Ontem a noite (quinta-feira), o Legislativo de Estância Velha, promoveu uma audiência pública com o intuito de debater com a população os rumos do Festival do Kerb, que ocorre a quase três décadas na cidade. Por não ter uma área adequada para eventos festivos, o Kerb ocorre no centro da cidade. O crescimento da cidade e do evento e também a perda das suas características iniciais levaram, nos últimos anos ao questionamento da festa. Alegações como falta de estrutura, segurança, grande tumulto, prejuízo ao sossego público no centro, levaram o Ministério Publico a intervir chegando a estabelecer que o evento não poderia mais ocorrer no centro da cidade. Na falta de local adequado para tanto, o Kerb corre o risco de não ser realizado até que se construa um espaço com infra-estrutura que preencha os requisitos para a realização de um evento que atrai milhares de pessoas durante a sua realização. Este impasse, foi o mote da audiência, junto com um projeto de lei, que quer o tombamento do Kerb como patrimônio histórico e cultural do município e com isso garantir que ele continue se realizando no centro.
O comparecimento a audiência, talvez devido a chuva que ocorreu justamente no final da tarde e inicio da noite, foi pífio, mas positivas foram as intervenções. Via de regra, debateu-se o óbvio. Ou seja, na inexistência de local adequado e na impossibilidade financeira da prefeitura de prover uma área de área de 49 hectares adquirida recentemente, com o fim de abrigar um “centro de eventos” e também uma “área industrial”, em curto prazo, garantir a manutenção da tradição do evento não dá outra saída a não ser mantê-lo no centro. Porém, ficou evidente que o mesmo não terá outro caminho a não ser, num futuro, o mais próximo possível ser transferido para a área, tão logo a mesma seja dotada de estrutura necessária.
Tenho uma opinião sobre o Festival do Kerb – kerbfest – de Estância Velha: deve transformar-se num evento profissional, turístico e cultural. Ou seja, não ser apenas um “juntamento” de gentes num competição de beberragem. Isso terá também, mas deve servir de atração turística para a cidade (que não tem nenhum atrativo de peso neste campo). Para isso é preciso ter um local, infra-estrutura, segurança, renda e não apenas gastos. A tal área, adquirida com este fim, inclusive, com a anuência do Legislativo, é o local ideal. Fácil acesso e amplo espaço. Cidades que tornaram suas grandes festas atração turística as realizam em local apropriado e dotado de infra-estrutura. Todos sairão ganhando havendo uma área adequada e preparada para eventos desse tipo.
A discussão de continuar o Kerbfest no centro, em meio as ruas da cidade, com uma dúzia de tendinhas de quinquilharias não revela o verdadeiro espírito do kerb e menos ainda, uma visão moderna para a realização deste tipo de vento coordenado pelo Poder Público. É preciso pensar grande e não de forma provinciana e politiqueira. A propósito, é preciso que assim como esta audiência pública estimulou o debate sobre os rumos do Kerb, que seja também debatido o projeto para o real aproveitamento da área adquirida pela prefeitura por R$ 3 milhões na saída para Portão, que para todos os fins que se fala em utilizá-la parece já estar sendo insuficiente. Uma discussão prática e pragmática, racional e objetiva, podem levar a que o investimento já feito e que ainda venham a ser feitos, não a tornem obsoleta para os seus fins, em um curto prazo de tempo e voltemos ao dilema que hoje se dá em relação ao local atual do Kerb.
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