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quarta-feira, 11 de novembro de 2009

É o fim do mundo?


O mundo vai acabar? Previsões catastrofistas sobre o fim dos tempos aparecem com alguma peridiocidade no calendário daqueles acham que existe uma data para tudo terminar. Cabalistas lidam com datas e números num exercício de adivinhação do fim dos tempos. Ora, para os que acreditam na existência do divino, de Deus e juntam a isso datas prováveis da vinda do Senhor, achar que ela pode se enquadrar no calendário ocidental em conjecturas de aproximações com outros calendários usados por povos antigos (como os maias – povo aborígene da América Central exterminado pelos espanhóis- nos quais se baseiam as atuais previsões de que o mundo se finará em 2012), vai contra a lógica. Existindo um ser divino, Deus, o que seria o tempo para ele? Se “Deus é”, o tempo, espaço, com os concebemos não existem para Ele. Então qualquer data que se queira estipular para o fim do mundo não tem nenhum fundamento, porque estamos usando um tempo humano, finito.
Por certo, o mundo, a Terra, assim com o Sol, chegará a um fim. Se começo houve, fim há. Pelo que a inteligência humana já conheceu, houve um começo de tudo o que ai está, de que forma isso ocorreu e por que ocorreu não se sabe explicar ainda. Podemos até explicar como ocorreu, mas é muito pouco provável que se explique por que ocorreu. Se chegarmos a esta explicação, chegaremos a Resposta Definitiva. Chegando nela, não haverá mais a existência. Não existiremos mais, seremos Deus, Aquele que É.
Aos deistas é possível que ao fim de tudo cheguemos a isso, transformemo-nos todos Naquele que É, pois se Dele somos obra a Ele tornaremos. Os ateístas não consideram isso. Para eles o significado e sentido da existência é não ter significado nem sentido algum. Por que precisaria ter? questionam. Para estes a vida moral, independe da existência de Deus basta ter como parâmetro o princípio categórico kantiano: “não faça aos outros (ao mundo) o que não deseja que faça para ti mesmo”.
O dilema da finitude da existência persegue os seres humanos desde quando o cérebro de uma das muitas espécies que vicejavam sobre a Terra desenvolveu-se acima dos cérebros dos demais seres e, num processo rápido de milênios (considerando que a existência do universo é estimada em mais de 15 bilhões de anos e a própria Terra teria ao redor de 4,5 bilhões de anos de vida) fez surgir ao que hoje os cientistas denominam “homo sapiens sapiens”(ou o homem que sabe que sabe). E este homem passou a raciocinar, a imaginar e a buscar – graças a esta capacidade que o diferenciava de todos os demais animais – uma explicação para a existência e, por isso, a tentar adivinhar quando tudo se extinguiria. Surgiram a partir daí em algumas civilizações datas nas formas de calendários que regulavam suas atividades e vidas.
O certo é que o fim de tudo é o fim de cada um, embora deva haver um momento – um tempo – em que tudo aquilo que de algo nasceu a ele retornará e de novo nascerá. Um processo sem inicio e sem fim, ou seja o que Heráclito de Éfeso, filósofo dos primórdios do nascimento do pensamento grego (séculos V a.C), concluiu: “tudo flui”. Fora isso, tudo o mais é artifício para o lucro de poucos (que o diga Hollywood) em cima da ignorância de muitos.

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