Estância Velha terá este ano 31.317 eleitores aptos a votar, conforme registra o Tribunal Regional Eleitoral. Interessante deste número é que o número de mulheres eleitoras supera em 963 o de homens. Ou seja, 48,40% do total de eleitores do município são do sexo masculino (15.177) e 51,83% do sexo feminino. Infelizmente, esta superioridade não se reflete na militância política nem no número de candidatos e menos ainda nos candidatos eleitos. É certo que temos uma presidenta da República, mas no Congresso Nacional o numero de mulheres no Senado ou na Câmara Federal é quase ridículo e na Assembléia Legislativa dos 55 deputados, mal chega a 10% o número de deputadas. Na Câmara de Vereadores de Estância Velha, neste mandato, há duas mulheres (22,22%). Em outros mandatos, nem chegou a tanto.
Talvez a ínfima participação das mulheres diretamente na vida partidária se deva ao fato de isso acabar sendo mais um acréscimo a sua “dupla” jornada de trabalho. A emancipação das mulheres as levou ao mercado de trabalho mas não as libertou do trabalho doméstico onde ainda é sobre ela que recai a maioria das tarefas das lides domésticas e do cuidado dos filhos. Quando houver um equilíbrio maior com os homens nisso também, talvez mais mulheres participem da vida partidário/política, o que, por certo daria uma outra qualidade a este importante fator da democracia.
Mas voltemos aos números dos eleitores de Estância Velha. Outra informação que se colhe dos dados disponibilizados pelo TRE, com relação a faixa etária é de que 60,10% dos eleitores do município estão no segmento de 35 a mais de 79 anos. Destes, 9.032 são homens e 9.790 são mulheres. Na faixa dos 16 ao 24 anos, são 4.999 eleitores. Destes 8,63% são do sexo masculino e 8,27% do sexo feminino. Aliás, nesta faixa etária é a única em que os homens são superiores em número as mulheres. Em todas as demais a partir dos 24 anos, há maior número de mulheres do que de homens. De certa forma, aqui também reflete uma realidade desses tempos, quando se diz que morrem mais gente e, principalmente homens jovens, por causas externas no Brasil, por ano, do que em todos os conflitos armados que estão ocorreram no mundo. A faixa etária com maior diferença de mulheres para homens é dos 35 aos 44 anos. São 2.994 eleitores masculinos para 3.321 eleitores do sexo feminino.
Já em relação a escolaridade observa-se algo que é realidade crescente no pais. As mulheres que ultrapassam o Ensino Fundamental (8 ou mais anos de escola) acabam indo mais longe nos estudos que os homens nos estudos. Por exemplo: em Estância Velha, entre as eleitoras do sexo feminino 3.199 tem Ensino Médio Completo, Superior Incompleto ou Superior Completo, ou seja, ultrapassaram a faixa dos 12 anos de escolaridade. Já entre os homens são 2.398, nessa faixa de escolaridade. Porém, nas faixas de mais baixa de escolaridade observa-se que os homens são em numero menor que as mulheres. Outro exemplo: são 259 eleitoras analfabetas para 175 homens. Que relataram que apenas sabem ler e escrever (analfabetos funcionais completos) são 727 mulheres para 639 homens. Já dos eleitores que relataram não ter concluído o Ensino Fundamental, portanto, com menos de 8 anos de escola, são 7.291 homens para 7.014 mulheres. Passada esta fase, nota-se que as mulheres avançam muito mais que os homens em relação a educação.
Tais números devem ajudar a subsidiar os planos de campanha de quem for a campo na disputa dos votos em Estância Velha, pretendendo chegar a prefeitura ou ao Legislativo. O fato de que mais da metade do eleitoral ter baixa escolaridade requerer estratégia diferenciada, porém, há que se considerar que os de maior escolaridade acabam também exigindo outro tipo de abordagem e tem outra critica em relação a proposta de campanha dos candidatos. Em cada nível existe um índice de exigência diferenciada e há também um índice de exigências iguais a todos. Quem conseguir captar isso, acaba levando a melhor ao formular um discursos que consiga abranger o interesse do maior volume possível de eleitores em todas as faixas etárias, de escolaridade e também social. É claro que ao par disso tudo, haverá também espaço para a baixaria. Ela, de fato, influencia parte do eleitorado menos esclarecido e escolarizado, tanto quanto parte do eleitorado com mais escolaridade.
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