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segunda-feira, 18 de abril de 2016

O não-voto de Pompeo

Deputado Pompeo de Mattos, queria votar a favor do impeachment, como o PDT decidiu o contrário, absteve-se



Estão criticando, até ofendendo o deputado Pompeo de Mattos (PDT) por ter se abstido de votar pela abertura de processo de impeachment contra Dilma Roussef. Para mim ele agiu coerentemente, embora sua intenção fosse seguir a manada e votar a favor do impeachment apenas para agradar, inclusive, os que nunca votaram, nem votarão nele.

O PDT, fez por sua história, era contra o impeachment, claramente, por se tratar de um golpe mascarado. O PDT, não tomou esta atitude por achar que o governo não é ruim, nem por pensar que não tenha culpa pelos malfeitos no qual foram pegos muitos dos seus aliados; ficou ao lado da presidenta em respeito ao processo democrático que a elegeu. Brizola, não faria diferente.  Pompeo, não queria seguir integralmente a decisão do partido, achou no viés da abstenção, uma alternativa, uma espécie de “não-voto”.

 Neste contexto, a atitude de Pompeo, embora não tenha votado contra o impeachment, foi correta. Demonstrou coragem e alguma fidelidade partidária, coisa que a maioria dos deputados não demonstra. Apenas usam a estrutura partidária para se eleger e defender os interesses dos seus financiadores de campanha.  Os partidos, é verdade, viraram cidadelas de interesses de grupelhos (como diria Brizola), preocupados apenas com o poder para dele usufruir benesses a si próprios.

 Já votei em Pompeo, já trabalhei com Pompeo, há muito tempo não voto e nem trabalho com ele. Discordo de muitas de suas atitudes e iniciativas na Câmara.  Uma destas foi a defesa de uma Proposta de Emenda a Constituição (PEC) para aumentar o número de vereadores, aprovada em 2011.  Em Estância Velha, por exemplo, elevaria o número de vereadores de nove parar 13 vereadores.  Não fosse a mobilização da população através do Movimento Transparência que tomou conhecimento da aprovação da emenda, logo informado a população do fato, teria hoje o município uma despesa adicional com mais quatro vereadores. Coisa que não ocorreu em Três Passos, onde os vereadores aproveitando-se do desconhecimento da população do fato, aumentaram o numero de vereadores passando de nove para 11. Aumentar o número de vereadores não melhora em nada a qualidade do Parlamento.

De qualquer forma, não posso deixar de reconhecer que, embora o correto seria votar como o partido propôs, Pompeo procurou ser o menos infiel (se isso torna menos mal a atitude). Fosse para um lado ou outro, se queimaria, optou pelo meio. Queimou-se também considerado o ponto de vista daqueles que olham este momento de forma caolha.  Para mim, não se distanciou do PDT o tanto que possa ser expulso. Diferente, fez o holistico deputado Giovani Cherini, também do PDT, que votou a favor do impeachment, menos por suas convicções e mais por deixar-se empurrar para o lado do senso comum pensando no agrado de outros interesses, do que no fato do que esta proposta de impeachment é mero engodo para defenestrar uma presidente legitimamente eleita para que, os não eleitos, tomem, de assalto, o poder.

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