Emenda a Lei Orgânica foi apresentada pelo vereador Carlito (PCdoB) |
A Câmara de Vereadores aprovou na sessão de
terça-feira, dia 15.03, uma Proposta de Emenda a Lei Orgânica Municipal (LOM),
que torna tudo igual como era “dantes do quartel de Abrantes.” Explicando.
O vereador Carlito Borges (PSB) com a anuência de mais dois vereadores
subscritores (é preciso que qualquer proposta de ementa a Lei Orgânica tema a
assinatura de três vereadores para que possa ser analisada pela Comissão de
Constituição e Justiça (CCJ) e ir a plenário para votação) foi o propositor da
emenda que faz voltar a valer o artigo 14 da LOM, que não permite a reeleição
de presidente da Mesa Diretora do Legislativo.
A história da “coisa”
É interessante este “regresso ao original”
que os vereadores haviam alterado em 2010.
Naquele mandato a iniciativa foi tomada para abrir um precedente e
permitir a recondução do então vereador Tomé Foscarini (PT) e impedir que a
vereadora Rosani Morsch, do mesmo PT, na época, postulando o cargo pudesse ser
eleita para presidir o Legislativo. Foi
um golpe urdido pelos próprios vereadores do PT, em uma companheira do próprio
partido. Tudo para evitar que lhe dessem
“palco”, visto que ela ser propunha a uma gestão austera do Legislativo.
Vale dizer, que os vereadores já não haviam
gostado da gestão do vereador Claudio Hansen (PSB) que alçado a condição de
presidente do Legislativo em 2009, impusera algum freio na sangria de diárias
herdada do mandato anterior. Apenas no
ultimo ano do mandato anterior, em 2008, sob a presidência do, então, vereador
Carlito Borges (PCdoB), o gasto com diárias alcançara R$ 222.940,00. Claudio consegui reduzir este gasto para
R$ 85.857,00. Valor ainda, assustador, considerando que a
maioria destes gastos continuavam sendo para que os vereadores realizassem “cursos
de aperfeiçoamento”, todos fora do estado.
Após a gestão do vereador, Claudio Hansen, o
acordo firmado concedia a um vereador do PT (a época com elegera 4 vereadores)
o exercício da presidência do Legislativo , em 2010. Neste ano foram consumidos R$ 164.671,00
apenas em diárias pela Câmara. Na sua
quase totalidade também para a realização de “cursos de aperfeiçoamento” em
cidades de Santa Catarina. Para o ano seguinte, 2011, o acordo garantia que a
presidência continuasse com o PT. A
postulante ao cargo era a vereadora Rosani.
Como ela foi a única que nunca havia feito uso do expediente de diárias
para aumentar os ganhos como vereadora, não pareceu aos demais, principalmente,
aos “companheiros/colegas” do próprio
Partido dos Trabalhadores, que o esquema de perdulariedade com o dinheiro
publico seria mantido no Legislativo. Por conta disso o próprio PT acabou
avalizando a ideia de modificar a lei orgânica para garantir a reeleição de
Tomé Foscarini. Foi o que ocorreu. Vale
dizer que a ex-vereadora Rosani Mosch, deixou o PT, filiou-se ao PSD, e em
2012, concorreu a vice-prefeita, numa coligação com o PSB.
No mandato seguinte, o vereador Lotário “Saci”
Seevald (PSB) embora tivesse uma bancada minoritária, conseguiu alçar-se a
condição de presidente do Legislativo já no primeiro ano do mandato. Depois, no segundo ano, deu outro drible nos
demais vereadores e usando da permissão concedida pela modificação no artigo 14
da LOM, no mandato anterior, qualificou-se para um segundo ano como presidente.
Foi eleito. No ano, seguinte, o PT (que neste mandato conta com três
vereadores), conseguiu articular-se para garantir que a vereadora Neila “Mana”
Becker (PT), chegasse ao comando da Mesa Diretora. A idéia era de garantir-lhe também uma
reeleição ao final do exercício. Como
arranjos entre vereadores nunca são amarrados os suficiente para garantir que
sejam cumpridos, viu-se fora do páreo. Nele entrou o vereador Carlito (PCdbB),
o vereador Luciano (PPS) e a vereador Sônia (PSDB). No desencontro e desacerto destes, o vereador
Lotário “Saci” Seevald, conseguiu montar uma chapa alternativa que, ao final,
logrou eleita com ele novamente como presidente da Câmara.
Depois do evento da rereeleição de Saci para
o mandato de 2015, o vereador Carlito Borges, ingressou com uma ação na Justiça
tentando anular a eleição para a Mesa Diretora. A ação foi protocolada em
14.12.2015 ( Processo nº 095/1.15.0002864-4), não obteve sucesso. Na mesma direção conseguiu agora a aprovação
da emenda retornando ao texto original que não permite a reeleição para o cargo
de presidente do Legislativo. Ou seja,
na busca por ocupar espaço ou impedir que outro ocupe, vale qualquer artimanha,
como a utilizada pelo próprio PT em 2010, que neste mandato, se mostrou
contrária ao conceito de Democracia da própria Câmara.
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