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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Natalidade em Estância Velha

Muito interessante a matéria do número de nascimentos registrado no Hospital Municipal Getúlio Vargas de Estância Velha,  na arrancada do ano  da edição de hoje do jornal Odiário.

Lembrei que há algum tempo fiz um levantamento da evolução dos partos realizados no HMGV. Nele descobri que até inicio da primeira década deste século, eram realizandos, em média, 700 partos por ano em Estância Velha. Na verdade, conforme registros do Ministério da Saúde (http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0203), em 2001, foram realizados 718 partos em EV. Já em 2009, 506. E, no registro na matéria de ODiário, 493 em 2011, uma queda de 31%, em 10 anos!

Observando que Estância Velha, a olhos vistos teve também um crescimento substancial nesta década em termos populacionais (pelo censo do IBGE num ritmo de 2.5% ao ano), visto que no ano 2000 a população estimada do municipio girava ao redor de 35 mil e atualmente esta estimada em 43 mil. Parece um paradoxo.   O crescimento populacional se deve a que? Há um do fluxo migratório crescente? A redução da taxa de mortalidade da população?  O número de nascimentos atual não deveria também crescer se cresceu a  população? A que se deve a queda substancial do indice de natalidade da população? 

Diga-se que em 2001, á rede de atenção primária em saúde (postos) era composta de 3 unidades que não atendiam em tempo integral e nem realizavam programas como pré-natal, puericultura, diabetes, hipertensao e outros tantos do campo de promoção e prevenção da saúde. Hoje a estrutura (embora atualmente cambaleante)é outra. Terá a implantação da Estratégia de Saúde da Familia (ESF) isso influenciado no descrecimento da taxa de natalidade e também de mortalidade entre a população e, por isso, mesmo nascendo menos gente a nossa população é hoje maior?

A matéria da edição de hoje de ODiário, pode render ainda mais no mesmo caminho da pauta que lhe deu origem como forma de levar ainda mais informação e conhecimento sobre esta área da saúde da população, do que apenas noticiar o fato diferenciado do momento.  Por exemplo: dos partos ocorridos neste inicio de ano quanto foram "partos normais" e quantos foram cesarianas.   Há um indice muito elevado de cesárianas em Estancia Velha, não obstante, a oferta maior através da rede de USF de pré-natal, o que em tese, por oferecer mais informações e cuidados as gestantes, deveria reduzir o numero de cesárias (sempre um procedimento de risco maior para a gestante).  Outra subpauta: em Estância Velha, o indice, num levantamento realizado há uns cinco anos, de gestantes adolescentes (menores de 19 anos) chegava a 20%, este percentual médio permanece?  Se permanece o que pode ser feito ou foi feito para reduzi-lo?  Verdade que no Brasil, o número de recém-nascidos de mães adolescentes corresponde a 26,75% dos nascimentos, havendo variações regionais com maiores taxas no Norte e no Nordeste. Por outro lado, gravidez na adolescente é sempre uma gravidez de alto risco.   Lembro que  também conforme observa nos registros do Ministério da Saúde,  de procedimentos hospitalares realizados em Estância Velha, na clinica de obstetrícia,  em média, 16% são decorrentes de complicações relacionadas a aborto (que podem ser espontâneos ou provocados).  Enfim, é um tema interessante e necessário pois trata-se também de politicas de saúde publica.
 

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