No horizonte pode-se ver o ocaso ou uma nova alvorada, para o PT |
Encerrada a campanha eleitoral
deste ano, resta o resultado - já esperado - diante do quadro da politica nacional:
uma derrota acachapante do Partido dos Trabalhadores, na disputa tanto de
prefeituras importantes, como de prefeituras menos importantes. O PT, voltou a condição, no que tange a
ocupação de espaços de poder, a realidade que detinha no século passado, antes
de chegar a presidência da República, inclusive, em Estância Velha.
Em 1996, na disputa pela
prefeitura, o PT, ainda incipiente como partido organizado no município, alcançou o segundo lugar, com 4.279 votos, ou
seja, 25,52% dos votos válidos. Elegeu dois vereadores. Na primeira eleição para o novo século, em
2000, lançou novamente candidato próprio mas numa coligação que teve o PDT, PSB
e o PCdoB. Ganhou a eleição com 56, dos votos e elegeu, novamente, dois
vereadores. Em 2004, navegando no
carisma do prefeito Elivir Desiam, o Toco,
reelegeu-o prefeito com
espantosos 80,91% dos votos. Junto com
ele, sete vereadores (três do PT, dois
do PSB e dois do PCdoB).
Após este período - lembrando que enquanto estava a frente da
prefeitura de Estância Velha, o PT elegeu, Lula presidente e reelegeu-o, em 2006
– a aposta numa continuidade da marca
petista no município não deu resultado. Pode
ter colaborado para isso o fato de o PT, totalmente, refém da liderança de
Toco, ter preterido um candidato com raízes no próprio partido, por um
importando de outro partido.
Em 2008, o PT foi derrotado por
uma coligação que tinha a frente o PSDB. Os tucanos elegeram José Waldir Dilkin, com
meros 43,28% dos votos válidos. O PT ficou em segundo, numa disputa que tinha
três candidatos. Elegeu, porém, quatro vereadores, de nove.
Não obstante, a administração tucana
(2009/2012) ter sido muito contestada, em 2012, novamente numa disputa de três
candidaturas, a prefeito, reelegeu-se com escassos 32,61% dos votos dos
eleitores do município. O PT ficou, novamente, em segundo lugar. Desta
vez elegeu três vereadores.
Na eleição deste ano, o PSDB,
tentou eleger um sucessor. Para isso, inventou um candidato pelo PDT
(mais ou menos como o PT fez em 2008) e apresentou um vice. Terminou em segundo
lugar. Elegeu dois vereadores da coligação. O vencedor foi o PMDB, cuja coligação
elegeu três vereadores. O PT restou no
terceiro lugar, numa disputa que teve quatro candidatos. Elegeu dois
vereadores. O PSB, o quarto na disputa,
elegeu dois vereadores.
Embora, a nível
municipal, o quadro político tenha outras características, incidiu fortemente,
neste ano, a campanha incessante de setores conservadores, buscando a
desconstituição do PT. Nem precisaram os
adversários, na disputa no município, fazerem uma campanha negativa direta contra os candidatos a
prefeito e vereador do PT, bastou as constantes manchetes na mídia em torno do
envolvimento de lideranças do partido no quadro de corrupção que conspurca o país
desde o inicio desta década. O PT foi estigmatizado como o grande culpado por
tudo, não obstante outros partidos estarem envolvidos e, no poder, a muito mais
tempo, como é o caso do PMDB, hoje na presidência da República.
Não há duvidas de que o PT, cuja
administração na Presidência da República, emprestou uma nova realidade,
principalmente, as classes menos favorecidas, na partilha das riquezas do pais,
se deixou conduzir pelos mesmos métodos que anteriormente criticava. As
alianças que construiu para garantir a governabilidade e o andamento de seu
plano de governo, se fizeram em
armadilhas que aqueles que, durante séculos se reversavam no Poder, sagazmente
usaram para desconstituir o partido e retira-lo do poder coisa que, pela força
do voto, não conseguiriam.
Resta agora,
ao PT, reconstruir-se pelos seus princípios, pela sua origem, a partir dos
municípios. Quem sabe, em Estância Velha,
se esteja dando, um primeiro passo para que o partido volte as origens nas suas
práticas e na sua organização militante, de quando começou a sua jornada
enfrentando, por si e consigo mesmo, cada disputa eleitoral.
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