"Há coisas que eu quero, mas não posso. Há coisas que eu posso, mas não devo. E coisas que eu devo, mas não quero."
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quinta-feira, 29 de abril de 2010
Frase feita, frase gasta
Desgaste denecessário
O projeto referido concedia o percentual que incidiria sobre a remuneração básica do ocupante do cargo de Técnico em Contabilidade da Secretaria da Fazenda da Prefeitura. A justificativa do projeto era de que o percentual era concedido sob o titulo de "responsabilidade técnica". Sobre o assunto algumas considerações, já que os servidores de cargos de nivel médio protestaram contra a indulgência do Executivo querendo o mesmo para si, mormente, os ocupantes dos cargos de Técnico de Enfermagem:
1º) Na contabilidade da prefeitura existe o cargo de Contador. A responsabilidade técnica é inerente ao um profissional de curso superior especializado em determinada área do conhecimento, no caso, a contabilidade. A esta responsabilidade nada se acrescenta que não o próprio vencimento do cargo que deve já conter no seu valor o “custo” em si, da especificidade de um cargo de nivel superior;
2º) O cargo de contador esta vago na prefeitura? O valor básico da remuneração do cargo de Técnico em Contabilidade (nivel médio) é muito aquém (baixo)? Se é, por que não propôs o Executivo apenas rever especificamente este padrão salarial do cargo? Ou não há interesse (o que não se justifica diante do TCE) prover com profissional de nivel superior esta importante função na Fazenda Pública?
3º) A responsabilidade técnica não saúde não esta afeta aos profissionais técnicos de enfermagem cujas atribuições são de nivel médio, mas aos profissionais de nivel superior, no caso dos serviços de enfermagem em qualquer setor de saúde, ao enfermeiro. E, a estes, a responsabilidade técnica também é inerente ao cargo, ou seja, não é razoável acrescer-lhe valor por isso, que não o próprio valor estipulado a título de remuneração;
4º) Se se quissesse remumerar melhor o ocupante do cargo de Técnico de Contabilidade, ter-se-ia que atribuir-lhe funções de chefia administrativa (do departamento de contabilidade, dos serviços de arrecadação, por exemplo) e, para isso, nomeá-lo em “Função Gratificada” com valor conforme previsto no organograma administrativo da prefeitura.
Não se entende por que a Administração se desgasta com este tipo atitude. Mas, enfim, ainda se esta aprendendo os melindres da administração pública e politica de certas questões.
sábado, 24 de abril de 2010
Demagogia e Kerb
Há, em cidades como Santa Cruz, Blumenau e, mesmo aqui perto, Igrejinha (para citar apenas festas atribuídas ao resgate de tradições germânicas, onde a beberagem é explicita e fundamental) que dão a festa roupagem para além do mero consumo etílico. É uma atração valorizada a gastronomia e, até mesmo da produção local da indústria e comércio (evidente que por lá ocorrem também as “tendinhas” de badulaques e quinquilharias como
O diferencial destes municípios e de outros, com eventos de menor porte, é que eles delimitaram um espaço onde a festa ocorre. Um espaço onde o controle da circulação e a segurança aos participantes é maior. Isso, fica difícil no caso do Kerb de Estância Velha. A movimentação se dá em lugar aberto de difícil controle efetivo na segurança dos visitantes e participantes.
Por fim, a colenda Câmara de Vereadores aprovou, no ano passado, por unanimidade que a Prefeitura adquirisse uma área de terra para servir a instalação de um tal “parque industrial” e um centro de eventos. Ora, estava explicito na aquisição que eventos como o Kerb e outros que acontecem em ruas e espaço dentro ou próximo ao centro, passariam a ser realizados lá. É claro que com a infra-estrutura adequada o local pode se transformar também numa atração turística importante, propiciando inclusive a redução dos custos de organização da festa mediante a cobrança de ingresso.
A idéia era tão boa que mesmo os vereadores de oposição - e este que quer que o Kerb continue no centro da cidade, para o tormento da população circunvizinha - aprovou. Por que agora esta nova e brilhante “idéia” que propõe a manutenção do Kerb no centro da cidade?
A alegação de que o local onde se pretende realizar a festa ficaria distante para o deslocamento da população é esdrúxulo. Ele parece desconhecer que a imensa maioria da população que participa do Kerb vem bairros e visitantes de outras cidades, ou seja, igualmente distantes do centro. Ademais, qualquer que seja o local, por certo a facilidade de acesso será também pensada, tanto quanto que o ingresso seja a preços populares.
A realidade é que não existe lugar que seja perto para todos. Já o argumento da tradição da festa no centro não se sustenta por que não é o espaço adequado para tanto, nunca foi, cresceu e precisa ser pensado de forma sustentada, profissional. Há muito de ranço demagógico em algumas atitudes de alguns vereadores, nesta, o ranço é explicito.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Outro "modelo" de Legislativo
Já a prefeitura, consumiu também no mandato 2005-2008, R$ 411.260,30, na rubrica diárias e passagens. Há que se dizer que a prefeitura possui um quadro funcional muito maior que o Legislativo, embora, quem mais utilize os recursos desta rubrica sejam os cargos em comissão (CCs) e o gabiente do prefeito. No mandato atual, o balancete registra, R$ 81.561,11. Coincidentemente, o mesmo valor também gasto pelo Legislativo.
Informações como estas podem ser obtidas no site do www.tce.rs.gov.br. A Câmara tem um site mas o programa onde estaria a "prestação de contas" não abre (www.camaranovahartz.rs.gov.br) . A prefeitura um site também: www.novahartz.rs.gov.br. Neste há um link "conta públicas" mas não há qualquer post a respeito.
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Participação fictícia
A participação popular nas discussões relacionadas a ações que o Poder Público pretenda tomar, ou mesmo, nas prestações de contas, na elaboração das leis orçamentárias, embora seja uma imposição legal, na realidade não passa de mero exercício retórico. A população de fato não participa de nada. As tais “audiências públicas” convocadas pelo Poder Executivo ou mesmo Legislativo, não conseguem platéia maior que meia dúzia de pessoas, quando mais, se deve a servidores ou assessores públicos que lá comparecem por imposição do prefeito ou dos vereadores. Bom para os gestores e políticos. Saem discursando que “abriram espaço” a manifestação da população, mas esta se omitiu.
De fato, mesmo observa-se maior participação popular ou mesmo manifestações de indignação quando os eleitores se dão contas que as ações dos políticos afetam o seu bolso, ou seja, implicam e atitudes que beiram a ilicitude (algo como a criação de cargos de assessoria). Mas ai, já é um tanto tarde. Via de regra ilicitudes dependem de ações judiciais para serem barradas ou corrigidas e isso demanda, não raro, anos. Neste tempo o mal já foi feito e o prejuízo nunca será reposto na totalidade.
É bem verdade que o emaranhado legal relacionado a atividade publica é tão complexo que o cidadão comum tem dificuldades de digeri-lo. Não faltam por certo, espaços abertos a participação popular, porém, daí até a efetiva participação e de forma critica e construtiva vão léguas feitas principalmente da alienação, da falta de vontade, da incapacidade de compreensão do processo legal, da dificuldade de tempo para se fazer presente e participante. Por tudo isso e, mais alguma coisa, embora a legislação brasileira abra espaço para uma participação mais ampla do cidadão na discussão e fiscalização do exercício do Poder pelos seus representantes, isso, infelizmente, não acontece de forma efetiva e, menos ainda, eficaz. Ainda, no máximo, participação efetiva do cidadão se dá na eleição na hora do voto e, isso por que é obrigatório.