A vida é de graça e precisa ser sempre contemplada e vivida |
Ano passado me dei em conta de que já era um homem cinquentenário. Foram 49 anos em busca desse titulo. Agora dou-me em conta que dei o primeiro passo em busca da "centenariedade". Pensar em ser um "homem bicentenário" é uma utopia para além das possibilidades físicas atuais. Porém, sempre fui utópico, embora escravo da minha racionalidade.
Fazer aniversário, gravar na parede do tempo a marca dos 51 anos de vida é um presente. Lembro perfeitamente que quando fiz 20, pensei comigo mesmo: "Bah! Daqui há 20 anos, no ano 2000, vou fazer 40!" Achei isso ao mesmo tão remoto e assustador. "40 anos!". E hoje já conto o primeiro ano completo da minha "cinquentenariedade". É verdade que estou em plena outonalidade também. O inverno tem ainda algum tempo para chegar mas, lá atrás no fim da minha primavera e inicio do meu verão, pensei que este outono já seria o inverno de toda a minha vida. E, hoje, vejo que o outono é a estação mais plena de uma vida. Quando chegar o inverno, estarei completo. Talvez centenariamente alquebrado, mas completo. Já terei vivido o suficiente para suportar esta estação derradeira com toda a sapiência acumulada nas estações anteriores pelas quais passei com a velocidade adequada para cada percurso.
Obrigado a todos que desejam que eu alcance pelo menos o titulo de "homem centenário". E a todos que me felicitam também felicito-os e agradeço por estarem na minha companhia nestes tempos de angustias e infinitas possibilidades. De agora em diante, tudo é o lucro do que se capitalizou até os 50. Assim é a vida. Sempre uma soma ou multiplicação, jamais subtração, divisão seja qual for o momento. Aprendemos sempre e, por mais que aprendemos, o melhor disso tudo é ter a sapiencidade socrática de admitir: "apenas sei que nada sei."
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