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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Festival do Kerb precisa se profissionalizar










Ontem a noite (quinta-feira), o Legislativo de Estância Velha, promoveu uma audiência pública com o intuito de debater com a população os rumos do Festival do Kerb, que ocorre a quase três décadas na cidade. Por não ter uma área adequada para eventos festivos, o Kerb ocorre no centro da cidade. O crescimento da cidade e do evento e também a perda das suas características iniciais levaram, nos últimos anos ao questionamento da festa. Alegações como falta de estrutura, segurança, grande tumulto, prejuízo ao sossego público no centro, levaram o Ministério Publico a intervir chegando a estabelecer que o evento não poderia mais ocorrer no centro da cidade. Na falta de local adequado para tanto, o Kerb corre o risco de não ser realizado até que se construa um espaço com infra-estrutura que preencha os requisitos para a realização de um evento que atrai milhares de pessoas durante a sua realização. Este impasse, foi o mote da audiência, junto com um projeto de lei, que quer o tombamento do Kerb como patrimônio histórico e cultural do município e com isso garantir que ele continue se realizando no centro.

O comparecimento a audiência, talvez devido a chuva que ocorreu justamente no final da tarde e inicio da noite, foi pífio, mas positivas foram as intervenções. Via de regra, debateu-se o óbvio. Ou seja, na inexistência de local adequado e na impossibilidade financeira da prefeitura de prover uma área de área de 49 hectares adquirida recentemente, com o fim de abrigar um “centro de eventos” e também uma “área industrial”, em curto prazo, garantir a manutenção da tradição do evento não dá outra saída a não ser mantê-lo no centro. Porém, ficou evidente que o mesmo não terá outro caminho a não ser, num futuro, o mais próximo possível ser transferido para a área, tão logo a mesma seja dotada de estrutura necessária.

Tenho uma opinião sobre o Festival do Kerb – kerbfest – de Estância Velha: deve transformar-se num evento profissional, turístico e cultural. Ou seja, não ser apenas um “juntamento” de gentes num competição de beberragem. Isso terá também, mas deve servir de atração turística para a cidade (que não tem nenhum atrativo de peso neste campo). Para isso é preciso ter um local, infra-estrutura, segurança, renda e não apenas gastos. A tal área, adquirida com este fim, inclusive, com a anuência do Legislativo, é o local ideal. Fácil acesso e amplo espaço. Cidades que tornaram suas grandes festas atração turística as realizam em local apropriado e dotado de infra-estrutura. Todos sairão ganhando havendo uma área adequada e preparada para eventos desse tipo.

A discussão de continuar o Kerbfest no centro, em meio as ruas da cidade, com uma dúzia de tendinhas de quinquilharias não revela o verdadeiro espírito do kerb e menos ainda, uma visão moderna para a realização deste tipo de vento coordenado pelo Poder Público. É preciso pensar grande e não de forma provinciana e politiqueira. A propósito, é preciso que assim como esta audiência pública estimulou o debate sobre os rumos do Kerb, que seja também debatido o projeto para o real aproveitamento da área adquirida pela prefeitura por R$ 3 milhões na saída para Portão, que para todos os fins que se fala em utilizá-la parece já estar sendo insuficiente. Uma discussão prática e pragmática, racional e objetiva, podem levar a que o investimento já feito e que ainda venham a ser feitos, não a tornem obsoleta para os seus fins, em um curto prazo de tempo e voltemos ao dilema que hoje se dá em relação ao local atual do Kerb.





quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Quanto custa um voto?

Passado o processo eleitoral curiosidades interessantes se colhe ao tomar conhecimento do custo para eleger-se para o cargo de deputado estadual ou federal, por exemplo.

Para estes dois cargos, dos 12 candidatos mais votados para deputado estadual em Estância Velha, nove efetivamente se elegeram e para deputado federal também, dos 12 mais votados, igualmente, nove se elegeram.

José Luiz Lauermann (PT) foi o mais votado para a Assembléia Legislativa no município, com 4.762 votos, ou seja, fez aqui 10,23% do total de votos que precisou para se eleger. Já o segundo mais votado, José Plínio Hoffmann (PT), fez 4.160 votos no município, 68,20% do total de votos que fez e não se elegeu. O terceiro mais votado, Arnaldo Kney (PSDB) conquistou 1.849 votos dos estancienses, ou 8,33% dos votos que fez mas não bem não se elegeu.

Para a Câmara Federal, Manuela D’Avila (PCdoB), levou 5.139 votos de Estância Velha, algo como 1,06% do total de votos que conquistou no Estado. Ronaldo Zulke (PT) foi o segundo candidato mais votado no município, conseguiu 3.604 “certificados de confiança eleitoral” da população de Estância Velha, 3,60% da sua votação total. O terceiro mais votado foi o candidato do PP, Renato Molling com 1.847 votos, 1,77% da votação total que o reelegeu. Desses três candidatos mais votados no município, todos se elegeram.

Custos - Observando o que todos os candidatos declararam que gastaram na campanha para o Tribunal Superior Eleitoral e, acreditando que aqueles números refletem o total de gastos de cada candidatura, cada voto conquistado por Lauermann, custou R$ 11,83. Já Plínio Hoffmann despendeu R$ R$ 3,68 por cada um dos 6.099 votos que conquistou e a Arnaldo Kney, R$ 11,48.
Já a deputada federal mais votada do Estado e mais votada em Estância Velha, Manuela, gastou R$ 2,17 para cada voto que a elegeu. Ronaldo Zulke teve uma despesa bem maior por voto, R$ 13,57. Já o ex-prefeito de Sapiranga, Renato Molling, se reelegeu a um custo de R$11,27 por voto.

Com base no custo unitário de cada voto e considerando o total de votos feito por cada um dos tres candidatos a Assembléia, mais votados em Estância Velha, Lauermann teria gasto um total de R$ 56.334,46 com a campanha dele no município. Já Plínio Hoffmann, teria gasto R$ 15.308,80 para alcançar a votação que fez na cidade e Arnaldo Kney (hoje assessor do prefeito Dilkin), R$ 21.226,00.

Na mesma linha de curiosidade de gastos de campanha, a deputada federal Manuela, teria consumido R$ 11.151,00 com os votos que fez na cidade por onde passou uma única vez na campanha. Já Ronaldo Zulke, teria tido um custo de R$ 48.906,00 com os votos que fez na cidade e os votos dados a Renato Molling, em Estância Velha teriam custado um total de R$ 20.630,00.

Olhando assim vê-se que uma campanha tem alto ônus financeiro que, nem sempre, redundam na eleição do candidato. Mas se ele lograr êxito certamente, tal ônus é compensado já no primeiro ano de mandato considerando os salários e vantagens que advêm do cargo.

domingo, 21 de novembro de 2010

Ginásio do 8, sai. Ordem de Serviço foi assinada.


Foi assinada na semana passada, pelo governo do Estado, a Ordem de Serviço para o inicio das ações com vistas a construção do ginásio poliesportivo no Colégio Estadual 8 de setembro (http://www.sops.rs.gov.br/exibe_noticia_solo.php?aaa=1095v.br/exibe_noticia_solo.php?aaa=1095). Após cinquenta anos de criação e mais de 30 que está no lugar onde hoje está, o colégio, finalmente, terá seu merecido espaço para a pratica de esporte e também atividades educativo-culturais. Por que levou tanto tempo? Estas coisas são dificeis e fáceis de explicar em Estância Velha e em se tratando de obra pública.

Em que pese problemas legais e a burocracia governamental, não há o que não se resolva e faça, se necessário é, havendo vontade dos agentes políticos e sociais. Foi o que se viu no 8 a partir, justamente, da eleição de um novo prefeito (Waldir Dilkin, PSDB). Junte-se a isso, a firme determinação de "correr atrás" da presidente do CPM, Marineuza Matias, o apoio da direção atual, coordenada pela professora Jussara (já antiga também, mas que ao longo dos ultimos oito anos quase havia desistido do sonho de que um dia se concretizasse este projeto do ginásio). Ou seja, houve a mobilização necessária, suficiente no momento certo e, o comprometimento, da administração municipal recém empossada. Faço este registro por que acompanhei - a época como professor do 8 - os passos iniciais que levaram a este anúncio.

Mas por que levou-se tanto tempo para a execução de uma obra importante para o maior colégio do município? O fato é que parte da área hoje ocupada pelo colégio, foi doada ao município (o local onde haviam duas quadras toscas de concreto) por um antiga familia proprietária e este, o município, não repassou-a ao Estado. Por esta conta, o Estado não poderia ali construir nada pois não tinha a propriedade da área. A situação perdurou assim por décadas - talvez mais de três. Para solucionar devia haver apenas vontade do prefeito, do Executivo, mandando um projeto de lei para a Câmara de Vereadores, com as delimitações da área pedindo autorização para doá-la ao Estado. Feito isso, o Estado deveria receber a doação (para isso teria que enviar projeto a Assembléia Legislativa que autorizasse tanto), tombá-la como patrimônio seu para, dai, realizar as outras medidas: disponibilizaçaõ orçamentária, elaboração do projeto, abertura de processo licitatório para contratação de empresa para executar a obra, assinatura da ordem de serviço autorizando o inicio). Tudo isso, deve-se dizer, posto que tais medidas começaram a serem tomadas em meados de 2009, teve tramite, surpreendentemente, rápido, frente ao anúncio atual.

Deve-se pergunta: mas a obra acontecerá, visto que o governo atual está apagando as luzes do seu mandato? Se está inserida no Orçamento Estadual, para 2011, não ha o que reverta embora possa haver o que a atrase. A questão é a comunidade escolar, agora com a planta, a ordem, o orçamento na mão, impor a obra como prioridade ao novo governo que assumirá a partir de janeiro do proximo ano. Se isso ocorrer o fluxo financeiro para a implementação da mesma, não será interrompido. Observe-se que o prazo para a execução, conforme a ordem de serviço, é de seis meses a contar da data da sua assinatura, ou seja, até janeiro já terá decorrido praticamente um mês e meio ou 45 dias, dos 120 previsto para concluída.

Por fim, para um correto e efetivo exercicio da cidadania que se mobilizou para esta obra, deve a mesma permanecer atenta acompanhando toda a sua execução. De bom alvitre seria o CPM e a direção terem em mão o memorial descritivo da obra, onde consta todo o material que deverá ser usado para a sua execução. Assim poderá acompanha-la pari passu e auxiliar o proprio governo na fiscalização da mesma. Lembrar que o custo total estimado para a construção é de R$ 562.543,39.

Ainda, necessário se faz o registro da atitude e disposição da direção do CPM, principalmente, da vontade da senhora Marinês, que o presidia, em determinar, com a aquiescência da direção da escola, a derrubada dos eucaliptos já tridecenários que circundavam o pátio frontal da escola, onde será erguido o ginásio. Desde que iniciei minha atividade docente no 8, pregava qual Catão, o censor romano que dizia a cerca de Cartago: "Delenda Cartaginae, est!" (Cartago, deve ser derrubada). Ou seja, defendia que os tais eucaliptos (árvores comerciais e exóticas) deveriam ser colocadas abaixo e substituidas por árvores nativas da região com melhor potencial de sombra e de atração, inclusive, de pássaros. Não sem criticas, as árvores vieram abaixo a um custo zero para a escola. E, ainda, no final do ano passado, foram plantadas as árvores nativas conseguidas junto a Secretaria de Meio Ambiente e Preservação Ecológica do município. Agora urge, que em vista da obra, as mesmas que recem enraizaram-se sejam preservadas ou transplandadas.


A este texto posto algumas fotos que fiz (tenho mania disso) que, poderia dizer, foram os marcos iniciais desta conquista do 8, entre as quais uma reunião ocorrida entre os pais, a direção e professores com recém-empossado prefeito para o mandato 2009-2012, Waldir Dilkin. Estão aqui então as imagens desses passos iniciais e das ações, inclusive a retirada dos eucaliptos e como ficou a área depois disso (certamente, registrarei como ficará a paissagem quando o ginásio estiver concluído).













terça-feira, 16 de novembro de 2010

Queda na receita faz subir percentual de despesa com pessoal

Uma das criticas mais contumazes da oposição a novas administrações é de que estão “inchando” a máquina publica com cargos de confiança e outras formas de contrato de “amigos e companheiros”. Em Estância Velha, em termos de cargos de confianças (CCs), ou seja, aqueles admitidos e demissíveis ad nutum (a qualquer tempo), não chegam a meia centena. Já funções gratificadas (FGs) que deveriam ser atribuídas para o exercício de chefia, diretoria ou assessoria para além das atribuições dos cargos que um servidor público exerça, também não chegam a meia centena. Considerando que FGs, em geral, tem valores menores que CCs no mesmo função.

É certo ainda, que cada nova administração logo busca ampliar, qualificar, melhorar os serviços públicos. De regra não pode fazer como a prefeitura de Triunfo, que tinha mais CCs que servidores efetivos. Ou seja, para cargos cujas atribuições sejam de caráter permanente no serviço público, devem ser preenchidas por concurso público. Vai daí, que Estância Velha, tem hoje ao redor de 900 servidores concursados, algo como um servidor para cada 50 cidadãos. Diga-se ainda que o maior número de servidores está na Educação seguida da Saúde, dois setores fundamentais na prestação de serviços a população. Pode-se promover educação sem professores ou saúde sem enfermeiros, técnicos e médicos?

Chegamos então a um ponto. Do que são feitas as despesas de um município? Da despesa de manutenção (energia, material em geral, água, combustível, etc.), da despesa com pessoal e de investimentos. Este ultimo diz respeito a tudo que o município incorpora de novo ao seu patrimônio, a despesa de capital (uma obra nova, uma máquina, um equipamento). A grosso modo destas três rubricas a que mais recursos consome é a de pessoal. Maquinas, serviços, precisam de gente para operar, para funcionar. Vai daí que, a folha de pessoal, com todos os seus encargos, num município bem administrado deveria ficar, rezam alguns, não exceder o patamar de 45% nesta rubrica do total dos seus gastos.

Ora, com a despesa com pessoal em patamares aquém dos 50%, restaria mais recursos para novos investimentos e mesmo para uma manutenção dos serviços e equipamentos mais eficaz. Quem dera fosse assim. Ocorre que muitas vezes um serviço novo implica necessária mente em mais pessoas para implmenta-lo. Veja o exemplo da nova unidade de saúde que esta sendo concluída no loteamento Nova Estância. Implicará em uma equipe completa de Estratégia de Saúde da Família (ESF), por conseqüência um acréscimo ao redor de R$ 400 mil na folha de pessoal por ano. Crendo que a receita do município cresça no mesmo impulso, não se notará diferença, mas não é isso que acontece.

Vejamos uma coisa. Em 2002 a Receita Corrente Liquida (RCL) do município dói de R$ 26.527.301,63. Naquele ano a prefeitura consumiu deste valor, R$ 13.191.111,54 com o pagando da folha de pessoal, ou seja, 49,73% da RCL. Nos 51% o Tribunal de Contas do Estado (TCE) acende o alerta. Se atingir 53% o prefeito é penalizado. Se não conseguir reduzir disso, terá que começar a demitir CCs, depois, reduzir FGs, e, em seguida, demitir pessoal concursado de serviços não essenciais, e por ai. Agora vejamos em 2009. Neste ano a RCL da prefeitura, atingiu R$ 51.257.535,85 e a despesa com pessoal, R$ 25.578.719,05, a saber: 49,90% das receitas.

Embora o percentual com pessoal de 2009 não tenha ficado muito além do verificado em 2003, significou um acréscimo em pontos percentuais de 7,1 sobre o verificado no ano anterior, ultimo da gestão passada que foi de 42.80% do total das RCL. Diga-se, no entanto, que as RCL em 2008, cresceram 19,48% em relação ao ano anterior (2007), enquanto em 2009 apresentou um crescimento de apenas 3,36% em relação a 2008. Isso quer dizer que as receitas do município no primeiro ano da atual administração sofreram um impacto negativo significativo enquanto as despesas com pessoal tiveram um acréscimo de 20,52% (passaram de R$ 21.222.797,46 para R$ 25.578.719,05). E isso não foi apenas pelo ingresso de gente nova nos escalões dirigentes da prefeitura, mas pelo crescimento vegetativo da folha de pessoal também (vantagens, tempo de serviço, merecimentos legais, etc.).

Observado este passado recente e já antevendo que o orçamento do próximo ano não terá acréscimos substanciais (haja visto que o índice de ICMS, principal receita do município tem um decréscimo de 48,80%, apenas para citar este), a despesa de pessoal do município ainda em meados de 2011 deverá fazer soar a sirene de alerta do TCE. A questão é: como o gestor público, o prefeito, lidará com esta questão? Isso sem contar que, no andar da carroça na área da saúde, por exemplo, poderá sofrer contenção de repasses para a Estratégia de Saúde da Família, haja visto que das 8 equipes existentes no município apenas três funcionam na forma preconizada pelo Ministério da Saúde, ou seja, com profissionais de saúde, principalmente, médicos em regime de 40 horas semanais.

Diante deste panorama relacionado as despesas de pessoas e, na contramão, o crescimento pouco substantivo, das receitas municipais, este será, sem duvida o pior ano para um gestor público de Estância Velha, da ultima década. Se o prefeito sair-se bem disso ou, ao menos, com explicações consistentes para justificar determinadas medidas ou atrasos para a população e mesmo servidores, é possível que 2012 seja-lhe um ano ainda possível e redentor, como foi o ultimo ano da administração passada com um pujante recuperação das finanças do município que incremento a rubrica de investimentos e ações da prefeitura. Só não resultou em sucesso eleitoral por razões já por demais conhecidas da própria população que rejeito o candidato inventado pelo prefeito da ocasião.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Índice de retorno do ICMS tem queda de 48,80% em quatro anos

O índice de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a principal receita que compõe o orçamento municipal, de Estância Velha, previsto para 2111, apresenta um declínio de 48,80% em relação ao índice de 2008. O que indica um “aperto” maior no controle dos gastos da prefeitura e Legislativo. A expectativa é de que para 2012 haja uma reação e a mesma se sinta também já em 2013.

Durante todo o mandato passado o índice de ICMS também apresentou queda em relação ao ultimo ano do mandato anterior (2004). Em 2005, o indice revelou uma queda de 6,75%. Em 2006, 14.21%; em 2007, 12,38%, sempre na comparação com o índice verificado em 2004. Já em 2008, apresentou um crescimento de 4,71%, se comparado também com o ultimo ano do primeiro mandato do prefeito Toco (PT). Porém, se comparado com o índice de 2007, houve um incremento de 19,68%.

Como se vê, mesmo que a receita oriunda do ICMS tivesse tido também um comportamento anômalo negativo, no mandato anterior ao do prefeito Dilkin (PSDB), não foi em percentuais tão acentuados como se esta verificando atualmente. Por outro lado, se serve de alento, houve uma reação substantiva para o ultimo ano do mandato passado. Foi isto que possibilitou que naquele ano se verificasse também o maior percentual de toda as duas gestões do prefeito Toco, na rubrica investimentos (obras e equipamentos).

É de se verificar que as despesas, principalmente, de manutenção e pessoal jamais caem, ao contrario, são sempre crescentes.

Veja os índices: 0,32859(2004); 0,30631(2005); 0,28184(2006); 0,28754(2007); 0,34414(2008); 0,325421(2009); 0,24782(2010); 0,23127(2011)

sábado, 6 de novembro de 2010

Serra, o despeitado

Serra critica governo Lula em palestra e é interrompido, na França. "Por que não te calas?"

José Serra (PSDB) acusou o presidente Lula de desindustrializar o país e adotar um "populismo" de direita em matéria econômica. As declarações foram feitas durante uma palestra em um seminário em Biarritz, sul da França, sobre as relações entre a América Latina e União Europeia.

O ex-governador de São Paulo afirmou que o país está "fechado para o exterior" porque passa por um "processo claro de desindustrialização". Ele criticou também os investimentos do governo federal e a alta carga tributária do país. "É um governo populista de direita na área econômica", atacou Serra.

Serra comentou as ações brasileiras na política externa, criticando o presidente Lula, acusando o país de se "unir a ditaduras como o Irã". Nesse momento, Serra foi interrompido por um membro da Fundação Zapata, do México, que gritou "por que não te calas?". A interrupção causou alvoroço na sala. A mesma frase foi usada pelo rei Juan Carlos, da Espanha, que a dirigiu ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, durante a Cúpula do Chile, em 2008. (http://www.pop.com.br/popnews/noticias/politica/411777-Serra_critica_governo_Lula_em_palestra_e_e_interrompido__na_Franca.)

Serra demonstra com isso um despeito profundo, pois, certamente, os seus milhões de eleitores não comungaria de uma atitude assim. Recebeu a resposta que merecia.
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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Zé Dirceu, ainda é "o cara", no cenário político atual

O talkshow Roda Viva apresentado pela TV Cultura, agora sob o comando da Marilia Gabriela, com a companhia de outros jornalista de jornais, revistas e TVs, apresentado ontem foi um dos melhores e mais interessantes considerando a recente história politica do país. O personagem principal foi José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, que defenestrado após ao escândalo do "mensalão", no primeiro mandato de Lula, demonstrou que é uma mente brilhante, preparada e articulada. Posso até não gostar dele mas não há como deixar de admirar estas qualidades quando presentes num debate, ainda mais, cercado por jornalistas comprometidos em querer demolir qualquer argumento que mostrasse as falácias que eles usam para desqualificar o governo Lula e o PT.


O ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, José Dirceu (PT), réu no processo do mensalão, afirmou no programa Roda Viva, da TV Cultura, que não pode aceitar o que o candidato derrotado à presidência da República, José Serra (PSDB) fez com ele durante a campanha. Dirceu diz que foi linchado publicamente antes do seu julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), mas acredita que o seu adversário não acabou politicamente e que tem valor porque lutou até o final. "Espero que ele tenha um papel na oposição. Não espero um País sem oposição. Não espero que o País viva assim", disse.

De acordo com Dirceu, a postura do PSDB na campanha, notadamente no horário eleitoral de rádio e TV, foi inaceitável. "Não posso aceitar o que o José Serra fez comigo. Ele me linchou. E se eu for absolvido no Supremo, como é que fica? Ele me colocou como chefe de quadrilha. Eu tenho biografia, não tenho folha corrida", afirmou.

Após a gravação, Dirceu disse que o discurso feito por Serra ontem, reconhecendo a derrota, visa a mistificação e que é um discurso pequeno, do ponto de vista político. "O objetivo dele continua a ser a mistificação. Lutar pela liberdade e pela democracia como se ela estivesse ameaçada. Lutar pela liberdade e pela democracia, nós devemos sempre lutar. Agora, que esse é o principal problema do Brasil e a oposição deve ser construída em uma luta, como se nós fossemos uma ameaça para o País, não é correto.. Ele está vivendo em outro País", disse. Porém, por outro lado, Dirceu disse não subestimar a carreira política do adversário.

"Essa coisa de dizer que está morto, não vai mais fazer política, que não tem mais espaço, não é assim. Posso discordar, até condenar, porque acho que a guerra foi suja, a campanha se rebaixou muito. Essa questão religiosa, é muito grave que ele tenha trazido isso. A maneira como se tratou a questão da interrupção de gravidez, do aborto, mais grave ainda, mas isso não significa que eu reconheça que ele lutou e batalhou até o final", disse.

Segundo Dirceu, a partir de agora, o PSDB vai ter de superar a crise. "Agora é crise no partido porque eles estão praticamente empurrando o Aécio Neves para fora do partido. E quem autoriza isso está querendo que ele saia. Não é tão simples assim a vida não vai ser fácil do PSDB e do DEM. Mas eu não subestimo a oposição, porque ela tem força política", afirmou.

Dirceu disse que a oposição tinha a "certeza que ia ganhar a eleição de nós". Durante o programa, ele disse ainda que o governo Lula foi o que mais trabalhou contra a divisão do País e que o discurso da oposição, muitas vezes foi exatamente o contrário.

Sobre o seu julgamento no STF, Dirceu disse que vai fazer a sua defesa na sociedade e espera que o seu julgamento - ainda sem data definida - e que espera que ele não se transforme no 3º turno das eleições.

Por fim, ele afirmou que muitas vezes fica cansado consigo mesmo. "Virei um personagem que eu não sou, mas estou satisfeito com a solidariedade que recebi nesse País".

Como a mídia anti-Lula e anti-Dilma trabalha

Posto de artigo pois oferece uma visão de como a "imprensa" brasileira que briga e quer toda a hora ouvir dos outros que dever ser livre trabalha, principalmente, a imprensa da familia Marinho e Civita (Globo e Veja/Abril)


Por Marco Aurélio Barroso

Incidências Semânticas nos títulos de O Globo

O resultado do 1º turno, com a expressiva votação em Marina, trouxe para os adeptos da candidatura Serra, como O Globo, uma tênue esperança de virada.

Platão dizia: as palavras dizem o que são. Então, vamos a elas.

Façamos, sem índole poética, um breve estudo das incidências semânticas dos 27 títulos do vespertino carioca no interregno da 1ª para 2º urna.

Em nenhum momento, O Globo se ausentou da luta. Diariamente, via-se estampada essa moral severa sempre bem utilizada quando se trata de ajudar o candidato dos sonhos e denegrir o candidato infernal.

Foi assim com Eduardo Gomes, foi assim com Juarez Távora, foi assim com Jânio Quadros, foi assim com Collor, foi assim com Serra.

Ocasionalmente, quando o candidato de O Globo vence, a vida os derrota. Um saiu (Collor), o outro foi saído (Jânio). Com O Globo sempre foi assim. Mas passemos.

Nesses 27 títulos, tivemos 262 palavras. Dilma foi citada 11 vezes e Serra, 7. Os dois juntos apenas 2 vezes (no dia 12: Dilma e Serra mantêm mudança de tática; e no dia 17: Meio ambiente não entra no discurso de Dilma e Serra).

A notar que, logo no dia seguinte, tem-se o dissabor da omissão de Marina.

Todas as incidências com o nome Dilma ou são negativas ou levam o leitor a algo vulnerável:

Dilma fará ofensiva para atrair voto conservador - Dilma admite “salto alto” –

Dilma muda estratégia -Dilma lançará “Carta” contra aborto – Queda de Dilma, junta Lula, PT e Petrobras - Inquérito liga nome de Dilma à violação de sigilo - Dilma nega acusação.

Somente no dia da eleição é que se tem, e pela primeira vez, o nome Dilma sem estar ligado a algo negativo e mesmo assim num sub-titulo: Dilma mantém vantagem sobre Serra. Enfim!

Já o nome de Serra, a semelhanças de certas realezas, é sempre positivo. São poucas incidências pois não é fácil, mesmo para O Globo, achar algo positivo em seu patético candidato: Serra muda de rumo e defende legado de FH na campanha - O novo resgate dos mineiros (com foto de Serra alusivo à vitória dos mineiros de Copiapó) - Serra sobe o tom.

Outro interessante aspecto é a utilização das aspas. Sempre com ironia e sempre a favor de Serra: Dilma:admite “salto alto” – Dilma lançará “Carta” contra o aborto e o casamento gay – Imagens desmentem “indignação” de Lula.

A palavra Petrobras aparece 4 vezes. Em todas, negativamente: Diretor de estatal tem contratos com a Petrobras - Queda de Dilma, junta Lula, Petrobras e MST -

Petrobrás muda prazo e explora o pré-sal na eleição - Petrobras faz campanha todos os dias.

Todas as palavras de cunho negativo, e são várias, juntam-se à Dilma: conservador, - aborto ilegal - ataque direto - inquérito - violação - nega acusação - Erenice - superavit falso - Casamento gay.

Nenhuma incidência de palavra de cunho negativo ligada ao nome Serra.

A palavra Lula (presidente) é sempre mal-vista: Lula paralisa o governo, -

Queda de Dilma, junta Lula, Petrobrás e MST - Lula não cumpriu - “indignação” de Lula - Lula adota o silêncio - O presidente sai menor.

O nome Deus é citado uma vez: Candidatos invocam Deus e se atacam na propaganda da TV. Mas, já ao fim, vendo que seu candidato não emplacava, o vespertino lança mão do representante dEle, aqui, na terra, para dar uma ajudazinha: Pressão dos bispos dá certo e Papa interfere na eleição.

O primeiro título de 5 de outubro poderia ser analisado mais profundamente: Dilma fará ofensiva religiosa para atrair voto conservador - sem querer me meter em assuntos Sociológicos, pois unir Igreja a conservadorismo, nos dias que correm, é algo perigoso, mas fica-se com o nítido proclama de que o derrotado Tasso, ao meter o braço no Sacerdote-celebrante,lá no norte, fez com o conservadorismo do título do vespertino o que, sobretudo em época eleitoral, não se deveria ter feito jamais.

O adérvbio não, só apareceu duas vezes: Meio ambiente não entra em discurso de Dilma e Serra - Lula não cumpriu.....

Como o leitor pode concluir, mesmo que perfunctoriamente, a cobertura de O Globo é de desprezo total à verdade e ao leitor. Ou os fatos se submetem aos seus títulos ou danem-se os fatos. Não é jornalismo a ser seguido.
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