Conclui
esta semana a leitura do livro sobre o ex-presidente do Uruguai, José Alberto
Mujica Cordano, el “Pepe Mujica”, que no ultimo dia 20 de maio, completou 80
anos: “Pepe Mujica – Simplesmente Humano, de Alan Percy e Professor Leonardo
Diaz (Editora Sextante). Foi uma incursão, rápida por sua
biografia e também ao pensamento deste personagem da política do Uruguai e da
América Latina. O livro não tem
pretensões de análise sobre a trajetória de Mujica seja anterior a sua ascensão
a presidência, seja durante ou posterior, mas, antes, apresenta a
leigos – como eu - essa importante
liderança mundial, que mais do que discursar ou pregar algo, o faz dando o
próprio exemplo.
O livro é
dividido em duas partes é uma leitura suave. A primeira é uma abordagem um
tanto superficial da biografia de Pepe Mujica, mas o suficiente para se
conhecer as origens da persona que
hoje temos. A segunda parte do livro
lida com o que se pode dizer, que seja o “pensamento de Mujica”. Trabalha com frases, aforismo, proferidos
pelo ex-presidente e ex-guerrilheiro tupamaro uruguaio. Compreende-se, por este
caminho, que ele é mais do um político diferente dos que já vimos ou
conhecemos, inclusive, de Lula, também uma “persona” diferente nas suas
origens, embora possa haver quem diga que, nas “práticas”, foi igual aos que
sempre estiveram no poder.
Do livro, entre
muitas, recolhi algumas frases de Pepe Mujica, que, ao meu modo, são
significativas:
Sobre o
eu modo de ver a vida e vive-la: “Eu não sou pobre, eu sou sóbrio, de bagagem
leve. Vivo com apenas o suficiente para que as coisas não roubem minha
liberdade.”
Sobre a
legalização do consumo de maconha (controlada pelo Estado): "Não é bonito
legalizar a maconha, mas pior é dar pessoas ao narcotráfico. O único vício
saudável é o amor."
Sobre a
legalização do casamento homossexual: "O
casamento gay é mais velho do que o mundo. Tivemos de Júlio César a Alexandre,
o Grande. Dizem que é moderno e é mais antigo do que todos nós. É uma realidade
objetiva. Existe. E não legalizar seria torturar as pessoas
desnecessariamente".
Sobre a
descriminalização do aborto: "Legalizando e intervindo, é possível
conseguir que muitas mulheres voltem atrás em sua decisão, sobretudo aquelas de
setores mais humildes ou que estão sozinhas."
Sobre
seu próprio povo, os uruguaios: "Somos
meio vagabundos, não gostamos tanto de trabalhar. (...) Ninguém morre por
excesso de trabalho, mas não é um país corrupto, somos um país decente."
Sobre o
que aprendeu em seus anos de cativeiro: "Tive que aguentar 14 anos em cana
(...) Nas noites que me davam um colchão eu me sentia confortável, aprendi que
se você não pode ser feliz com poucas coisas você não vai ser feliz com muitas
coisas. A solidão da prisão me fez valorizar muitas coisas."
Sobre a velhice: "Eu não vou ser um velho
aposentado que vai para um canto escrever suas memórias. Eu não vou escrever
nada, não tenho tempo, tenho coisas para fazer".
Sobre a
atenção que suas atitudes despertam no mundo: “O que é que chama a atenção mundial? Que vivo com pouco, em uma casa
simples, que ando em um carrinho velho, essas são as notícias? Então este mundo
está louco, porque o normal surpreende.”
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