Semana passada uma matéria do Jornal NH dava conta de que alguns municípios da região gastavam muito mais do que o percentual preceituado na lei em saúde. Dentre estes municípios está Estância Velha. Em muito, a maioria dos municipios ultrapassam o percentual minimo, de 15% sobre as receitas correntes do orçamento municipal, nos gastos com saúde. No caso de Estância Velha, o sistema municipal de saúde teria consumido 34,28% das receitas correntes em 2014. Em 2009, primeiro ano do primeiro mandato do atual Alcaide Municipal, o percentual foi de 27,39%. De fato, entre 2009 e 2014, as despesas com saúde cresceram 80,49% no município.
Ao observerem estes percentuais, haverá, certamente, quem questione: "Como o município informa que gasta percentualmente até o dobro do preceito constitucional e a população não vê isso traduzido na melhora ou ampliação dos serviços de saúde?" De fato, é um paradoxo.
Se observarmos que de 2009 para cá não foi implantada nenhuma nova equipe de Estratégia de Saúde da Familia (ESF) e a administração municipal, inclusive, terceirizou o hospital, parece incompreensivel que a despesa da rubrica saúde tenha aumentado tanto. Veja-se a despesa com pessoal em relação a despesa total da saúde. Em 2009, correspondia a 65,36%. Em 2014, do total das despesas com saúde, 49,90% referiam-se aos gastos com pessoal.
Hospital foi privatizado com o argumento de reduzir despesas com saúde |
Ainda, no final de 2013, a administração encaminhou a terceirização da administração do Hospital Municipal Getúlio Vargas, para o Instituto de Saúde e Educação Vida (ISEV), sob o argumento de que com uma administração privada as despesas com saúde senão reduzissem, não continuariam a crescer em ritmo que preocupassem os cofres públicos. O que se viu? Em 2013, ainda publico, a despesa total do HMGV foi de R$ 7.618.530,04. Em 2014, já privado, sob gestão do ISEV, a despesa do município com o hospital foi de R$ 9.755.023,23 ou seja, um incremento de 28,04%.
Evolução da despesa total com saúde e da despesa com HMGV |
O que se viu, nos ultimos anos foi uma completa falta de politica de saúde no município, que não a de privatizar o hospital e não investir mais na ampliação da rede de atenção primária. Por conta disso, é um tanto incompreensível que o município continue com gastos cada vez maiores em saúde sem apresentar o retorno na ampliação e melhoria dos serviços.
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