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quinta-feira, 21 de junho de 2012

PCdoB deve indicar o vice na chapa do PT para a prefeitura

PCdoB, do ex-vereador Carlito Borges deve indicar o vice
na chapa que terá Pedrinho Engelmann (c) para prefeito
Dia 28 deste mês ocorrem as convenções municipais do Partido dos Trabalhadores (PT) e do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que irá homologar a coligação que será formada ainda com a partipação do Partido da República (PR) e do Partido Republicano Brasileiro (PRB) para as eleições deste ano. Segundo Pedrinho Engelmann, pré-candidato a prefeito pelo PT, a chapa majoritária terá como candidato a vice-prefeito, um nome indicado pelo PCdoB. Até a convenção os comunistas deverão decidir quem comporá a dobradinha com o petista. Durante esta semana os integrantes das comissões executiva dos partidos ainda terão encontros para a "costura" final da aliança a ser homolgada nas respectivas convenções.

Para Pedrinho Engelmann, a coligação constituida tem simetria de afinidade e compromisso politico. "O PCdoB é nosso companheiro histórico nas disputas eleitorais e agora estará de novo conosco na luta pela construção de uma Estância Velha que tenha uma administração pública que orgulhe os estancienses", assinala o pré-candidato petista. Já a adesão a coligação do PR e o PRB, Pedrinho lembra que "são partidos que estão se construindo como expressão politica no município e compuseram a coligação que elegeu Tarso Genro e estão na base do governo Dilma." Para Pedrinho uma das ações mais importantes de um prefeito em Estância Velha é constituir uma ligação permanente com o governo do estado e com o governo federal. "Estância Velha, esta diante desta possibilidade, pois tanto a nivel estadual como federal poderemos ter um "link" direto que ajuda a melhor encaminhar as demandas do município", assegura.

Já o ex-prefeito Elivir Toco Desiam, quem tem participado ativamente das conversações visando a composição de alianças em torno de um projeto de governo e se mostra otimista. "A coligação que estamos constituindo estará apresentando a população de Estância Velha, não apenas um chapa qualificada para a disputa da prefeitura mas também uma nominata de vereadores com amplo conhecimento e inserção na comunidade", assegura Desiam. Para ele o pré-candidato a prefeito, Pedrinho Engelmann, tem história de militancia no PT e experiência da vivência administrativa de uma prefeitura. "Ele foi secretário de administração nos meus dois mandatos na prefeitura e, vem desempenhando muito bem as atribuições do cargo que coordenador do Vale do Sinos, do orçamento Popular e Cidadão, do governo Tarso Genrso", observa o ex-prefeito.
(Comunicação PT-EV. ptrabalhadores.ev@bol.com.br )

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Sobre pragmatismo politico em tempos de eleições

Sou filiado no PT. Já fui mais militante. Antes de filiar-me ao PT, até 1993 fui filiado ao PDT. Lembro que em 1986, aqui no Rio Grande do Sul, os pedetistas tiveram  que “engolir” uma “aliança estratégica” na eleição para o governo do estado. A coligação PDT-PDS (Aldo Pinto-Telmo Kirst), desceu mal pela garganta tanto de pedetistas como dos apenas brizolistas. Mas, tudo bem, o objetivo era Brizola presidente. E ele o que mais foi combatido por aqueles que agora se propunha a coligar estava disposto a isso, então parecia algo necessário ao momento, em vista da primeira eleição para presidente da República que ocorreria logo a frente. O resultado, no entanto, foi que a militância pedetista de um modo geral empenhou-se sem entusiasmo na campanha que redundou na eleição de Pedro Simon (PMDB) e, no fracasso da alição PDT-PDS.
De qualquer forma, o eleitorado gaúcho não “foi de Aldo”, naquela eleição. Simon ganhou e depois nem concluiu o mandato optando por candidatar-se ao Senado, onde os mesmos que votaram nele para governador o levaram e onde ele está já um quarto de século. Brizola, na eleição para presidente recebeu uma votação acachapante no Rio Grande do Sul, mas insuficiente para suplantar a de Lula no resto do país, principalmente, no nordeste. No segundo turno da eleição presidencial, no RS, brizolistas “engoliram o sapo barbudo”, como Brizola justificou o apoio e adesão a campanha de Lula, no segundo turno, e foram todos de Lula. Aliás, a metáfora de Brizola ao se referir a Lula, não era invenção nova considerando a eleição de 1986. No Rio Grande, então, os pedetistas e brizolistas já tinha a garganta preparada para engolir sapos impostos pelo seu líder maior.

Em Três Passos, onde morava, nem mesmo o fato de Fernando Collor ter estado lá, carregado nos ombros pelos dois caciques locais na época o deputado federal Osvaldo Bender (PDS) e o deputado federal Hilário Braun (PMDB), conseguiu mudar o que ja se desenhava, a quase totalidade dos votos em Brizola, no município, migrou para Lula. Infelizmente, isso não se verificou no resto do pais e Collor foi eleito e o resto da história ainda é escrita no Congresso onde o ex-presidente cassado pelo clamor popular, é hoje senador eleito democraticamente por Alagoas e faz parte da base aliada do governo Dilma, do PT.

Lula, perdeu em 1989, concorreu de novo em 1994 e em 1998, de novo, desta vez tendo Brizola como vice. Lula tentou uma outra vez em 2002 e, finalmente, chegou a Presidência. Finalmente, poder-se-ia dizer um representante da “classe trabalhadora” fora eleito por esta mesma classe trabalhadora para comandar o país. Porém, numa Republica Democrática o exercício do Poder Executivo não acontece sem a anuência do Poder Legislativo. De pronto ou se “costura” para a eleição um ampla aliança com partidos de maior proximidade ideológico-programática ou depois que busca isso com aqueles partidos que o eleitorado concedeu assento através dos seus deputados e senadores eleitos, no Congresso Nacional.

Já na quarta tentativa para chegar a presidência da Republica o PT e Lula, mostraram-se menos firmes em relação a busca de alianças com partidos centrados apenas em convicções programático-ideológicas. Eleito, o PT capitaneado por Lula, passou a agir com pragmatismo. No Congresso não tomou conhecimento a cerca do perfil programático dos partidos e menos ainda do caráter e interesse daqueles que compunham os mesmos. Disso resultou que o governo atravessou o primeiro mandato entre turbulências que não o impediram de impor uma marca que diferenciou do governo anterior, muito embora, não tenha renunciado ou abandonado algumas diretrizes construídas por aquele, principalmente, em relação a economia. O diferencial mesmo foi na área social. Ao final desse mandato, numa nova aliança pragmática, Lula e o PT, colheram a reeleição. O projeto de poder e governo se consolidava e o pais mesmo, as vezes, vacilando transformou-se. Tanto foi assim que, Lula impôs ao PT, uma candidata sem um histórico militante significativo no partido e também dita de pouco carisma. E, mais, construiu nova aliança, desta vez com o sempre parasitário PMDB. No embate com o projeto de poder que remetia ao governo anterior ao do PT/Lula, venceu o projeto já em andamento, com a eleição da primeira mulher presidenta do Brasil.

Há muito anos atrás ouvi um político, num discurso quando da entrada de novos filiados no seu partido dizer o seguinte: “Nosso partido é como um caminhão que segue por uma estrada, acolhemos e damos carona para quem quiser, pois todos podem nos ajudar a superar as dificuldades da estrada e a chegar onde queremos, porém, a direção da condução será sempre nossa.”. Ou seja, a carroceria é grande o suficiente para acolher a todos os matizes, mas a cabine é para quem domina a direção do veículo. Poder-se-ia dizer que os fins justificam as parcerias que se busca para chegar até eles? De um certo modo, os arranjos – muito mais lulista do que petistas – tem servido até agora. Mas isso se pode até dizer em relação a partidos. Porém, algumas dessas alianças pragmáticas trazem consigo figuras que, em certa conta, historicamente, arrastam consigo pechas que, desqualificam ou colocam em suspeição qualquer objetivo que se tenha e que se queira justificar com tais alianças.

Para conquistar a prefeitura de São Paulo, Lula impôs ao PT, um candidato seu. Alguém assim como Dilma, sem o necessário – para os padrões políticos brasileiro – carisma e história dentro do partido. Agora para instar o seu candidato a levantar vôo, rubrica uma aliança com o Partido Progressista (PP). As origens desse partido nem precisam ser comentadas. Hoje, na capital paulista ele esta sob o comando de Paulo Maluf, político por demais conhecido do noticiário político e policial, embora – graças aos manejos legais – responda a inúmeros processos por corrupção, porém, sem ter, ainda nenhuma sentença condenatória visto que navega com desenvoltura e conhecimento no barco que utiliza os infindáveis recursos protelatórios dos códigos processual e penal brasileiro. Não fosse a proeminência de Maluf sobre o PP paulista, diante do conceito pragmático que Lula vem impondo ao PT, se digeriria tal aliança. Até por que, em Porto Alegre, a senadora Ana Amélia Lemos (PP), considerando o ideário pepista, defendeu - mas foi derrotada pelo seu próprio partido -, uma aliança muito mais esdrúxula, esta com o PCdoB, tendo em vista agora a prefeitura da capital e, na próxima eleição, sua ambicionada candidatura própria ao governo do estado.   Aliás, partido este, o PCdoB, que também vem seguindo a liga do pragmatismo explicito do PT, porém, muito mais buscando a sobrevivência do que algum propósito de governo com a sua verve político-programática.

Em política, como se vê, ao norte ou ao sul, ao leste ou a oeste, num regime democrático, tudo é possível, embora, às vezes, se custe a compreender. A nível municipal, em se tratando de arranjos, alianças, coligações com propósitos eleitorais, também não foge disso. É certo que no âmbito do município, o verniz ideológico inexiste de um modo geral. O programa partidário é apenas para o papel. E este, é pouco o nada conhecido pelos militantes e mesmo dirigentes partidários a fundo, senão na sua superfície. Assim, nas eleições municipais são bem mais aceitáveis, em vista das disputas paroquiais de grupos ou em vista de quizilas pessoais, alianças entre partidos de fundamentos divergentes na sua essência. Não havendo impasses pessoais, lideres partidários e partidos até ontem adversários logo podem compor uma aliança com o fim específico de defenestrar do gabinete do Executivo o desafeto lá instalado.  E, na onda disso, ainda, eleger uma bancada no Legislativo que possa servir a uma certa referência de distanciamento político-ideológico. Mas isso também é muito relativo.


Lula, Haddad, candidato a prefeito pelo PT em São Paulo
e Paulo Maluf, presidente do PP paulista.
 De qualquer forma, todo este arrazoado, não amaina o fato de ver-se, Lula e o PT, em São Paulo, abraçados, não apenas com o PP mas com o símbolo maior de tudo aquilo que se fala mal da política no país. Enfim, até onde se pode construir alianças com partidos – que são a essência da democracia, posto que representam a não unanimidade ideológica e política – mas que carregam ou são dominados por figuras como Paulo Maluf e, mesmo, seus congêneres espalhados pelos pais no mesmo ou em outros partidos? Não há como duvidar da idoneidade do partido, mas é possível manter-se invulnerável as práticas que personagens que os lideram representam ou representaram na política? De certo, eu preferiria não ver uma foto como esta que circula pelo noticiário do país e que dói em minhas convicções.  Porém, aqui em Estância Velha, uma tal aliança com um PP, cujos integrantes estão muito distantes desse que cumprimenta Lula na foto, seria bem mais digerivel.  Lembro que em Sapiranga, o prefeito é do PT e o vice do PSDB.  Tal situação que lá se construiu em Estância Velha, hoje é algo impensável, mas no futuro... ah, a politica.

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sexta-feira, 15 de junho de 2012

Mais uma "devolução" do Legislativo para o Executivo

Nesta sexta-feira (15) o prefeito Waldir Dilkin, acompanhado dos secretários da Fazenda e Administração, Nelson de Vargas e Daniel Eltz, respectivamente, receberam das mãos do presidente da Câmara de Vereadores, Valdeci de Vargas, um cheque no valor de R$ 500 mil. A Câmara repassou ao Executivo a sobra da verba do Legislativo dos seis primeiros meses do ano, antecipando assim a verba para pagar a primeira parcela do 13º salário dos servidores municipais. O secretário da Fazenda, Nelson de Vargas, garantiu que na próxima segunda-feira, os servidores receberam a primeira parcela. (Assessoria de Impressa da Prefeitura)

O gesto nobre, democrático, cidadão e soberano, do presidente da Mesa Diretora da Câmara de Vereadores de Estância Velha, Valdecir "Django" de Vargas (PSB), antecipando a devolução de recursos que o Legislativo, normalmente faz ao final do ano ao Executivo, ajudará que este possa honrar a tradição antecipar parcela do 13º dos servidores públicos. É um gesto que merece ser partilhados, por outros benevolentes vereadores. Para garantir a relevância do gesto, chame-se ainda secretários, então o prefeito Waldir Dilkin, o vereador Dudu (PMDB), ex-voraz critico da administração municipal, da qual seu partido faz parte e a vereador Rosani Morsch (PSD), critica permanente e contundente desta mesma administração, posam, sem qualquer constrangimento em sorrisos de cortesia e gentileza. Todos crentes de que dinheiro público mal gerido possa assim ajudar a regar a seara de votos de todos.

A propósito deste gesto diga-se que o orçamento deste ano do Legislativo é da ordem de R$ 3.610.000,00. Deste valor, a prefeitura repassa mensamente para a Câmara R$ 300.000,00. Ou seja, em cinco meses a prefeitura ja repassou um total de R$ 1.504.000,00. Neste mesmo período a Câmara consumiu R$ 716.171,00, o que resulta num saldo de R$ 787.829,00. Como a Câmara esta repassando R$ 500 mil, é de se supor um saldo de R$ 287.829,00.

Considerando a despesa já efetivada pelo Poder Legislativo, este ano deverá fechar balanço com uma contabilidade da rubrica de "despesas", na orgem de R$ 1,8 milhão. Ou seja, o dobro do valor gasto em 2009, quando a Câmara foi presidida pelo vereador Claudio Hansen, do mesmo partido do presidente atual. Situações assim é que levam a constatação cada vez mais comum de que partidos tem programa e ideologia apenas no papel. Serve apenas para eleger pessoa com carater, personalidade e interesse, completamente diferentes dos objetivos e propostas programático-partidárias.



Considerações sobre o PT e a oposição nas eleições em Estância Velha


A vida é uma sucessão de eventos que ora provocam jubilo, ora nos comovem, ora provocam dor ou apenas nos entristecem. Diz-se que se aprende muito mais na derrota do que na vitória. Pois esta, quando alcançada, não provoca a reflexão que uma derrota instiga. Na política isso é mais verdadeiro ainda.

Raizes: Pedrinho Engelmann, pré-candidato do PT, a prefeito.
Em Estância Velha, o PT venceu a eleição de 2000, utilizando-se de dois fatores decisivos. O primeiro, o anseio de mudança na população, haja visto que o reverzamento no poder de candidatos de um mesmo partido, que só trocavam de vice a cada pleito, mas a essência da direção permanecia inalterada e já esgotada. O segundo: o surgimento de um personagem novo na política do município, o empresário Elivir “Toco” Desiam. Já 1996, elegeu-se vereador, pelo PT, um fato inédito e, mais ainda, por que o partido elegeu dois vereadores. Naquela eleição o PT concorreu também com candidatos próprios a prefeitura, sendo o vice, o atual pré-candidato ao Executivo nas eleições deste ano, Pedrinho Engelmann.

Na Câmara, Toco, chegou a presidir o Legislativo, diferenciando ai também da regra geral vigente. Construiu assim, no campo político, a idéia de um diferencial num campo onde a população vê sempre a mesmice das práticas que tanto critica. Começava ali, o PT a pavimentar sua estrada rumo o Executivo Municipal. Em 2000, o PT colocou Toco na prefeitura. A gestão diferenciada, credenciou-o a representar o PT para um segundo mandato. O resultado foi uma reeleição que atingiu mais de 80% dos votos do eleitorado elegendo três vereadores do partido. A coligação elegeu mais dois, estes do PSB.

Em 2008, com movimentos internos que acabaram não agradando a maioria dos filiados, o PT construiu novamente uma candidatura dita “pura”, embora não composta de “candidatos de raízes”, para a prefeitura. Tal situação, desta vez, não resultou no sucesso e o partido foi derrotado, muito embora Toco mantivesse um alto índice de aprovação do seu governo. Atribuiu-se a derrota “fatores exógenos” que interferiram tanto no partido como na administração. Embora o fracasso na disputa pelo Executivo, o PT elegeu quatro vereadores e ainda dois da coligação derrotada para a prefeitura. Desta forma a oposição teria maioria absoluta no Legislativo. Tal situação, no Legislativo de Estância Velha, no entanto, soma muito pouco para que dali se possa constituir uma força partidária ou de bloco capaz de criar um quadro diferenciado para o próximo embate eleitoral. Tanto é assim, que hoje PSB forma esta tentando se posicionar autonomamente na disputa para a prefeitura este ano. Já o próprio PT sofreu a defecção de uma vereadora buscou prover suas aspirações pessoais num partido recém-nascido, o PSD.

Todo este quadro que se desenrolou a partir da derrota de 2008 e, ainda mais, as lutas intestinas, levou outros partidos a crença de que sem a presença direta e não apenas a onisciência do ex-prefeito Toco, o PT, não tinha mais robustez política e militante suficiente para se posicionar na arena eleitoral com a grandeza que o caracterizou nas ultimas eleições em Estância Velha, para uma disputa numa posição, senão superior, de igualdade com os demais. Assim, jogavam e esperavam, no outro lado da arena, os partidos com alguma relevância eleitoral no município (PSDB, PMDB, PP, PSB, PTB, PDT) junto com outros com expressão ainda microscópica. Assim era o quadro há dois meses. Hoje, com um pré-candidato definido e retomando a parceria política com o PCdoB (partido que na ultima eleição, embora tendo participado dos dois mandatos da administração petista optou por lançar candidato próprio), já esta agregando ainda o PR e o PRB que embora sem expressão política relevante, estão estruturados e organizados no município, adicionando com isso elementos novos ao exercito militante do PT/PCdoB.

A questão, na disputa deste ano, no entanto, embora o PT continue sendo o maior partido de Estância Velha e, ainda, conta com uma liderança política exponencial, como a do ex-prefeito Toco, não é equivoco observar que, se apresentando três ou mais candidaturas para a disputa deste ano, a divisão até agora que se vê é no campo de quem está na oposição ao grupo vencedor do pleito de 2008. A divisão da oposição é francamente favorável a quem esta no governo, sempre. O problema da oposição são os interesses e ambições pessoais, individuais que acabam se disseminando como se fosse uma atitude do partido como um todo. A soberba é a pior inimiga do sucesso. Em política se aplica isso também. Pior ainda, quando impede um diálogo entre os opositores com base em projeto político e de governo.

Em Estância Velha, o PT, pelo que se verifica nos últimos dias, reordenou o seu modo de jogar o jogo. Posicionou-se estratégicamente no tabuleiro. Não é mais uma peça que parecia se auto-imolar. A dificuldade de compor uma “frente” válida, calcada num projeto político e de governo, esta hoje na insistência nos partidos e candidatos de oposição a atual administração, gastarem seu tempo mais espalhando fofocas e falando mal da administração petista no passado (aliás, da qual todos participaram) do que fustigando os defeitos da administração atual. Fazem com isso o “jogo do príncipe”: divide e impera. Se conseguirem sair desta “caverna de sombras” e subirem para a luz do dia, talvez caiam em si, abandonem futricas e reconhecendo o potencial político e eleitoral de cada sigla, construam uma candidatura ou aliança que soma. E isso vale tanto ao PT quanto aos demais partidos que estão na arena da oposição. A questão é encontrar dentro desses partidos, lideres com a grandeza para se aproximarem ao redor de um projeto político em detrimento de um projeto pessoal. Não for assim, não se terá aprendido muito com a derrota, infelizmente. Ou seja, o que inferi no caput deste texto não se aplica em Estância Velha, quando se trata da politica-partidária local.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Despesas com saúde em Estância Velha


O Conselho Municipal de Saude de Estância Velha,  aprovou ontem, segunda -feira, em reunião plenária relatório de Gestão da Saúde, relativo ao 1º Trimestre  do ultimo ano de mandato da administração do prefeito Waldir Dilkin (PSDB). No Relatório de Gestão são apresentadas as principais receitas e despesas realizadas pela Secretaria de Saúde do município. É a forma de acompanhamento do controle social, principalmente, se osse os recursos dispendidos obedecem ao principio constitucional que estabelece que 15% dos gastos da receita geral  do município, proveniente de impostos devam ser feitos área da saúde.  Via de regra os municípios gastam muito mais do que este percentual.  Em Estância Velha, no relatório em questão o percentual alcançou 27,95%.  O valor total dispêndido na saúde, oriundo de recursos próprios dos impostos municipais que no mesmo trimestre somaram R$ 14.079.873,50, foram de R$ 3.935.898,15.  No entanto, o gasto total na saúde no primeiro trimestre deste ano alcançou R$ 5.240.297,68.  A diferença entre este valor e o valor usado para efeito do calculo de percentual constitucional, refere-se a recursos que tiveram como fonte de receita repasses do estado e da união referentes a programas de saúde (transferências diretas do SUS) que não entram na conta para efeito do cálculo.

O Conselho aprovou ainda a destinação de recursos oriundos de uma emenda parlamentar ao Orçamento 2012 da União, proposta pelo deputado federal Danrlei Hinterholz (PSD), no valor de R$ 100 mil, para a aquisição de três veículos leves para servirem de apoio as atividades das unidades de saúde dos bairros Rincão dos Ilhéus, Rincão Gaucho, Campo Grande, Bela Vista e Centro. Os recursos ainda não estão disponíveis. A liberação depende da anuência do governo federal.  Via de regra, uma vez aprovado o projeto para dar destino a ele, segue os tramites e acaba entrando no Fundo Municipal de Saúde apenas no ano seguinte. De qualquer maneira, tais veículos serão de grande utilidade para uma ação fundamental das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) que é o acompanhamento domiciliar de usuários atendidos pelas unidades de saúde que se encontram acamados sem condições de deslocamento. Deve-se dizer que nas condições atuais em que se encontram as equipes, a quase totalidade incompleta, principalmente, com dificuldades de provimento de médicos, os veículos auxiliaram o trabalho de enfermagem na assistência a estes usuários, uma vez que as visitas médicas ficam comprometidas justamente pela insuficiência desses profissionais na equipes de ESF.

Pelo relatório dos gastos do primeiro trimestre deste ano, pode-se estimar que o município deve encerrar 2012 registrando R$ 20.961.187,00 de gastos na rubrica saúde.  Valor este 13,30% acima dos R$ 18.500.000,00 previstos no Orçamento 2012.  Ainda, deste total de recursos, 24,89% é oriundo das chamadas “transferências fundo a fundo”, do SUS.  Não obstante este valor significativo, o total que será despendido em 2012 na área da saúde, representará um crescimento de 43,83% sobre o valor gasto no primeiro ano da administração Dilkin/Schuh (PSDB/PMDB) na saúde.  No ultimo ano do mandato passado do prefeito Elivir Toco Desiam (PT), o gasto com saúde significou 53,57% a mais do que o valor gasto no primeiro ano daquele  mesmo mandato.  É de se lembrar que naquele período foram implantadas quatro novas equipes de saúde da família, concluído a Unidade de Saúde do Centro e implantadas cerca de 12 especialidades médicas.


segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sobre Xuxa, abusos, violência, midia e alguma felicidade.

Quando o Silêncio é a Melhor Alternativa

Heloisa Lima- Psicóloga Clínica

Não vi a comentada entrevista da Xuxa no Fantástico, mas não pude ignorá-la porque em seguida, de forma repetitiva, fui várias vezes indagada a respeito no tocante ao abuso sexual por ela sofrida em sua infância.

Excetuando o surrealismo da revelação, ocorreu-me que aquela, certamente, não era a notícia que desejava ouvir logo no início da semana porque afinal, como uma mulher de 50 anos de vida, aparentemente esclarecida, só agora, passado tanto tempo, resolveu falar a respeito de algo tão grave ?

Parei para refletir e confesso não foi difícil descobrir, isto devido a Xuxa, lá pelo seus primórdios, ter vivido no mesmo condomínio do meu irmão, no Grajaú, RJ.

Lembro-me de minhas sobrinhas, ensandecidas, indo buscar as grotescas sandalinhas cheias de brilho no apartamento dela, na esperança em encontrar com o Pelé que, virava e mexia, dava as caras por lá.

Desde os seus 20 e poucos anos, ela comandou programas infantis cuja tônica foi erotizar precocemente crianças, transformando meninas em arremedos de mulheres sem se preocupar com sua vulgarização.

Esses programas por ela comandados sempre tiveram como mote atropelar o desenvolvimento infantil em sua exuberância, repletos de etapas simbólicas, pasterizando os encantos dessa fase e empenhando-se em exaltar a diferença entre possuir e não possuir os produtos que anunciava ou que levavam sua grife, tais como sandálias, roupas, maiôs, lingeries, xampus, bonecas, chicletes, cosméticos, álbum de figurinhas, cadernos, agendas, computadores, sopas, iogurtes e muito mais, tudo reunido em um universo insano onde ela, a Xuxa, eternamente fantasiada de insinuante ninfeta, fazia biquinhos e comandava a miúda plebe ignara.

Cientes estamos todos de que a Xuxa, durante muitos e muitos anos, defendeu zelosamente seu polpudo patrimônio, utilizando-se da fachada de menina meio abobada que sequer sabia quantos milhões possuía.

Costumava dizer que era a sua empresária, de nome Marlene, que administrava suas posses materiais, cujo montante alegava, candidamente, desconhecer.

Pobre menina rica, e burra com certeza, como se fosse possível alguém tão tapada tornar-se tão rica.
Talvez para esconder a consciência que tinha acerca do quanto ajudou a devastar a inocência de tantas gerações de menininas que lhe devotavam a mais pura idolatria, posou de inocente útil usando a mesma máscara que agora reedita para falar, emocionada, do seu mais novo pretenso drama que, em síntese, constitui mais uma jogada de marketing.

Esqueceu-se que sua audiência, formada na sua massacrante maioria por meninas, passou a ser considerada como alvo da desumana propaganda, colocando-as como mero veículo de consumo.

Esqueceu-se, convenientemente, de comentar que milhares de garotas pelo Brasil inteiro foram abusadas sexualmente no mesmo tempo em que eram, por ela, adestradas a vestir e comportarem-se como verdadeiras lolitas.

Esqueceu-se de que ensinou atitudes claramente ambivalentes para crianças que não faziam a mais pálida idéia do que podiam mobilizar em mentes doentias.

Esqueceu-se de que a erotização tem sido ligada a três dos maiores problemas de saúde mental de adolescentes e mulheres adultas: desordens alimentares, baixa auto-estima e depressão.

Esqueceu-se também que as crianças, diariamente bombardeadas com imagens de paquitas como modelos de uma beleza simplesmente inalcançável enquanto corpos reais, torturavam-se perseguindo um modo de serem belas, perfeitas, saudáveis e eternas.

Estimulando a sexualidade de forma tão precoce, essas meninas perderam grande e preciosa fase do seu desenvolvimento natural com a redução do período da inocência, o que acarretou-lhes desdobramentos nefastos.

Daí a idéia, cada vez mais presente, da infância como objeto a ser apreciado, desejado, exaltado, numa espécie de pedofilização generalizada na sociedade, o que se constituiu apenas em um pequeno passo.

Num país onde as mães deixam suas crias, por absoluta falta de opção, em frente à televisão sem qualquer tipo de controle e sem condições para discutir o conteúdo apresentado, encontrou a Xuxa terreno mais que propício para disseminar sua perversa e desmedida ganância por audiência e dinheiro.

Fosse ela uma mulher minimamente preocupada com a direção que a sexualidade exacerbada e fora de contexto toma neste país onde mulheres são cotidianamente massacradas, teria falado sobre este suposto drama muito tempo atrás.

Teria tido muito mais cuidado com os exemplos de exposição que passava.

Teria norteado seu trabalho dentro de parâmetros muito mais educativos e, dessa forma, contribuído para que milhares de meninas fossem verdadeiramente cuidadas e respeitadas.

Ou teria simplesmente virado às costas e ido embora.

Logo, frente ao seu histórico, não tem mesmo nenhuma autoridade para sustentar qualquer atitude fundamentada em belos e necessários méritos porque, são de grandes valores, bons princípios e atitudes exemplares, que a nossa sociedade necessita de maneira URGENTE.

Portanto, cale-se, XUXA !!!!!!!!!!!!



PS: Posso não concordar inteiramente com o que uma falou e com o que esta esta escrevendo sobre o que ele falou, foi e é. Mas vou sempre defender o direito de ambas se expressarem.  De qualquer forma, reproduzi aqui este artigo, pois achei válido como elemento de análise nestes temos de "mudernidade".  As "crianças da Xuxa" estão ai hoje, muitas das quais já mães e, talvez seus filhos, estejam assistindo ao "Planeta Xuxa" numa destas tardes de sábado não tanto, hoje, por falta de opção, mas como uma opção entre tantas das TVs abertas ou fechadas, feitas com a sonorização da mediocridade, da banalização da arte e da idiotização generalizada das crianças que já não tem mais espaços para brincar e se divertir para além das portas de suas casas e, dentro delas, ficam reféns do computador ou da TV.   Não sei se minha geração teve infância mais feliz que a de hoje (a cada tempo é dada uma felicidade), mas tinhamos mais espaço fisico para expandir nossa alegria e ela era menos condicionada por terceiros, do que é hoje. A felicidade destes tempos de consumismo absoluto parece ser aquela que a publicidade midiática mostra nas vitrines das lojas. Pode ser comprada em prestações e com crédito "facilitado" pelo governo. 

domingo, 10 de junho de 2012

Orçamento de 2012 tem R$ 12 milhões de provisão para o FAPS

Eu sou um semi-alfabetizado em termos de contabilidade. Ainda mais contabilidade pública. O que sei é o Orçamento Público basicamente se divide em duas partes: receitas e despesas. Sendo receita o que se arrecada a partir dos impostos, taxas e contribuições pagas pelo cidadão contribuinte. Já a despesa se realiza por dois caminhos: a despesa de capital (investimento, obras e aquisições de equipamentos, etc.) e despesa de custeio (despesa de pessoal, manutenção, ou seja, tudo que não represente acréscimo o patrimônio público). É até ai que vai meu conhecimento a certa dos meandros que se percorre no entendimento do que chamamos de Erário Público. A propósito: fui pesquisar a etimologia deste termo “erário”. O que encontrei: “do latim aerarium, “tesouro público”, e de aes, “bronze”, o material em que se faziam certas moedas e que se usava também como sinônimo de “dinheiro”. Estamos compreendidos.

Pois, voltando ao núcleo da questão. A dificuldade do cidadão comum intepretar, compreender, os meandros e a composição do Orçamento Público.Em principio ele se dá como previsão e, ao final, como realizado. Desta forma os valores são distribuidos pelas diversas “portas de entradas” da arrecadação e pelas “portas de saída”, das despesas conforme os orgãos que compõe a estrutura administrativa pública. Em Estância Velha, um deste “orgãos” é o Fundo de Aposentadoria dos Servidores Municipais (FAPS). Trata-se este de um dispositivo destinado a prover o futuro dos servidores, constituindo para isso, um “fundo” de forma que se tenha uma “poupança” e, quando da aposentadoria, não seja necessário retirar-se do orçamento o valor a ser despendido para o pagamento da aposentadoria do servidor. Diga-se que, no Brasil, os servidores públicos não se aposentam pelo INSS, visto não serem ceeletistas (CLT), não tem carteira assinada. O fundo resulta de um percentual retido dos salários dos servidores e outro percentual do Executivo (a parte patronal). Considerando o período de 2005 a até o primeiro quadrimestre de 2012, o fundo já capitalizou R$ 18.511.351,00, conforme consta do orçamento do Municipio. Ainda, sai do FAPS o pagamento do salário do servidor em licença de saúde por mais de 15 dias. Ou seja, o gerenciamento do FAPS, realizado de forma conjunta por servidores e o Executivo Municipal, deve zelar pelo equilibrio. Na ocorrência de certo exagero nas licenças de saúde para além dos 15 dias, pode comprometer os recursos do fundo que, como se disse, é para prover o futuro e não as dificuldades do presente.

Mas por que cheguei aqui nesta “ digressão contábil “? É que observei no orçamento deste ano de Estância Velha, que a rubrica “FAPS”, dispõe do valor de R$ 12 milhões. Deste valor, até abril, já realizou R$ 1.372.837,86. Daí pode-se projetar que, neste ano, o fundo terá um acréscimo de R$ 4.118.513,58. Algo em torno de 5% do total da despesa prevista para o ano (R$ 83.659.389,12 ). A pergunta que fica é: por que, cargas orçamentárias, uma previsão de R$ 12 milhões para o FAPS, visto que a mesma, a priori, se verifica, não se realizará e, historicamente, o valor destinado ao fundo, não ultrapassa a 5% do total da despesa do município? Definitivamente, compreender como se desdobra o orçamento público é algo que foge ao alcance do cidadão comum.



quarta-feira, 6 de junho de 2012

Prefeitura já arrecadou 48,35% da receita prevista para o ano.

O Portal Transparencia da prefeitura de Estância Velha, indica que, até maio o Poder Executivo já realizou R$ 41.488.724,01 do total de R$ 85.800.000,00 que constam na previsão de receita do Orçamento 2012. O valor corresponde a 48,35%, de receita já realizada num período de cinco meses. É verdade que os tres primeiros meses do ano são os de melhor arrecadação do município, devido ao pagamento do IPTU.  Tal situação não se repete mais durante o ano, a excessão do mês de dezembro, quando, nos ultimos anos o Poder Legislativo "devolve" o dinheiro que orçou para si mas não conseguiu gastar.  Isso ajuda a que o Executivo retome em parte o equilibrio que perde durante o ano. Como nos valores divulgados pela prefeitura a cerca da sua realização orçamentária são ligeiramente mais atualizados que as informações  que bimensalmente tem que repassar o Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS), pode-se supor que o município realizará uma arrecadação ao redor de R$ 99.500.000,00. Algo em torno de 15% a mais do que o valor inicialmente previsto para arrecadar.  
Noutra ponta estão as despesas, Até maio somaram R$ 39.036.333,47. Pode-se inferir que o ano feche com um valor proximo a R$ 94 milhões.  Nesta conta, seria de supor que a prefeitura encerraria o ano com um superávit orçamentário, ou seja, dentro dos parâmetros legais conforme determina a Lei de Responsabilidade Fiscal.  Há que duvide que estes números de projeções se realizem.  Como uma divisão em cima do realizado e a multiplicação pelo tempo total do ano, é de fato uma previsão linear que não contempla outras intercorrência e não se aprofunda na real situação do Erário Municipal principalmente, no que tange as despesas. 
A dificuldade para se precisar o valor final total que alcançarão as despesas do municipío pode-se observar nas despesas com saúde.  A secretaria de Saude tem um orçamento estimado para este ano de R$ 18.500.000,00.  Deste valor já realizou 46,99% em cinco meses.  Isso projeta um gasto em 2012, desta secretaria de R$ 20.867.851,00. Este valor representa 12,80% a mais do que o previsto. Isso se não houver uma alteração no ritmo da execução orçamentária da Secretaria de Saúde.  Já a Secretaria de Educação, realizou 50,80% do valor total previsto para este ano que era de R$ 26, 3 milhões. Considerando o que já realizou pode projetar que encerrará o ano com uma despesa total de R$ 32,1 milhões, ou seja, com 21% a mais de despesa do que a inicialmente prevista.  

Estas observações são apenas um exercicio, um hobby, meu. Um acompanhamento sem qualquer valor científico contábil mais aprofundado.  O certo é que, no final do ano, como já vi em anos anteriores, não ficam muito longe destas projeções "futuroligistas" sobre o Orçamento Público Municipal.