Um regime republicano e democrático de governo se afirma no
principio da liberdade da população escolher através do voto os representantes
que melhor corresponderem ou
apresentarem propostas de acordo com seus anseios. Dentro deste principio há disputas
idelógico-programáticas dos grupos sociais se fazem representar através de partidos
políticos. Nesse contexto são apresentados candidatos para a disputar o poder
e, a partir dele, implantar o seu programa político-ideológico-programático de
governo. Ora, numa sociedade muito
fragmentada seja pela variedade ideológica (que nem sempre é programática, mas
apenas, pessoal) muitos grupos se apresentam para a disputa do poder. Por conta disso, na divisão dos votos, pode
resultar vencedor o grupo menos representativo nas aspirações do eleitorado.
Em Estância Velha, na disputa eleitoral de 2012, resultou
vencedor o grupo social-politico-partidário minoritário. A coligação de forças
partidárias ao redor dos nomes de Waldir Dilkin/Ivete Grade, saiu vencedora da
disputa com 37,05% do total dos votos dos eleitores que compareceram para
votar. 62,95% não votaram no candidato
vencedor. Dentre estes, 10,91% votaram
em branco ou nulo. Ou seja, não viram em
nenhuma das partes envolvidas na disputa, uma que coadunasse com suas
aspirações em relação ao que esperavam para o município.
Ainda sob este aspecto, a mesma dissensão se vê refletida no
Poder Legislativo. Ali, embora a “gosma”
ideológica-partidária se faz notar com mais clareza. Na disputa da eleição
passada, resultou a seguinte composição: dois vereadores do PSB, três do PT e
um do PCdoB, ou seja, são a oposição ao governo eleito para o Executivo. Para
dar sustentação e defender o governo foram eleitos um vereador do PSDB, um do
PMDB e um do PPS (hoje, transformado no MD, partido da Mobilização Democrática
ou algo parecido). É verdade, concordo,
não se pode dizer que tal divisão seja ideológico-programática. Menos ainda que
quem foi candidato a vereador ou logrou êxito, elegendo-se, tenham de fato noção
do componente ideológico-programático impregnado no estatuto do partido ao qual
estão filiados (isso se leram uma linha da carta programático-estatutária do
partido).
Na Câmara, 66 % dos vereadores eleitos o foram para fazer
oposição ao Executivo eleito pela minoria do eleitorado. Ou seja, percentual,
maior do que daqueles que votaram em outros candidatos que não naquele que saiu
vencedor. Algo complexo, mas ao mesmo
tempo completamente normal numa sociedade democrática. Tal convivência é possivel e deveria servir
para que se estabelecesse um debate produtivo na implementação da proposta
programática vencedora para o Executivo, sob forte fiscalização por parte do
Legislativo da sua execução. É isso que
se vê? Infelizmente, raramente. É regra haver apenas uma oposição destrutiva
(quando há alguma oposição, o que não é o caso de Estância Velha) menos do que
uma oposição propositiva. Até, por que, aquela viceja mais onde o grau de
instrução, conhecimento, dos que entram na disputa ou são eleitos não é maior
do que o da maioria dos eleitores que os elegeram.
Concertação: pacto, união, na busca de soluções alternativas de forma coletiva |
Diante deste quadro, quando se vêem áreas relevantes para o
município, como a saúde, infra-estrutura e desenvolvimento econômico e social
e, ainda, a educação em um descompasso, para dizer o mínimo, poder-se-ia esperar daqueles eleitos ou mesmo
de outra liderança ou mesmo instituição/entidade representativa da comunidade
uma proposta/ideia de concertação a nivel municipal?
Mas o que vem ser concertação? Em resumo poder-se-ia explicar como um
“acordo entre duas ou mais pessoas ou entidades para conseguir determinado
objetivo.” Pode ser politica apenas ou
politica e social. Enfim, concertação é
um pacto, união em busca de um objetivo comum.
Diz-se que “não significa renunciar aos próprios pontos de vista. Mas
buscar pontos de vista comuns para a sociedade avançar na afirmação do valor da
democracia."
Afinal do fim ao inicio o que todos querem é ver Estância Velha,
superar suas dificuldades, ter política,
projeto e ações exeqüíveis para os setores que mais a população vê e reclama como deficitária ou
sem perspectivas de que o quadro venha, em um futuro próximo e mesmo distante, ser
diferente da realidade atual. Uma destas
áreas é, sem dúvida, a da saúde. Onde as
despesas se avolumam, os resultados não aparecem e a demanda é mal
distribuída. É certo que a área a
infra-estrutura urbana e do desenvolvimento econômico-social, também merece
fazer parte do debate desta concertação.
Estância Velha, embora o adjetivo do seu nome não é um município
decadente. Sua economia, baseada na
produção do couro, já não produz riqueza capaz de gerar tributos que
proporcionem ao Poder Público oferecer serviços e implementar obras capazes de
suprir a todas as demandas.
Concertação: ouvir, falar, renunciar, buscar afirmações propositivas |
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