O nosso régio alcaide municipal, propala ao vento que
a situação da saúde do municipio esta a beira do precipício. Alega que
chegou-se nesta situação por que os governos federal e estadual não repassam
recursos suficientes para ele fazer ainda melhor "a melhor saúde da
região", nas palavras dele. Em parte é fato o que o
reclamante alcaide argumenta. Mas eu, por murrinha que sou, fui garimpar
informações, dados, números para ajudar o qualificado alcaide de
Estância Velha a dar cimento as suas reclamações. Depois cada qual faça suas
considerações. Vejamos:
1 . No periodo de 2005/2008, a Receita de
Transferências do SUS para o município, alcançou um total de R$
10.692.231,74. Já no período de 2009/2012, chegou a R$ 19.254,455,98.
Ou seja, um crescimento de 80,08%. A que se dizer que neste período, não
foi criado nenhuma nova equipe de ESF e nem ampliado os serviços de
especialidades médicas ou hospitalares, ao contrário o que havia esta sendo
desmontado.
2. Na outra ponta, deve-se dizer que as despesas com pessoal da saúde, saíram de um total de R$ 24.974.627,90 no mandato anterior e chegaram a R$ 41.061.376,29, neste ultimo mandato. Um crescimento de 64,41%. O estranho nisso é que, embora o valor total da despesa com pessoal tenha crescido substancialmente, em termos porcentuais de gasto nesta rubrica em relação a despesa total com saúde, que em 2008 era de 63,78%, caiu para 57,43% em 2012. Outro dado surpreendente em relação a despesa com pessoal diz respeito ao gasto com horas-extras. Em 2008 esta rubrica representou R$ 55.636,86 ou 0,44% da despesa total da secretaria de Saúde. Em 2012, o gasto com horas-extras chegou a 1.631.006,58, o equivalente a 8,11% da despesa total com saúde no ano.
3. Há muitos números interessantes, alguns,
contraditórios com determinadas realidades. Mas por ultimo, com relação a
despesa com saúde por habitante, em 2008, o municipio gastou R$ 283,21 por
habitante em saúde. Em 2012, foram R$ 452,38.
É meio estranho. Antes não havia tanta critica ao
sistema de saúde como hoje e gastava-se menos para oferecer saúde a população,
hoje gasta-se mais e há uma insatisfação crescente em relação aos
serviços de saúde. Se a população reclama, os servidores da saúde, por
sua verz também, no que diz respeito a gestão da saúde. E isso atinge tanto os
servidores lotados no hospital municipal (que deveria ter uma administração
própria e profissional) quanto dos servidores da rede de atenção básica
(unidades de saúde da família) que reclamam que a terceirização do atendimento
médico que coloca nas equipes profissionais descomprometidos com o sistema
municipal de saúde, gerando com isso um custo maior e menor
resolutividade. Os serviços de saúde não evoluem no município mas os
gastos sim. Coisa estranha. O que esta acontecendo?
Uma coisa certa na administração do nosso prolapso alcaide, ele é um ser volúvel, inconstante, no mandato passado, apenas nas secretária de saúde houveram houveram quatro gestores de saúde. O ultimo deles perdura neste mandato com a mesma prática de gestão do século passado, literalmente. Neste caminho adentramos e, agora, apresentam como unica saída passar o patrimônio público para a gestão privada. Será o único possível dadas as circunstâncias em que Estância Velha se afundou nestes ultimos quatro anos e deverá afundar-se mais nestes próximos quatro anos?
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