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terça-feira, 7 de maio de 2013

Vereadores derrubam projeto que visava regularizar remuneração dos suplentes

Sessão desta terça-feira tinha um suplente na condição de titular.
O projeto de Lei defendido por Lotário “Saci” Sevald (PSB), Luciano Kroeff (ex-PPS, MD), Claudio Hansen (PSB) e Sônia Brites (PSDB), que entrou na pauta de votação da sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira (07.05), legislava apenas sobre o caso de ausência dos titulares por força de problemas de saúde atestados por médico.  Nestes casos,  uma emenda feita no Regimento Interno da Câmara e na Lei, durante o mandato de 2005/2008, facultava que o suplente, assumindo ganhasse o equivalente a um 1/4 do valor da remuneração mensal do vereador titular impedido. Isso corresponde hoje, a R$ 1.100,00.  Se comparecesse a apenas uma sessão, ganhava este valor, se a duas outra parcela igual.    

A questão é que este artificio de "dar espaço para o suplente" virou uma pratica corriqueira e como era só possível mediante ausência remunerada do titular por alegados “problemas de saúde”, utilizava-se do artificio de "atestado médico".  Acredita-se que todos concedidos legitimamente.  Por certo, havemos de concordar que assim como um médico não concede um atestado de saúde a um trabalhador da iniciativa privada ou do serviço público apenas “a gosto deste”, não colocaria sua assinatura alegando que determinado cidadão-vereador deveria ficar por sete, 15 ou mais dias em repouso em recuperação por alguma morbidade de que tivesse se recuperando, sem que isso fosse verdade.

O que pretendia, então, o projeto  defendido pelos vereadores epigrafados? Apenas regular a questão nos termos do que ocorre nas relações de trabalho de uma forma geral.  Primeiro, impedir o mal uso do mecanismo legal, segundo, regular pelo valor dos dias trabalhados e remunerados ao vereador titular.   Ou seja, dividir o valor mensal da remuneração do vereador por 30 e pagar ao suplente que estiver assumindo o valor correspondente aos dias atestados ou que ele estiver convocado para assumir.  Assim, se assumisse apenas por uma sessão, receberia o equivalente a R$ 143,00 (R$ 4.300,00 / 30dd).  Se o atestado médico do titular o impedisse por cinco dias, receberia o equivalente a isso enquanto durasse a convocação. 

Diga-se que com ou sem atestado o suplente só é chamado por convocação do presidente da Câmara.   Assim, mesmo que este projeto não tenha sido aprovado, o suplente só assumirá e ganhará o valor se o presidente convocá-lo para assumir.    Ainda, o vereador titular pode ausentar-se alegando questões particulares.  Dai, não recebe.  O suplente se for convocado receberá pela sessão em que estiver a titulo de "jeton", o valor de 1/4.  Ou seja, se a intenção é estimular e retribuir ao suplente que, ao também concorreu, ajudou a fazer a legenda que elegeu o titular (conforme alegaram os vereadores que votaram contra o projeto, na tribuna), faça esta gratidão renunciando durante um mês ou duas sessões a própria remuneração e não fazendo favor com dinheiro público a custa de um alegado “problema de saúde” que possa ser colocado em dúvida.  É simples. Isso ajudaria a “oxigenar” o partido, estimular o suplente. Não é preciso usar de artifícios que ao invés de dar brilho ao exercício do mandato legislativo o turvam.

A propósito os vereadores que votaram contra o projeto foram: Carlito Borges (PCdoB), Neila Mana Becker (PT), Euclides Gringo Tisian (PT), Samuel Muga Jantsch (PT) e, o suplente do PMDB, Carlos Geada Dietrich (na sessão assumindo em lugar de João Dudu Godoy, efetivamente, passando por problemas de saúde e afastado por recomendação médica).  O resultado acabou sendo 5 x 3 (o presidente da Câmara só vota em caso de empate).

No meu entendimento, nenhum deles compreendeu o principio da proposta.  Pensaram apenas o caráter remuneratório e na quizila que mantêm contra os demais.   Ninguém é contra remunerar quem trabalha na ausência do titular, mas remunerar na forma que corresponder ao dia trabalhado, como ocorre em qualquer situação nas relações de trabalho na sociedade.  Uma pena que, mesmo tendo quem seja vereador a quase meio século, ainda não entendam estes  simples de conceitos morais que deveriam conduzir um mandato.  Falta grandeza.

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