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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Dilkin vence, mas a sua administração é reprovada pela maioria

Olhando para os números que saíram das urnas neste domingo em Estância Velha, não restam dúvidas: o vencedor na disputa saiu derrotado.  Contraditório?  Não.  Estamos numa democracia e nela alcançar-se o poder não necessariamente pelo voto da maioria, mas da minoria. Tudo depende do número de postulantes ao cargo que entraram na disputa.  Foi o que ocorreu em Estância Velha.  O prefeito Waldir Dilkin (PSDB), que em 2008, se elegeu com 12.551 votos (52,15% dos votos válidos), reelegeu-se este ano com 10.329 votos (41,50% dos votos validos).  Na disputa estavam outros dois candidatos como em 2008. Para a sorte de Dilkin, ambos dividiram por igual os votos dos descontentes com a sua administração de forma que ele saiu no lucro.  Fez valer, sem querer um velho adágio usado pelos romanos: “dividet et impera” (divide e impera) e acabou tendo uma espécie de “vitória de Pirro”.
 
Na eleição deste ano Pedrinho e Plinio (este ultimo saiu do PT e concorreu pelo PSB), fizeram um total de 14.558 votos. Somados estes aos brancos e nulos que manifestam a desconformidade do eleitor tanto com o atual prefeito quanto a descrença de que os demais pudessem fazer melhor, chegamos a 17.607 votos. Ou seja, 59,50% dos eleitores reprovaram o governo que se reelegeu.  Ossos da democracia, nem sempre o vencedor ganha uma eleição com a maioria dos votos.

O novo mandato conferido pela minoria a Dilkin lhe proporcionou a oportunidade para sair da administração com um percentual diferente do que este que o elegeu, no que tange a aprovação do seu governo.  Já a oposição que se fez divida, principalmente, devido a interesses individuais e umbigais (os pretendentes olharam mais o seu próprio umbigo do que o propósito de mandar para casa um gestor amplamente rejeitado) talvez faz um “mea culpa” e se reconstrua de maneira menos egoísta. Se não for assim e Dilkin errar igual o que errou neste mandato, corre o risco de fazer um sucessor utilizando a seu favor a divisão que este ano conseguiu reelege-lo. 

Quatro anos é tempo suficiente para se estruturarem lideranças ocupando espaços sociais, se preparando para chegar no ano da eleição como um nome com potencial eleitoral. Evidentemente que para isso é necessário também que tenha “substância” e desenvoltura necessárias a um candidato.  Haverá esta preocupação, esta estratégia no interior dos partidos de oposição ao governo municipal? Ou passarão os quatro anos e só no ano da eleição se estabelecerão disputas internas para buscar se credenciar a uma candidatura ao Legislativo?  Ou restará, lá adiante, apenas a alternativa do ex-prefeito Toco que, diga-se, de passagem, foi a grande alavanca da candidatura de Pedrinho.  Se é que se pode dizer que há em Estância Velha, alguma “esquerda”, nesta eleição observou-se que é majoritária a “direita”. Pena que aquela acabe  por perder-se em si mesma sem conseguir estabelecer uma debate interno maior que aquele movido por vaidades pessoais. Enquanto assim permanecerem, os setores que fizeram a vitória de Dilkin, agradecerão.

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