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domingo, 5 de janeiro de 2014

Saúde, a desconstrução continua.

As queixas em relação ao atendimento - tanto a demora como a falta de médicos na emergência do Hospital Municipal Getúlio Vargas (agora Hospital Instituto Saúde, Educação e Vida) - não mudaram com a terceirização.  É fato que a situação é recente, mas é fato também que a realidade do hospital não vai mudar sendo privado ou público.  

Saúde é um sistema onde a porta de entrada é a Unidade de Atenção Primária em Saúde. Traduzindo no vernáculo do século passado como entende melhor a nossa Secretária Meio Expediente de Saúde: posto de saúde.   É uma rede de unidades de saúde, ditas básicas (de atenção primária) - onde se trabalha a promoção e a prevenção e de unidades de recuperação da saúde (hospitais, centros especializados).   

Se houver uma rede de atenção primária funcionando e atingindo um maior número possivel da população, reduz-se a demanda pela procura da unidade (hospital) que funciona 24h por dia.  Não é preciso ter uma rede toda funcionando 24h, mas é preciso ter unidades mais próximas (descentralizadas) da população equipadas adequadamente de recursos humanos e equipamentos, e referências que funcionam para especialidades (quando a atenção primária não conseguir dar conta).  Não é preciso ter um especialista em cada unidade de saúde, mas ter-se a quem referenciar, quando necessário. A proposta da Estratégia de Saúde da Familia (ESF) faz parte disso.

O hospital é para a recuperação da saúde que se perdeu por não se ter apoio e acompanhamento com uma equipe de saúde em unidades de saúde.   A emergência do hospital é para EMERGÊNCIAS, não para consultas médicas.  Esta conversa de hospital, como se fosse o centro de um sistema de saúde é do século passado.  Hospital é doença.  Quantas pessoas, efetivamente, doentes procuram o hospital?  Quantas dessas pessoas procurariam o hospital se houvesse uma unidade de saúde funcionando no seu bairro?  Quantas unidades de saúde, equipes de saúde são necessárias em Estância Velha, para alcançar a toda a população (SUS ou não SUS, por que todos tem direito)?  

A propósito disso, de rede, de sistema, quantas novas unidades de saúde foram construídas no municipío nos últimos cinco anos?  Uma.  Quantas equipes de ESF foram implantadas no município neste mesmo período? Mas vejam as proposta e promessas que constam nos programas de governo eleitos e reeleitos pela população que hoje reclama da situação da saúde:

PROGRAMA DE GOVERNO Coligação Estância pra frente de mãos dadas )PSDB-PMDB-PP-PDT-DEM), 2008.  Candidato a prefeito Waldir Dilkin, vice, Sérgio Schuh. Alguns das promessas para a área da saúde.
- Implantação de equipes de ESF em todos os bairros do municipio.
- Construção de uma nova lavanderia no Hospital
- Construção de uma UTI adulta e neonatal
- Atendimento de Raio X 24h
- Informatização integradas dos serviços de saúde.

PROGRAMA DE GOVERNO da Coligação Por uma Estância ainda Maior (PSDB-PMDB-PDT-PPS-PP-DEM). Candidato a prefeito Waldir Dilkin; vice, Ivete Grade. Alguns pontos prometidos para a área da saúde.
- Ampliar as equipes de ESF
- Construir Unidade de Saúde no Bairro Campo Grande
- Construir Unidade de Saúde no Bairro Rincão dos Ilhéus
- Construir Unidade de Saúde do Bairro Lago Azul
- Ampliar o prédio da Farmácia Básica Municipal
- Ampliar e reformar o setor de Emergência do HMGV
- Instalar Pronto Atendimento na Unidade de Saude Bela Vista com funcionamento até a meia noite.
- Instalar Pronto Atendimento na Unidade de Saúde Rincão dos Ilhéus, com funcionamento até a meia noite
- Criar um Centro de Atendimento Materno Infantil

Neste programa não havia nenhuma referência a terceirização do HMGV.

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