Quando iniciou 2009 vínhamos de um 2008 que começou bem e terminou tenebroso. Estávamos as voltas com a insegurança decorrente da crise que se abateu sobre as bolsas de valores e grande conglomerados americanos. Era o prenuncio de um tsunâmi. Tudo parecia estar preste a ruir. “Especialistas” falavam de “um novo tempo” na economia mundial. A onda de desemprego que se disseminou no mundo a partir do crash do sistema financeiro, principalmente, imobiliário do EUA, assustou. No Brasil, o presidente Lula, ironizou com sua auto-confiança contumaz: “aqui esta onda vai chegar como uma marolinha”. Neoliberais, “especialistas”(novamente), oposição, caíram de pau.
Chegamos, então, ao final de 2009, assustados com temporais, tornados, tufões, enchentes, mais do que com o futuro da economia do planeta. O crescimento do Brasil, arrefeceu. O Produto Interno Bruto (PIB), relativo ao ano de 2009 não deve ultrapassar mais do que uma unidade do dígito percentual. Ou seja, o crescimento da economia que, no ultimo e primeiro ano do mandato de Lula, quase alcançou 5%, não chegou a ser negativo mas arrefeceu a ascendência vagarosa mas consistente. De fato, a onda da crise não chegou no país como uma “marolinha” mas como uma marola consistente. Cobriu toda a areia da praia mas não alcançou o calçadão da avenida de beira-mar.
No campo social e político, a rotina, a policia desbaratando quadrilhas dos mais diversos calibres. Especificamente, na área política os escândalos e roubalheiras contumazes. Sonegadores, golpistas e corruptos de todos os naipes proliferam por todos os rincões do país. Não há neste campo novidade e, pelo que se vê, na população muito pouco espaço para a indignação, até por que, acredito que todos estejam apenas esperando a oportunidade para fazer a mesma coisa que se critica nos outros. Afinal, de um povo que acha que o público não tem dono e que não vê como imoral a lógica do “levar vantagem em tudo”, é de se esperar o que?
Na política, aquela de fato, 2009, consolidou a (mesmo não oficialmente) a ministra Dilma Roussef (PT), como candidata incensada de Lula para a sua sucessão. O potencial adversário é o ex-ministro da Saúde e atual governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Isso no campo federal. A nível estadual, a governadora Yeda PSDB(, termina o ano como começou, tentando fazer a população acreditar que o seu governo viabilizou o Rio Grande. O ministro da Justiça, Tarso Genro (PT) será mesmo o candidato ao governo pelo PT e o prefeito José Fogaça (PMDB), vai abandonar a prefeitura de Porto Alegre, para confrontar Tarso. Yeda, pode concorrer a reeleição, porém, depois de um mandato tão caótico deve ser apenas para “morrer em pé”, politicamente falando.
Por fim, nesta rápida observação sobre os fatos de 2009, terminamos o ano com a Conferencia Mundial sobre Meio Ambiente, realizada em Copenhague, Dinamarca, que decidiu não decidir a respeito das responsabilidades e atitudes a cerca dos eventos climáticos que perturbam o planeta. Grande parte disso decorre da poluição, da devastação do ambiente natural. Os lideres mundiais discutiram uma semana e não chegaram a nenhum consenso suficiente. Talvez tenha calculado que tudo é fato relacionado ao processo natural de surgimento e desaparecimento das coisas. Julgam que o processo é irreversível, então, os ricos continuaram vivendo nababescamente e os pobres com as sobras das sobras. Resta a nós, cidadãos com alguma consciência disso, fazer a nossa minúscula parte, reduzindo a poluição e o prejuízo ao ambiente que nos cerca. Se muitos, milhões fizerem isso, talvez, tenham, os nossos netos, um futuro, pelo menos igual ao nosso presente.
Nada é muito quando muitos agem na mesma direção. A todos os leitores os votos de que cada um faça bem a sua parte na construção de uma ética tanto política, quando social e ambiental. Ou seja, seguindo em 2010, um principio básico e simples: “faça aos outros, ao mundo, o que gostaria que fizessem para você mesmo”.