliás, que nunca em outros tempos houve legislação (de combate a corrupção, delação premiada, etceteraetal), como as que hoje temos.  Então, os ratos que dilapidam o patrimônio público ficaram incrustados no poder desde antanho e lá permaneceram quando entrou o novo governo.  Imediatamente se colocaram a serviço do governante de plantão.  De qualquer forma, ao usar dos mecanismos já disponíveis para levantar recursos que garantisse o financiamento das campanhas e também a permanência no governo do país, os dirigentes do PT, ofereceram aos que não aceitavam a eleição de Lula e Dilma, a “deixa” para tentar tira-lo do poder por outros meios “legais” já que não conseguiram pelo voto.  É isso que tramam.


Já trabalhei no serviço publico, em prefeituras, exercendo cargos de primeiro escalão (em 5 prefeituras). Já fui assediado ou sofri a tentativa por conta de fornecedores, para “facilitar”, para fazer “arranjos”.  Na verdade, nunca nenhuma destas tentativas, qualquer um dos seus proponentes chegou a concluir. Cortava antes.  De forma que,  em nenhum lugar por onde passei deixei na lembrança das pessoas que ainda estão por lá, senão a de respeito ao cargo que ocupava. Tudo o que tenho de patrimônio material é resultado do trabalho meu e da minha esposa, do cumprimento integral das atribuições dos cargos que ocupamos (hoje sou professor do estado e ela enfermeira concursada do município). Sempre tive por norte que o legado maior que se pode deixar, na nossa curta passagem por esta vida, é uma história ilibada nem que seja para o conhecimento de poucos.   Tive, talvez, a sorte de ter convivido, no serviço publico, nos lugares onde trabalhei, sempre a convite, com pessoas das quais, enquanto convivemos, nunca tiveram outra atitude que não a de respeito a Coisa Pública. 
  

Conhecendo o que se descortina sobre o Lula pós-governo e mesmo de fatos durante o seu governo, tenho a impressão de que faltou ele o entendimento de que a grandeza de sua história merecia maior atenção e cuidado para não dar “pano para manga” dos que não admitiam o seu governo.  E, aliás, devotam-lhe ódio visceral. Lula não sou distanciar-se de aduladores e deixou-se levar pela ideia de que todos lhe deviam pelo governo que fez, construindo uma realidade nova, na primeira década deste século.    Achou-se misturado a tudo.   Não há homogeneidade na mistura do público com o privado. São coisas que não se misturam, quando se tenta misturar cheira mal. Isso Lula e o PT defendiam antes, publico e privado não se misturam; no governo, acharam que a mistura poderia funcionar. Não funcionou, esta ai, fedendo de forma insuportável.

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