Golpe de Mestre ou Golpe nos Mestres?
Nos últimos tempos, a palavra golpe tem estado em voga no Rio Grande do Sul. A própria governadora, usando um derivado, chamou a oposição de golpista, devido às inúmeras denúncias contra o seu governo. No entanto, Yeda esqueceu de mencionar na oportunidade que essas ocorrências não partiam dos seus opositores, mas de seus companheiros de sigla e ex-componentes de sua gestão.
Na última semana, o jornalista Paulo SantAna usou como título de sua crônica a parte inicial que ora denomina esse artigo (Golpe de Mestre). Confesso aos leitores que a palavra golpe, a mim, soa como algo pejorativo. Resolvi então recorrer ao Novo Aurélio, o dicionário.
Inicialmente, o dicionário dá a origem do vocábulo e apresenta um primeiro significado:"bofetada"". Então me lembrei do Piso de Yeda, que na verdade nada mais é que uma "bofetada" na dignidade dos educadores. Acredito que o governo possa até iludir alguns jornalistas inocentes, desinformados ou que agem de má fé, entretanto, dizer que sua proposta contém um novo Piso aos trabalhadores em educação é subestimar a inteligência da categoria.
Mas, continuando a procura no dicionário, deparei com outro significado, que acredito seja bastante pertinente ao tema em questão: "manobra desonesta, com o fim de enganar, prejudicar outrem". Ou seja, essa versão, acredito, explica a parte derradeira do título desse artigo (Golpe nos Mestres). Pois, na minha opinião, a governadora, mais uma vez, "tenta jogar para a torcida", pensando que a população é ingênua, iludida que ganhará aplausos nessa tentativa de golpear mortalmente o Plano de Carreira dos Professores e o Piso Nacional dos Educadores.
Talvez o ilustre jornalista, com a proximidade das festas natalinas, tenha caído no conto do Papai Noel. È absolutamente claro que os fatos depõem contra a governadora, pois não seria apenas um paradoxo, como atitude esquizofrênica, alguém liderar uma ADIN no Supremo Tribunal Federal (STF) contra um Piso de R$ 950,00 e depois oferecer R$ 1.500,00 a mesma referência.
Logo, o que podemos concluir que o Governo do Estado, na tentativa desesperada de melhorar seus índices de popularidade, na esperança de tornar viável sua candidatura à reeleição, inicia outra falácia, semelhante ao do Déficit Zero, agora, a do Pseudo-Piso. Então, Yeda alardeia um Piso, que na verdade, não passa de um abono.
Evidentemente, que esses projetos de Yeda, de Golpe de Mestre nada tem, o que está mais propenso a se configurar, se as denúncias do Mistério Público Federal (MPF) se confirmarem (todos são inocentes até prova em contrário) e fazendo novamente alusão ao dicionário acima citado, há mais um golpe na praça, protagonizado por esse nefasto governo, amparado por sua base aliada, onde já se torna flagrante, o famigerado toma-lá-da-cá da política brasileira. Vale ainda lembrar, principalmente aos parlamentares do bloco de apoio do governo, que no Rio Grande do Sul, ninguém que desrespeitou a educação passou impunemente.
Novamente, como em texto anterior, saliento aos colegas educadores, que é imprescindível, na Assembléia Geral do próximo dia 20, lotarmos o Gigantinho, mostrando que estamos mobilizados e atentos aos conchavos políticos e também, que não pouparemos esforços para denunciar aqueles que votarem contra a educação dos gaúchos. Afinal, que interesses obscuros permeiam essa base parlamentar, que insiste em dar sustentação a um governo que sangrou a maior parte de sua gestão?
Finalmente, dirigindo-me aos colegas que se desesperam pelas inverdades que circulam na mídia tradicional: procurem ficar serenos, pois essa, paulatinamente, começa a sentir o esvaziamento de seu poder de manipulação com o advento da internet e, cada vez mais, o mundo virtual está proporcionando uma democratização da informação e os jornalistas dos grandes conglomerados deverão, inevitavelmente, diminuir a soberba.
Siden Francesch do Amaral-Diretor do 14º Núcleo do CPERS/Sindicato e membro do Conselho Geral da Entidade
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